Vitiligo: o que é, sintomas, causas e tratamento
O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele, ocasionada por uma redução ou ausência dos melanócitos, que são células responsáveis pela produção de melanina, substância que dá cor à pele. A doença afeta ambos os sexos e pessoas de qualquer etnia. Os sinais costumam aparecer, em média, aos 24 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
De origem genética, o vitiligo não é contagioso, mas causa sequelas emocionais em virtude da discriminação sofrida por pessoas portadoras. No entanto, para muitas delas, a convivência com a doença é harmoniosa. Um exemplo é a atual participante do Big Brother Brasil 2022, Natália Deodato, de 22 anos, que revelou ter vitiligo desde os 9 anos.
A modelo e designer de unhas afirmou que, no começo, tinha vergonha e tentava esconder a despigmentação. Depois de entender melhor a doença, passou a se respeitar mais. “O que mais gosto no meu corpo é o meu vitiligo! Quando falam que sou manchada, agradeço. Não tenho problema nenhum e sinto prazer em falar sobre ele porque, infelizmente, o que falta nas pessoas é informação”, disse em entrevista ao Gshow. Conheça agora as causas, sintomas e tratamentos para essa condição que atinge mais de um milhão de brasileiros.
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As causa do vitiligo
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, as causas do vitiligo não estão claramente estabelecidas. Mas há alguns fenômenos autoimunes associados ao quadro, assim como alterações e traumas emocionais também se encontram entre os possíveis causadores da doença.
Os pacientes com essa condição têm uma maior tendência de envelhecimento na pele, principalmente nas áreas despigmentadas; além de maior propensão a sentir os efeitos de “queimaduras” no local por conta de exposição excessiva ao sol.
Sintomas da doença
As pessoas com vitiligo não costumam se queixar de sintomas físicos, além das manchas brancas pelo corpo e transtornos psicológicos, como baixa autoestima, pouca qualidade de vida e retração social. Os sintomas psíquicos provocados pelo preconceito, no entanto, são os que mais preocupam os especialistas.
O vitiligo pode se manifestar de seis formas:
- Focal: manchas pequenas em uma área específica do corpo;
- Mucosal: manchas somente nas mucosas, como lábios e região genital, por exemplo;
- Segmentar: manchas distribuídas unilateralmente, apenas em uma parte do corpo;
- Acrofacial: manchas nos dedos e em volta da boca, dos olhos, do ânus e genitais;
- Comum: manchas no tórax, abdome, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas e demais áreas acrofaciais;
- Universal: manchas espalhadas por várias regiões do corpo.
Médicos que integram a Sociedade Brasileira de Dermatologia ressaltam que pessoas que apresentam vitiligo não possuem limitações físicas ou cognitivas, não transmitem sua condição pelo contato social e estão aptas ao trabalho e ao desenvolvimento de relação afetivas e humanas em qualquer contexto. Essa é a avaliação de Por meio deles, a entidade reitera essa percepção no momento em que uma das participantes do Big Brother Brasil (BBB) tem essa condição exposta em nível nacional.
“A forma como a candidata Natália Deodato se relaciona com o vitiligo é um exemplo de como pessoas com esta condição devem preservar sua autoestima em alta e buscarem ocupar espaços no convívio social. Um portador de vitiligo não deve ser excluído ou alvo de estigmas. Ele merece respeito, como qualquer outro individuo, e estímulos para desenvolver seu potencial”, ressalta o presidente da SBD, Mauro Enokihara.
Diagnóstico do vitiligo
O diagnóstico do vitiligo é clínico e pode ser confirmado por meio do exame de biópsia cutânea. Em pacientes de pele branca, por exemplo, utiliza-se uma lâmpada especial para auxiliar na detecção. Quando há dúvidas é realizada biópsia das lesões, já que as manchas do vitiligo podem se confundir com as de outras doenças de pele, como a micose fungoide hipocromiante ou lúpus discoide.
Também é importante a realização de exames para estudo imunológico e pesquisar se há, concomitantemente, um quadro de doença autoimune como hepatite ou doenças da tireoide. Dessa forma, o dermatologista deve ser o médico responsável pelo diagnóstico e pelo tratamento da doença, pois, ao determinar o tipo da condição e verificar possíveis doenças associadas, indicará o melhor tipo de tratamento.
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É possível tratar o vitiligo?
O vitiligo ainda não tem cura, mas tem controle. Com a ajuda médica, fazendo uso de medicamento e terapias reconhecidos cientificamente, alguns pacientes podem repigmentar a áreas afetadas ou mesmo despigmentar o corpo por inteiro.
Por isso, logo que surgirem as primeiras manchas brancas na pele, é necessário procurar um dermatologista, pois quanto antes começar o tratamento, maior é a chance de controlar/interromper a propagação das manchas e repigmentar a pele. Atualmente, o tratamento do vitiligo é feito com fototerapia, laser, além de técnicas cirúrgicas de transplante de melanócitos. Também existem medicamentos em fase de pesquisas que devem surgir em médio prazo.
Por fim, especialistas destacam a importância em controlar o estresse, evitando assim o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Também não é indicado utilizar roupas apertadas, que provoquem atrito ou pressão sobre a pele. Do mesmo modo, é fundamental se proteger da exposição solar usando medidas fotoprotetoras, tais como chapéus de aba larga, roupas que cubram áreas do corpo que ficam expostas ao sol, óculos com proteção UVA e UVB e, é claro, uso regular de protetor solar.
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