VSR em bebês: como proteger seu filho da bronquiolite
Com o decorrer do outono e proximidade do inverno, pais precisam estar atentos ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em bebês. Ele é o principal agente causador da bronquiolite, especialmente nos menores de dois anos. Nesta faixa etária, o quadro pode se agravar com facilidade e levar o paciente infantil até mesmo à internação em unidades de terapia intensiva (UTIs) devido a insuficiência respiratória.
“A população abaixo de dois anos é mais suscetível a esse vírus uma vez que nunca foi contaminada antes. Logo, ela tem uma primeira infecção com maior severidade”, explica Eitan Berezin, infectologista pediatra, presidente do departamento de infectologista da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Além dos menores de dois anos, crianças cardíacas, com doenças pulmonares e que foram prematuras também correm risco de desenvolverem quadros mais graves da doença.
VSR em bebês: o que é a bronquiolite?
Segundo a pediatra Maria Cecília Lessa, hospitalista da unidade de internação do Sabará Hospital Infantil, bronquiolite é o nome dado à inflamação de pequenas vias aéreas chamadas bronquíolos.
A principal função destas estruturas tubulares é levar o ar que respiramos até os alvéolos pulmonares, onde acontece as trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente. Logo, quando os bronquíolos estão inflamados, este processo da respiração é prejudicado.
Sintomas
A princípio, o contágio pelo VSR tende a causar sintomas similares a de um resfriado, como coriza, tosse, febre e redução de apetite. No entanto, em casos de bronquiolite, o cenário agrava por volta de um a dois dias depois. Assim, o pequeno passa a ter:
- Piora na tosse;
- Chiado no peito;
- Secreção nas vias respiratórias;
- Cansaço para respirar.
Para aqueles que ainda não verbalizam o que estão sentindo, é preciso que os pais fiquem atentos aos indicativos de que o filho está fazendo esforço para inalar e soltar o ar. “Começa-se a ver as costelas do bebê durante a respiração e o nariz começa a balançar”, de acordo com o infectologista pediatra.
Quando os pais devem levar o filho ao pronto-socorro?
Nos casos em que se percebe esse excesso de dedicação para respirar, é fundamental que se procure pelo pronto-atendimento infantil. Além disso, Maria Cecília cita outros sinais importantes como: tosse intensa, prostração, febre acima de 39° graus e recusa alimentar.
Tratamentos
O contágio pelo Vírus Sincicial Respiratório, ocasionando a bronquiolite, não possui um tratamento medicamentoso específico. De acordo com a pediatra, a intervenção médica é diante apenas dos sintomas, “com hidratação, analgésico, antitérmico e suporte ventilatório quando necessário”, completa a especialista.
VSR em bebês: como proteger seu filho da bronquiolite
Assim, o mais importante a ser feito é focar em medidas preventivas para que o pequeno não seja infectado pelo Vírus Sincicial Respiratório. Vale saber que, de acordo com o último boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado no dia 1 de junho, ele já é o principal responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no público de zero a quatro anos.
Para que o quadro seja revertido, os especialistas ouvidos recomendam as medidas de higiene tão reforçadas durante a pandemia causada pela Covid-19, já que o VSR também é transmitido pelo contato interpessoal, com gotículas contaminadas suspensas no ar e secreções respiratórias.
Dessa forma, a primeira medida de proteção é a lavagem correta e constante das mãos, seguida do ato de evitar aglomerações e, por fim, o rompimento do ciclo de contágio. Assim, deve-se evitar o contato com pessoas que estejam com sintomas de resfriado e gripe.
“O bebê pode transmitir para o outro em uma creche. Mas o adulto também pode estar infectado com o VSR, ter poucos sintomas, passar para o pequeno e ele ser muito mais sintomático. Portanto, o Vírus Sincicial Respiratório acomete todas as idades, mas atinge com gravidade os bebês”, finaliza Eitan.