Tratamento contra o câncer: pesquisadores brasileiros fazem descoberta inédita

Saúde
04 de Fevereiro, 2022
Tratamento contra o câncer: pesquisadores brasileiros fazem descoberta inédita

Boa notícia sobre tratamento contra o câncer, que é a segunda maior causa de mortes no mundo. E a novidade vem de terras brasileiras: pesquisadoras da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, encontraram molécula que pode combater a doença. Os achados foram publicados no periódico Scientific Reports, do grupo Nature.

De acordo com a equipe, um complexo do elemento cobre demonstrou ter propriedades quimioterápicas contra células de câncer tipo melanoma (pele) e sarcoma (osso/músculo) de camundongos e colo de útero de humanos. A novidade ascende uma esperança em pessoas que não se adaptam aos tipos de tratamento disponíveis atualmente, como a quimioterapia, por exemplo. Confira mais detalhes sobre o estudo e como ele tem potencial para desbravar novas perspectivas para o tratamento contra o câncer.

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Molécula inédita pode ajudar no tratamento contra o câncer 

Pesquisadores identificaram uma molécula inédita, presente em um complexo de cobre, que conta com propriedades de ação contra células do câncer a partir da seletividade, capacidade de divisão do DNA e mecanismos associados à morte celular.

Os testes foram realizados em laboratório, a partir de células tumorais de humanos e de camundongos. O complexo de cobre mostrou ser capaz de induzir a produção de um outro tipo de molécula, chamadas espécies reativas de oxigênio, que são altamente reativas e podem transformar as demais moléculas.

No estudo, os pesquisadores verificaram que as espécies reativas de oxigênio conseguiram atingir as células tumorais, danificando seu DNA. Os prejuízos foram tão severos que as células cancerosas entraram em um processo de morte celular programada, chamado de apoptose.

O complexo de cobre age mais sobre as células tumorais do que as células saudáveis, sendo seletivo. Dessa forma, segundo o estudo, pode diminuir a efeitos colaterais como a toxicidade e aumentar as chances de cura do câncer.

Estudo caminha para segunda fase

De acordo com os pesquisadores, o estudo caminha para a segunda fase. Nessa etapa, eles irão desenvolver mecanismos de ‘drug delivery’, em que a molécula descoberta será colocada dentro de ‘nanocápsulas’.

Isso permite que peptídeos ou anticorpos sejam colocados na superfície para serem reconhecidos os padrões moleculares e, assim, as células cancerígenas sejam o foco do ataque durante o tratamento. Se essa fase for bem-sucedida, ela pode durar cerca de dois anos, segundo os cientistas.

O cobre no tratamento contra o câncer

Embora seja eficaz, a quimioterapia, utilizada amplamente para o tratamento de diversos tipos de câncer, pode trazer efeitos colaterais devido ao impacto do medicamento nas células saudáveis do organismo. Isso ocorre porque os medicamentos costumam conter metais, como a platina. Dessa forma, por não existir no corpo humano, pode causar enjoo, náuseas, dor de cabeça, indisposição e perda de apetite

Nesse sentido, a ciência está focada em encontrar novos materiais para incluir nos compostos de quimioterapia, e o cobre é um dos mais promissores, já que é um metal importante para o organismo humano, sendo indispensável para o funcionamento de enzimas, criação de novos vasos sanguíneos, respiração celular e produção de melanina (pigmento da pele).

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Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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