Varíola dos macacos: o que se sabe até agora e casos pelo mundo

Saúde
23 de Maio, 2022
Varíola dos macacos: o que se sabe até agora e casos pelo mundo

A varíola dos macacos, uma infecção rara, está preocupando o mundo com seu rápido avanço em diversos países. No início de maio, o Reino Unido identificou o primeiro caso da doença em um paciente que havia viajado para a Nigéria. Mas o que é a varíola dos macacos e qual o seu potencial de se tornar uma pandemia? Veja o que se sabe até agora.

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Casos da varíola dos macacos pelo mundo

Até o momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reportou mais de 100 casos da enfermidade em 16 países. Um dos infectados, inclusive, é um brasileiro de 26 anos que mora na Alemanha, cujo estado de saúde é estável. Segundo a München Klinik Schwabing, local onde o paciente buscou socorro e permanece em isolamento, “ele possui poucos sintomas, […] tem lesões na pele e não apresenta febre nem falta de ar”, informou o porta-voz da clínica ao jornal TZ.

A princípio, o brasileiro viajou para Portugal e Espanha antes de desembarcar na Alemanha, onde passeou pelas cidades de Düsseldorf e Frankfurt até o destino atual, Munique.

Países que registraram a varíola dos macacos

A maioria das nações mapeadas pertencem ao continente europeu e estão fora das regiões onde a doença é endêmica. São mais de 20 países com casos confirmados e suspeitas. Veja alguns deles:

  • Alemanha.
  • Austrália.
  • Áustria.
  • Bélgica.
  • Canadá.
  • Dinamarca.
  • Espanha.
  • Estados Unidos.
  • França.
  • Itália.
  • Portugal.
  • Reino Unido.
  • Suécia.
  • Suíça.

Contudo, nos próximos dias, a OMS espera a inclusão de mais países na lista, na medida em que os comitês e órgãos de saúde obtêm mais recursos para o diagnóstico assertivo. Por enquanto, o Brasil não possui nenhum caso.

O que é varíola dos macacos?

Segundo o Instituto Butantan, a doença é uma zoonose silvestre. Logo, o vírus infecta animais selvagens primeiro, e em seguida pode contaminar um ser humano. Há duas variações: o da África Ocidental e o da África Central (Bacia do Congo).

Apesar do nome remeter a uma doença transmitida exclusivamente por macacos, esse tipo de varíola também tem como intermediários roedores e marsupiais. O termo associado aos macacos se deve à descoberta do vírus nos primatas, em 1958.

Sintomas

O período de incubação do vírus dura entre 5 e 21 dias, mas normalmente a manifestação começa no 13º dia. Logo após esse período, o indivíduo pode sentir febre, falta de ar, dores musculares, fadiga e inchaço nos gânglios. Mas a principal característica da doença são lesões na pele que se manifestam em forma de erupções parecidas com as da catapora e sífilis. Em geral, os sintomas desaparecem espontaneamente entre 7 e 14 dias e sem complicações. Além disso, há pessoas que sequer apresentam os desconfortos ou os têm de forma branda, o que pode dificultar o controle da disseminação.

O vírus da varíola dos macacos pode matar?

De todos os casos detectados até agora, nenhum houve óbito. Mas há chances de mortalidade, pois o vírus pode desencadear outras doenças, como broncopneumonia, sepse, infecção da córnea e encefalite. Mulheres grávidas devem ter atenção redobrada, pois existem riscos de parto prematuro, aborto e malformações congênitas no bebê. A OMS aponta que as taxa de letalidade para o vírus da África Ocidental é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%.

Formas de transmissão da varíola dos macacos

Até então, o contato com animais contaminados – primatas, marsupiais e roedores – era o principal fator de exposição ao vírus para humanos. Porém, a UKHSA, agência de segurança da saúde do Reino Unido, acendeu o alerta para uma possível forma de infecção não só de animais para humanos, mas de pessoas para pessoas. A maioria dos casos no mundo tem como vítimas homens que têm relações com outros homens. Por essa razão, uma sauna para homens em Madri, na Espanha, foi interditada para evitar a possível disseminação do vírus entre o grupo de risco.

Por que o sexo pode ser uma porta de entrada para o vírus?

Ainda não se sabe de que forma a varíola dos macacos é transmitida de uma pessoa para outra, tampouco o motivo de ser predominante entre homens homossexuais e bissexuais. Porém, é provável que a saliva e suor sejam os condutores do vírus para outro organismo. Portanto, o sexo pode ser a oportunidade de aumentar os riscos de infecção.

A varíola dos macacos pode virar uma pandemia?

Nenhuma das autoridades globais ainda alertou para o risco de uma nova pandemia, como a do coronavírus. Mas isso não significa que a doença não tenha importância, pois há razões pertinentes para não desprezá-la:

  • O vírus era restrito à África, e alguns poucos casos fora desse território eram justificados por motivo de viagem a um país do continente. Todavia, os casos atuais não possuem relação com a África Ocidental e Central nem viajaram para essas regiões — e estão crescendo rapidamente.
  • A forma sexualmente transmissível e especificamente entre homens ainda é uma incógnita para os comitês científicos.

Existe tratamento para a varíola dos macacos?

O Centers of Disease Control and Prevention (CDC) aponta que a vacina contra a varíola humana pode ser uma forma de prevenir ou minimizar os sintomas da varíola dos macacos. Entretanto, não há uma vacina específica para o vírus, mas o controle da doença sob supervisão médica. Portanto, a melhor forma de prevenção é evitar o contato íntimo e social com pessoas contaminadas ou com suspeitas, ficar longe de animais doentes e buscar ajuda médica se houver suspeita ou sinal da enfermidade.

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