Síndrome da serotonina: o que é, sintomas e tratamento

Saúde
03 de Maio, 2022
Síndrome da serotonina: o que é, sintomas e tratamento

A síndrome da serotonina, ou síndrome serotoninérgica, é o excesso de serotonina no organismo, geralmente causada por medicamentos ou abuso de drogas estimulantes. Como resultado, a pessoa apresenta uma série de problemas que podem se tornar graves se não houver socorro médico.

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Causas da síndrome da serotonina

A serotonina é um hormônio produzido pelo sistema endócrino, e uma de suas funções é ajudar a promover o bem-estar e a satisfação após uma atividade prazerosa, como comer um docinho ou fazer uma viagem. Logo, quando estamos tristes, deprimidos ou ansiosos, é sinal de que o corpo está com deficiência do hormônio. Por isso, algumas pessoas com distúrbios emocionais precisam de tratamentos que envolvem o uso de medicamentos que aumentam a produção de serotonina. No entanto, podem haver efeitos colaterais inesperados por algumas razões. “Esse superestímulo pode se manifestar quando a pessoa utiliza fármacos terapêuticos e sofre uma intoxicação. Outro motivo são a combinação de medicamentos que possuem dois ou mais agentes serotoninérgicos distintos”, explica Guilherme Corradi, médico do esporte.

Dessa forma, pessoas que utilizam esse tipo de remédio estão mais suscetíveis à sobrecarga do hormônio, seja pela dosagem equivocada ou sensibilidade a um ou mais fármacos. Além disso, a síndrome da serotonina tem como causa o abuso e a mistura de drogas ilícitas, como a cocaína e o LSD.

Sintomas da síndrome da serotonina

Quando somos expostos a altos níveis de serotonina, ocorre uma comunicação excessiva entre dois neurônios (sinapse), que desperta um conjunto de mudanças no organismo. Segundo Corradi, os sinais da síndrome da serotonina surgem em até 24h depois da exposição a uma das causas. São inúmeros os sintomas, e a suspeita da condição pode ser confirmada quando há a presença de, pelo menos, três deles. Por exemplo:

  • Diarreia.
  • Aumento excessivo da temperatura (febre).
  • Sudorese excessiva mesmo sem esforço físico.
  • Espasmos musculares e confusão mental.
  • Agitação que leva a um quadro de hiperatividade.
  • Aumento dos reflexos e falta de coordenação entre os movimentos.
  • Arritmia caracterizada pelo aumento dos batimentos cardíacos.
  • Pupilas dilatadas e irritabilidade.

Afinal, o que acontece se o excesso de serotonina não for controlado?

Episódios recorrentes de crises da síndrome são potencialmente perigosos. Às vezes, basta uma única vez para ter sequelas e problemas graves. Como resultado, o indivíduo pode sofrer convulsões, rompimento das fibras musculares, e até entrar em coma ou ter uma parada cardíaca. Portanto, é importante que o atendimento médico seja rápido para evitar um quadro fatal.

Diagnóstico

A princípio, a equipe médica analisa os sintomas e investiga se houve uso de medicamentos ou drogas ilícitas, aliada à anamnese em que se pergunta sobre possíveis transtornos emocionais e outras informações. Ao mesmo tempo, são feitos exames laboratoriais para detectar a quantidade de serotonina no sangue e outras substâncias que podem ter provocado o surto — coração, rins e fígado também são examinados. Veja a lista dos testes:

Tratamento da síndrome da serotonina

Com o objetivo de estabilizar a saúde do paciente, é administrada uma série de fármacos, como a benzodiazepina, que ameniza o comportamento agitado e hiperativo. Para intervir na desidratação decorrente da sudorese exagerada, é aplicado soro intravenoso. Se o médico julgar necessário, é incluído o uso de cirproeptadina, um tipo de antialérgico com propriedades inibidoras de serotonina. Contudo, alguns casos são mais graves e exigem internação sob cuidados intensivos. Assim que o paciente recebe alta, outras medidas precisam fazer parte do tratamento.

Por exemplo, é fundamental suspender o uso do medicamento responsável pela reação ou parar com o abuso de drogas que estimulam e provocam a “explosão” da serotonina. “Normalmente recomendamos uma alimentação equilibrada e rica em triptofano, um aminoácido que participa da produção de serotonina. Também deve ser revista a medicação do tratamento, se o indivíduo estiver tomando fármacos controlados”, acrescenta Corradi. Em paralelo, é importante manter o acompanhamento médico para monitorar possíveis efeitos colaterais de novos remédios e checar os níveis de serotonina.

Fonte: Guilherme Corradi, médico membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, da FIMS-International Federation of Sports Medicine e da ELMO – European Lifestyle Medicine Organization.

Referência: National Library of Medicine.

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