Seletividade alimentar em crianças autistas pode ser melhorada

Alimentação
29 de Setembro, 2021
Seletividade alimentar em crianças autistas pode ser melhorada

O autismo não é caracterizado como uma doença. Mas sim como uma condição neurológica, responsável pelo desenvolvimento e pelo comportamento de uma pessoa, bem como por sua percepção de mundo. Porém, muitos avanços foram feitos nos últimos anos e a estimulação precoce multidisciplinar tem apresentado resultados extremamente satisfatórios no tratamento de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Uma das características mais comuns é a seletividade alimentar dos indivíduos com autismo, ou seja, uma forte resistência a ingerir determinados alimentos e texturas.

Em muitos casos, a criança leva esse hábito até a fase adulta e mesmo assim não desenvolve uma variedade alimentar.

Leia também: Mitos sobre o autismo: O que é verdade e o que não é

Seletividade alimentar e autismo: Como melhorar a questão?

A fonoaudióloga Carla Deliberato apresenta técnicas simples e capazes de reverter o quadro em crianças com TEA. “O primeiro passo é identificar o grau de seletividade e onde está a maior dificuldade: se é na textura, na apresentação do prato ou até mesmo nas cores”, comenta.

De acordo com a profissional, primeiro é preciso entender as dores dos pais. Em seguida, conversar com a criança. Por essa razão, para os experimentos em seu consultório existe uma cozinha onde alguns alimentos são apresentados e preparados para a criança.

O pequeno precisa participar para conhecer e reconhecer os sabores e as cores dos alimentos. Só assim é possível introduzir texturas diferentes. “A criança que é resistente a texturas pode desenvolver alguns problemas de deglutição, de dentição e até de fala”, afirma a fonoaudióloga. Isso porque o ato de mastigar fortalece os músculos da face e da garganta.

A estimulação precoce em crianças com TEA minimiza muitos danos e garante que o desenvolvimento e a boa relação com os demais. Desse modo, é possível ter mais qualidade de vida.

Leia também: Crianças autistas e isolamento social: Como lidar com os desafios

Fonte: Carla Deliberato, fonoaudióloga dedicada ao estudo e tratamento de recusa e seletividade alimentar. Desde 2019, lidera uma clínica especializada em São Paulo – a Care Materno Infantil.

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