Crianças que crescem perto da natureza têm menor risco de desenvolver TDAH

Equilíbrio
28 de Junho, 2021
Crianças que crescem perto da natureza têm menor risco de desenvolver TDAH

Estar em contato com a natureza traz diversos benefícios para a saúde mental e para o bem-estar. Ajuda, por exemplo, a manter a conexão no aqui e no agora. Além disso, de acordo com cientistas, quando uma criança vive em uma casa próxima à natureza, a chance de desenvolvimento de TDAH é menor.

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um dos diagnósticos psiquiátricos mais frequentes entre as crianças e pode perdurar por toda a vida. Dessa maneira, ele é caracterizado por falta de atenção, inquietação e impulsividade. Uma das suas causas é a predisposição genética, mas outros fatores podem desempenhar um papel na evolução do transtorno — como o estresse.

Leia também: Benefícios de estar em contato com a natureza

Como a pesquisa sobre TDAH e natureza funcionou

O estudo foi realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. Assim, foram coletados dados de de cerca de 814 mil indivíduos nascidos no país entre 1992 e 2007, além de diagnósticos para o distúrbio em crianças a partir dos cinco anos, no período de 1997 a 2016. Durante este intervalo, 3,65% das pessoas foram diagnosticadas com TDAH.

Outro fator utilizado na pesquisa foi o Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, na sigla em inglês), que mede quão verdes são os arredores de uma determinada casa. A pontuação variava de -0,58 a 0,8, em que o menor valor representava uma vegetação esparsa, como aquela encontrada nas grandes cidades, e o maior indicava uma vegetação mais densa. Como as florestas, áreas rurais e os parques urbanos.

Os pesquisadores descobriram que, para uma diminuição de 0,1 ponto no NDVI, o risco de desenvolvimento de TDAH aumentava em 3%. “Os mecanismos básicos dos benefícios dos espaços verdes sobre a saúde mental ainda não são inteiramente compreendidos, mas diferentes caminhos foram sugeridos”, diz o estudo.

Ademais, a presença de espaços verdes diminui os níveis de poluição sonora e atmosférica. Isso porque nesse tipo de ambiente, há uma menor circulação de veículos motorizados. Além de mais processos de fotossíntese realizados pelas plantas, onde elas absorvem o gás carbônico do ar. Segundo os cientistas, o excesso de estímulos causados pela poluição pode aumentar a irritação e o estresse nas crianças.

Eles também mencionam os benefícios trazidos pela realização de atividades físicas em ambientes abertos. “Espaços verdes podem agir como facilitadores, que promovem um cenário propício para o contato social e para as brincadeiras ao ar livre na vizinhança”, explicam. “A coesão social em um bairro é associada à saúde humana e a melhora no bem-estar em geral.”

(Fonte: Agência Einstein)

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