Vacina de pneumonia pode diminuir riscos de casos graves

Saúde
13 de Maio, 2022
Vacina de pneumonia pode diminuir riscos de casos graves

Subestimada por algumas pessoas, a pneumonia foi considerada a segunda causa de mortes no Brasil¹, antes da pandemia em 2019, de acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Contudo, o que pouca gente sabe, é que existem três tipos de vacina para pneumonia atualmente, capazes de prevenir contra os principais micro-organismos causadores da condição.

Dados sobre a pneumonia no Brasil

A pneumonia já teve mais de 23 mil falecimentos em decorrência da doença no país, ainda segundo o DATASUS em 2019¹ — se você não acha o número impactante, pense, então, que ele significa 446 mortes por semana, e cerca de 64 por dia.

O estudo levantou dados que comprovam que os casos de pneumonia ultrapassaram, em quantidade, os diagnósticos de outras enfermidades consideradas sérias — por exemplo, câncer colorretal e de mama².

Os impactos sociais da pneumonia são muitos, e vão desde a necessidade de isolamento social (com o distanciamento do paciente e sua família), até prejuízos em atividades importantes do trabalho. Isso sem falar nos gastos extras com medicamentos e transporte no período de tratamento da doença.

É por isso que conhecer a pneumonia, bem como estar ciente das formas de prevenção da mesma, é tão importante. Confira tudo sobre o assunto a seguir:

O que é a pneumonia?

“Pneumonia é uma infecção que afeta os pulmões e se instala sobretudo na região dos alvéolos pulmonares (que são os locais terminais do órgão, onde há a troca gasosa). Mas também pode acometer os brônquios [tubos que ligam a traqueia aos pulmões]”, explica o médico pneumologista Dr Ronaldo Macedo.

A causa geralmente é um agente irritante ou infeccioso: seja uma bactéria, um vírus, um fungo ou até um alérgeno. Um dos tipos mais comuns, de acordo com o especialista, é o gerado por uma bactéria específica, conhecida como pneumococo (Streptococcus pneumoniae). Esse tipo leva o nome de pneumonia pneumocócica. “Ela começa, geralmente, após uma inflamação viral do trato respiratório superior (constipação, infecção de garganta ou gripe) ter danificado os pulmões, o que possibilita que os pneumococos infectem o organismo”, complementa o médico pneumologista Dr Arthur Feltrin.

Qualquer pessoa está sujeita a contrair a condição. Contudo, algumas comorbidades aumentam o risco de pneumonia pneumocócica³ em adultos (de duas a até 9 vezes mais chances, dependendo da quantidade de comorbidades que a pessoa tiver). São elas:

  • Alcoolismo;
  • Asma;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Doenças hepáticas;
  • Doença pulmonar crônica;
  • Diabetes;
  • Tabagismo;
  • Por fim, pacientes imunossuprimidos.

Apesar de menos comuns, há também as pneumonias nosocomial e aspirativa. ” A primeira acomete, geralmente, pacientes que estão na UTI ou respirando com a ajuda de aparelhos e que têm as bactérias levadas até o pulmão. A segunda, por outro lado, é causada muitas vezes pela inalação de produtos que são tóxicos ao organismo, como a fumaça e os odores de certas substâncias químicas”, explica o Dr Arthur Feltrin.

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Sintomas

“Os principais sintomas podem ser resumidos em tosse, febre, expectoração, dor torácica, mal estar e calafrios. No entanto, nem sempre há a presença de todos esses sinais, e os idosos muitas vezes não apresentam nenhum, chegando ao consultório apenas com confusão mental e falta de apetite”, diz o pneumologista Dr Ronaldo Macedo.

Dentre as possíveis complicações da pneumonia (se não tratada adequadamente), o médico cita evolução para uma infecção generalizada — ou seja, quando a infecção vai para o sangue, quadro chamado de sepse —, insuficiência respiratória e comprometimento do pulmão.

Diagnóstico e tratamento

O Dr Ronaldo Macedo explica que, na maioria dos casos, o diagnóstico é feito com uma avaliação do quadro clínico da pessoa, associada a um exame de imagem do pulmão (geralmente o raio-X). Situações menos comuns pedem também uma tomografia da região.

“O tratamento é feito de acordo com o agente. Se for uma bactéria, é indicado o antibiótico. Se for um vírus, podemos recomendar medicamentos para amenizar os sintomas e observar o paciente para que o organismo dê conta do micro-organismo.”

Alguns cenários também exigem internação. “Os critérios de internação são mais específicos, por exemplo: se a pneumonia é mais extensa, se a saturação de oxigênio da pessoa está baixa, se ela apresenta muita falta de ar ou se a pressão está baixa (o que indica uma infecção mais global)”, afirma o profissional. Além disso, frequência cardíaca elevada demais, febre que não melhora com os remédios, idosos, crianças muito pequenas e imunodeprimidos também demandam internação.

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Vacina de pneumonia

Nem todo mundo conhece, mas, atualmente, já existe vacina para a pneumonia! Na verdade, elas ajudam na prevenção contra os pneumococos, o que significa que protegem o corpo da pneumonia pneumocócica, e também de outras infecções geradas por essas bactérias — como as de ouvido, sinusite e até meningite.

Há mais de noventa tipos diferentes de pneumococos. As vacinas são direcionadas àqueles com mais probabilidade de causar doenças graves. Há três tipos de imunizantes disponíveis no Sistema Único de Saúde e em consultórios particulares:

  • Conjugada 10-valente (PCV10): protege contra 10 sorotipos de pneumococos;
  • Conjugada 13-valente (PCV13): protege contra 13 tipos de pneumococos;
  • Polissacarídica (PPSV23): protege contra 23 tipos de pneumococos.

A vacina geralmente é indicada para crianças, idosos acima dos 65 anos, pessoas com comorbidades e/ou imunodeprimidas. De qualquer forma, é sempre bom procurar a orientação de um médico para discutir o seu caso específico.

Fontes:

Referências:

[¹] – DATASUS TabNet, Sistema de Informações sobre Mortalidade, 2019;

[²] – US Mortality Files, National Center for Health Statistics, 2019;

[³] – Shea, Kimberly M et al, Rates of pneumococcal disease in adults with chronic medical conditions, Open forum infectious, 2014.

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