O que é saúde mental e por que ela é essencial para uma vida feliz
Quando o assunto é saúde, o termo é automaticamente relacionado ao estado de boa disposição física, à capacidade de autonomia para se movimentar e praticar esportes e, ainda, à ausência de enfermidades. Contudo, um aspecto essencial para que se leve uma vida saudável diz respeito à saúde mental.
O que é saúde mental
Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) não possua uma definição sobre o que é a saúde mental, ela pode ser resumida grosseiramente em uma palavra: equilíbrio. “É o estado de bem-estar, quando o indivíduo consegue lidar bem com as questões do dia a dia”, acrescenta o psicólogo Yuri Busin.
De acordo com o especialista, é essencial ter uma vida equilibrada diante das oscilações da vida. “Estresse, pressão no trabalho, algo que não sai como o planejado. Tudo isso pode afetar profundamente a saúde mental de uma pessoa e é necessário olhar para si próprio para aproveitar os momentos, mesmo em meio a dificuldades”, alerta o psicólogo.
Com a vida tendo como protagonista o imediatismo – dezenas de responsabilidades e tarefas com pouco tempo para executá-las – é comum deixar a emoção sobrepujar o lado racional. “Somos altamente influenciados pelas nossas emoções, tanto positiva quanto negativamente. As emoções são capazes de afetar a tomada de decisão. Por isso, o principal ‘segredo’ é conhecê-las para aprender a controlá-las”, explica Busin.
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A saúde mental não impacta apenas as pessoas, mas a economia. Uma pesquisa realizada pela publicação médica The Lancet estima que o custo mundial com o tratamento de transtornos decorrentes de desequilíbrios mentais poderá chegar a US$ 16 trilhões.
Sintomas de desequilíbrio da saúde mental
Embora o estado mental seja afetado quando algo não vai bem, é o corpo que avisa que necessita de atenção. Eis alguns indícios:
- Insônia ou muito sono;
- Fadiga ou falta de ânimo para executar até atividades mais simples;
- Isolamento social (perde-se a vontade ou o interesse em interagir com amigos, família, pessoas do convívio em geral).
- Alterações no humor – irritabilidade constante, com paciência fragilizada, por exemplo;
- Compensações excessivas, como comer demais, ou ficar sem comer, comprar coisas sem necessidade como forma de se presentear perante as dificuldades;
- Consumo indiscriminado de drogas e álcool;
- Falta de concentração e foco. Começa várias atividades, mas tem dificuldade para concluí-las. Ler um texto, por exemplo, torna-se um desafio;
- Pensamentos negativos predominantes;
- Preocupação excessiva com o futuro ou com algo que pode nem acontecer.
Por que se preocupar com esses sintomas?
No longo prazo, tais comportamentos podem levar a patologias e transtornos mais sérios, como depressão, síndrome do pânico e até suicídio. Somente um psicólogo, psiquiatra ou outro especialista da área da saúde mental está apto a diagnosticar um possível problema e as formas de combatê-lo.
Dicas para cuidar melhor da sua saúde mental
Assim como o corpo precisa de exercício físico e alimentação saudável para manter seu pleno funcionamento, a mente exige alguns cuidados para você se manter positivo e fortalecido, mesmo quando o cenário da vida não está muito favorável.
- Permita-se sentir emoções negativas. “Aceitar os sentimentos ruins é uma forma de se conhecer, entender seus gatilhos e como controlá-los”, recomenda Busin. Dessa forma, é normal ter raiva, medo e desespero, assim como é natural sentir alegria, euforia e outros sentimentos positivos;
- Independentemente de como foi seu dia, é saudável fazer um balanço diário de tudo o que houve, valorizando as pequenas conquistas e bons momentos desse período;
- Tenha um tempo reservado para fazer o que gosta e faça disso um ritual diário, se possível. Por isso, exercite-se, leia um livro, cozinhe e faça tudo aquilo que lhe dê prazer, como forma de desopilar a mente;
- Trace metas, objetivos e um plano para alcançá-los. Assim, fica mais fácil ter motivação quando há um propósito a ser cumprido. Por exemplo, que tal começar a cuidar mais da saúde, estipulando correr sua primeira prova de 5 km?
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Fonte: Yuri Busin, psicólogo doutor em neurociência do comportamento e diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio (CASME).