Tirzepatida: estudo com novo medicamento contra obesidade apresenta resultado promissor

Saúde
03 de Maio, 2022
Tirzepatida: estudo com novo medicamento contra obesidade apresenta resultado promissor

Um estudo com o medicamento experimental tirzepatida (nome não oficial) mostrou que pessoas com obesidade (ou sobrepeso e doenças crônicas) perderam cerca de 22,5% de seus pesos corporais — o que significa, em média, 23,5 kg.

O resultado foi compartilhado pela fabricante Eli Lilly (apenas Lilly no Brasil) recentemente. E já animou médicos e especialistas, uma vez que outros remédios, quando combinados com dietas e exercícios, reduzem, em média, apenas 10% do peso corporal dos pacientes. Desse modo, o desempenho do tirzepatida foi comparado ao da cirurgia bariátrica por muitos.

Contudo, a empresa ainda não enviou os dados para publicação em revistas médicas revisadas por pares e nem apresentou a pesquisa em ambiente público.

Tirzepatida: como funcionou o estudo

O estudo durou 72 semanas e mobilizou 2539 participantes. Eles tinham, em média, um índice de massa corporal (IMC) 38 (o que configura obesidade grau II); ou, então, IMC pouco abaixo de 30 (sobrepeso) e algum fator de risco relacionado (pressão alta, colesterol elevado, apneia, diabetes ou doenças cardíacas). O peso médio de todos eles era de 104,7kg.

Os voluntários foram divididos em quatro grupos, mas todos eles tiveram a recomendação de reduzir a ingestão calórica diária para 500 cal/dia. O primeiro grupo recebeu um medicamento placebo, enquanto os outros três receberam doses de tirzepatida (aplicadas semanalmente) que variaram entre 5 e 15 mg.

Ao final do experimento, o IMC médio dos participantes baixou para 30, enquanto o peso médio diminuiu para 81,6 kg. Quem aplicou a dose mais alta do remédio, emagreceu mais. Contudo, aqueles que ganharam o placebo perderam apenas 2,4% do peso, uma média de cinco quilos.

Leia também: Semaglutida: O antidiabético que pode ajudar na perda de peso

Como o medicamento age

De acordo com a fabricante, ele age de três formas:

Esses efeitos são obtidos porque ele “imita” o peptídeo inibidor gástrico, um hormônio secretado no intestino durante a digestão. Dentre os efeitos colaterais, algumas pessoas relataram náuseas e enjoos toleráveis.

O remédio ainda não está à venda em nenhum lugar do mundo. Nos Estados Unidos, a farmacêutica Eli Lilly já deu início ao pedido de comercialização, e a ideia é que a indicação seja para os tratamentos da obesidade e do diabetes.

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