Viagra poderia prevenir ou tratar o Alzheimer, sugere estudo
Usado para o tratamento da disfunção erétil, o medicamento sildenafil (mais conhecido pelo nome comercial Viagra) pode ser um aliado contra o Alzheimer. É o que diz um estudo publicado na revista científica Nature Aging.
Os pesquisadores primeiro identificaram, via metodologia computacional, quais substâncias aprovadas pela agência regulatória dos Estados Unidos, poderiam ser usadas como tratamento para o Alzheimer. Assim, nessa lista eles incluíram medicamentos que agem contra a formação de placas das proteínas beta-amiloide e tau no cérebro — possíveis causas do desenvolvimento da doença. Dessa forma, o Viagra se destacou como um potencial modificador de risco da condição.
Em seguida, os pesquisadores analisaram os dados de saúde de mais de 7,2 milhões de indivíduos que foram acompanhados por seis anos. Nos resultados, foi observado que as pessoas que fizeram uso do medicamento apresentaram um risco 69% menor de desenvolvimento do Alzheimer.
Mas mesmo ao comparar com as outras medicações avaliadas, o Viagra teve destaque. O risco de Alzheimer foi 55% menor em comparação com os indivíduos que faziam uso do losartan (remédio usado contra a hipertensão arterial) e 63% menor àqueles que tomavam a metformina (medicamento usado no diabetes). Ambos os remédios são estudados, atualmente, contra a doença neurodegenerativa.
Em uma terceira etapa do estudo, os pesquisadores desenvolveram culturas de neurônios (células cerebrais) a partir de células-tronco derivadas de pacientes com demência. Sendo assim, a exposição das células ao Viagra levou ao aumento no crescimento dos neuritos, que são responsáveis por conectar os neurônios uns aos outros.
Relação do Viagra e Alzheimer ainda não está comprovada
No entanto, de acordo com Fernando Facio, urologista e chefe do Departamento de Sexualidade da Sociedade Brasileira de Urologia, mesmo com a descoberta ainda são necessários mais estudos para comprovar a relação entre o medicamento e a prevenção da doença neurodegenerativa.
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“Até o momento parece que o sildenafil exerceu um fator neuroprotetor em pacientes que fizeram uso regular do medicamento”, destaca. “Mas os pesquisadores enfatizam que esse trabalho não permite inferências de causalidade entre o uso de sildenafil e a prevenção ou reversão da doença de Alzheimer. Para isso, seriam necessários novos ensaios clínicos com outra metodologia”, conclui.
(Fonte: Agência Einstein)