Terceira dose da vacina: Como funcionará o calendário para maiores de 18 anos

Saúde
30 de Agosto, 2021
Terceira dose da vacina: Como funcionará o calendário para maiores de 18 anos

Boa notícia para todos: o Ministério da Saúde anunciou hoje (16/11) que todos os brasileiros maiores de 18 anos estão aptos a tomar a terceira dose da vacina contra a Covid-19! Até agora, o reforço de imunização só era indicado para pessoas maiores de 60 anos, profissionais da saúde e imunossupirmidos, e acontecia depois de seis meses da segunda aplicação.

De acordo com o ministro Marcelo Queiroga, o país tem doses suficientes para todos os adultos. Além disso, essa etapa ocorrerá entre novembro de 2021 e maio de 2022, nos 38 mil postos de saúde espalhados pelo Brasil. Entenda melhor como funcionará o processo:

Terceira dose da vacina para maiores de 18 anos no Brasil

Segundo as informações divulgadas pelo Ministério, no caso de quem recebeu imunizantes CoronaVac, da Pfizer e da AstraZeneca, a terceira dose deve ocorrer após cinco meses da segunda. Por outro lado, quem tomou a da Janssen (dose única), poderá tomar a segunda depois de dois meses, e a terceira depois de cinco da segunda.

Quando perguntado sobre qual tipo de vacina as pessoas receberão (se da mesma fabricante ou de fabricantes diferentes), ele alegou que o ideal é que haja uma mistura das vacinas. Ou seja: se você tomou duas doses de AstraZeneca, por exemplo, receberá uma terceira da Pfizer e vice-versa.

A seguir, dois especialistas comentam o assunto:

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Terceira dose vale a pena?

Para o médico infectologista Evaldo Araújo, o reforço parece ser uma boa estratégia, principalmente para os pacientes mais idosos ou aqueles que possuem alguma imunodeficiência. “Isso porque são justamente eles que voltam a ficar mais suscetíveis a infecções pelo vírus SARS-Cov-2”, diz.

O pneumologista Felipe Marques concorda. Ele dá como exemplo a vacina da gripe, que anualmente é reformulada de acordo com a cepa que está circulando no momento. E desse modo, exige um reforço ano a ano, principalmente nas populações de risco.

Além disso, vale destacar: a necessidade da terceira dose não quer dizer que as vacinas não funcionam, viu? “O risco de evolução para formas graves da doença, bem como internação ou óbito, são menores naqueles que tomaram vacina, qualquer que seja o imunizante”, complementa o pneumologista.

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Mas o que é melhor: Aplicar o reforço em maiores de 18 anos ou em adolescentes e crianças?

Nesse caso, muitos fatores devem ser levados em conta. “Em um levantamento feito no município do Rio de Janeiro em novembro de 2020, a letalidade por Covid-19 em menores de 9 anos era de aproximadamente 1%, podendo chegar a próximo de 50% em indivíduos entre 80 e 90 anos. Logo, em um país com recursos limitados e dificuldade de acesso ao imunizante, a estratégia de vacinar as populações vulneráveis pode ser mais eficiente que a vacinação de populações com baixo risco de complicação”, explica Felipe Marques.

Contudo, em um cenário ideal, o melhor mesmo é fazer as duas coisas, aponta Evaldo Araújo. “A gente tem que garantir o imunizante para todos. Isso porque os idosos precisam de reforço, e os mais jovens, de imunização, já que são os grandes reservatórios do vírus atualmente”, afirma.

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E misturar as vacinas, adianta?

Quando os imunizantes começaram a ser aplicados em gestantes, descobriu-se que um deles, o da AstraZeneca, aumentava o risco de trombose nessa população. Por isso, recomendou-se que fossem aplicadas segundas doses com outra marca.

Curiosamente, os cientistas perceberam que fazer isso, além de seguro, pode aumentar a eficácia da vacinação (isto é, a quantidade de anticorpos produzidos pelas mulheres foi até maior).

Felipe afirma que ainda são necessárias mais pesquisas a respeito do assunto, mas é muito provável que a estratégia funcione. “Na minha opinião, esse ‘blend’ vacinal é a melhor opção. Então quem tomou a CoronaVac, por exemplo, pode se beneficiar com uma terceira dose de outro imunizante feito com outro mecanismo, como o RNA”, diz.

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Fontes: Felipe Marques, pneumologista e coordenador de pós-graduação da Sanar; e Evaldo Araújo, médico infectologista do Hospital das Clínicas da USP e professor da Universidade São Judas.

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

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