Como tomar decisões conscientes

Equilíbrio
16 de Agosto, 2019
Como tomar decisões conscientes

“Tomar decisões de maneira consciente é um fator crucial e fundamental para o nosso bem-estar físico e, principalmente, mental. Muitas vezes, é muito difícil ter que decidir o que fazer diante de uma situação, então, acabamos adiando, adiando, adiando e, conforme vamos empurrando o problema com a ‘barriga’, mais nos frustramos, nos culpamos e nos sentimos incapazes de enfrentar a vida.

Qualquer escolha implica na renúncia de outra, e isso causa muita angústia. Não temos garantias nas nossas escolhas, e certamente uma das razões para sermos indecisos é justamente a necessidade de certeza.

Além disso, uma pessoa pode ser indecisa por outras razões: não ter um propósito claro, sentir-se inseguro, entre outros. Mas quando a incapacidade de tomar decisões se torna persistente, pode levar a experiências de vida negativas ou ser um indicativo de um problema de ordem emocional. Nesse sentido, é necessário buscar a ajuda de um profissional qualificado.

Leia também: Como vencer sua batalha emocional

A raiz da angústia da escolha é, muitas vezes, o nosso medo de assumir responsabilidades.

Reflita: Em quais situações você teve que tomar uma decisão, mas sentiu-se confuso diante das possibilidades? Ou, então, experimentou uma sensação de angústia antes de fazer uma escolha?

A maioria das pessoas tem dificuldade de fazer escolhas justamente por causa desse sentimento desagradável. O ato de escolher não vem acompanhado de serenidade e tranquilidade, mas dessa sensação que combina ansiedade e aflição. 

E, para evitar o desconforto, as pessoas adiam, postergam suas tomadas de decisão. Mas, em muitos momentos de nossas vidas, somos forçados a escolher, a tomar uma decisão que eventualmente vai mudar o rumo das coisas. A questão que surge, então, é: existe uma forma de facilitar o processo de decisão?

Como tomar decisões conscientes com autoconfiança

Saia da zona de conforto

Não tem conforto nenhum ficar em um lugar que nos impede de chegar aos nossos objetivos, um lugar que é na verdade de total desconforto.

A zona de conforto é a expressão que remete ao lugar ‘mental’ onde você permanece, resistindo a mudanças e a desafios. O amadurecimento dói, mas saiba que as pessoas irão julgar de qualquer forma — você agindo ou não. Permanecer no mesmo lugar também dói. Qual a dor que você quer sentir? Permanecer ou andar?

Evite o perfeccionismo

Esqueça aquela voz interna que fica lhe dizendo que antes você precisa fazer um curso, uma capacitação x e y, ter conhecimentos complicadíssimos, concluir isso e mais aquilo.

Em algumas situações, você realmente precisa se preparar, mas cuidado com essa preparação sem fim. A experiência é que vai lhe trazer os maiores aprendizados, então, faça. O desejo de fazer tudo com o máximo de perfeição acaba gerando um excesso de preocupação e levando ao estresse.

Seja responsável por suas escolhas 

Não fique esperando o aval dos outros para começar. A única pessoa que pode permitir que algo aconteça é você. A pergunta é: quando você vai se permitir?

Não delegue ao outro essa responsabilidade. Se em algum momento você perceber que tomou a decisão errada, assuma.

Não espere a hora certa chegar

Muitos esperam a melhor hora, o momento perfeito e exato para iniciar alguma coisa ou projeto. O que não percebem é que isso não passa de desculpa, pois certamente o seu propósito fará você sair da sua zona de conforto — e isso tende a incomodar.

É importante não se deixar vencer pelo medo ou por expectativas exageradas, seja realista. Identifique as vantagens e as desvantagens que está mais disposto a assumir, assim como os riscos que pode tolerar.

Lembre-se de que nenhuma decisão é totalmente correta e que não há forma de adivinhar as consequências exatas que surgirão dela.

Tomar decisões dói, mas é necessário

Existir significa escolher o tempo todo, desde a decisão mais simples até as mais complexas. Não estou falando apenas no sentido de querer, ou seja, de vontade. Pois as escolhas só existem na prática, no plano da ação.

Aprender a tomar decisões pode ser equivalente a aprender quem somos e o que desejamos para nossa própria vida. Pode significar ter coragem de errar em vez de apenas viver com os erros e acertos dos outros. Até quando não queremos decidir, estamos decidindo. 

Podemos pedir a opinião do outro, ouvi-lo pacientemente, mas na hora de escolher, a responsabilidade será exclusivamente nossa.

As dúvidas e os riscos sempre estarão presentes. A única forma de não errar é não fazendo nada, não decidindo, não escolhendo, não avançando. Somente você sabe o que te afeta. Portanto, só você pode decidir.”

Linda Vieira, psicóloga Clínica com com abordagem Fenomenológico-Existencial. Experiência em: depressão, fobias, estresse, ansiedade, sexualidade, relacionamentos e medos. Parceira no Programa de Emagrecimento Tecnonutri.

Leia também: Saúde mental e saúde emocional: As diferenças e semelhanças entre elas


Leia também:

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas

misofonia
Bem-estar Equilíbrio

Misofonia: O que é a síndrome que viralizou no TikTok?

A misofonia é uma condição que provoca uma reação negativa aos sons. Saiba mais

Bem-estar Equilíbrio Saúde

Taxas de suicídio e de autolesão de crianças e jovens aumentam no Brasil

País registrou o aumento de 3,7% nas taxas de suicídio e de 21% nos casos de automutilação entre os anos de 2011 e 2022