Sal engorda? Entenda como o sódio atua no organismo

Alimentação
10 de Junho, 2021
Sal engorda? Entenda como o sódio atua no organismo

Apesar de não conter calorias, muita gente se pergunta se o sal engorda. Infelizmente, o alimento usado para realçar o sabor dos pratos pode ser um grande vilão da dieta e até atrapalhar quem quer perder peso. Entenda melhor:

Sal engorda? O que dizem os estudos

Infelizmente, as evidências apontam que sim, o sal engorda. Um estudo, inclusive, utilizou astronautas russos para chegar à conclusão. Nele, o professor Jens Titze, da Vanderbilt University, nos Estados Unidos, submeteu os profissionais a uma longa simulação de voo espacial.

Durante meses, os voluntários receberam praticamente a mesma alimentação todos os dias. A única diferença, entretanto, era a quantidade de sal usada para preparar os pratos — ela foi diminuindo com o passar do tempo sem que eles soubessem.

Como resultado, os astronautas relataram sentir muito mais fome com as refeições cheias de sal. Ou seja, quando exageramos no ingrediente, nosso apetite aumenta.

Já uma outra pesquisa, feita por cientistas da Universidade Queen Mary, na Inglaterra, e da Universidade de Pequim, na China, colheu amostras de urina de 1.243 pessoas. Em seguida, os participantes tiveram que preencher um diário sobre o que comiam ao longo do dia.

Os pesquisadores perceberam, então, que os indivíduos que consumiam mais sal tinham maiores porcentagens de gordura corporal. Aliás, o aumento de um grama na ingestão do ingrediente por dia elevava em 28% o risco de engordar nas crianças e em 26% nos adultos.

Sal engorda: Principais explicações

Mas se o sal não tem calorias, por que engorda? Há algumas possíveis explicações para isso. A primeira delas, por exemplo, está na nossa percepção de alimentos muito gordurosos e salgados: em um estudo conduzido na Universidade Denik, na Austrália, especialistas pediram a 49 pacientes, de 18 a 54 anos, que provassem alguns tipos de sopas de tomate, preparadas com diferentes concentrações de gordura e de sal.

Depois, eles tiveram que avaliar os caldos de acordo com as categorias “salgado” e “gorduroso”. Surpreendentemente, quanto mais sal os cremes tinham, menos as pessoas conseguiam perceber a gordura presente neles.

Além disso, indícios já mostram que sal em excesso na dieta estimula a produção de insulina, hormônio que induz o corpo a armazenar o açúcar presente no sangue como gordura. Ou seja, o sal, além de nos fazer comer mais alimentos gordurosos sem perceber, pode estimular o acúmulo de gordura.

Outras consequências para o excesso de sal

O grande problema do sal é o sódio presente nele. Em concentrações razoáveis, o elemento é importante para controlar a pressão arterial, equilibrar o volume de sangue no organismo e ajudar músculos e nervos a funcionarem corretamente.

Entretanto, exagerar na dose traz consequências negativas para a nossa saúde. Uma delas é a retenção de líquidos — quando o corpo precisa acumular água para balancear a grande quantidade de sódio presente nele. Com o tempo, pode surgir o edema: inchaço nos dedos, nas mãos, nos pés ou nas pernas.

Leia também: Sódio faz bem? O que você precisa saber

Quantidade recomendada

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha a ingestão de, no máximo, 2.300 mg de sódio por dia (considerando um adulto saudável, sem hipertensão). Isso é o mesmo que 5g diárias de sal. Contudo, a instituição pretende diminuir ainda mais a recomendação (em cerca de 30%).

A questão é que muitos alimentos industrializados e fast-foods que fazem parte da nossa rotina são recheados de sódio — mesmo os doces! Um combo de hambúrguer com batata frita, por exemplo, pode chegar a 1.356 mg. Confira a lista de outros campeões no elemento:

  • Macarrão instantâneo com tempero – 2.721 mg em 85 g;
  • Macarrão instantâneo sem tempero – 1.198 mg em 80 g;
  • Frango empanado – 759 mg em 130 g;
  • Salsicha – 551 mg em 50 g;
  • Hambúrguer de frango – 525 mg em 80 g;
  • Biscoito de polvilho – 270 mg em 30 g;
  • Biscoito cream cracker – 230 mg em 30 g;
  • Salgadinho de milho – 176,9 mg em 25 g;
  • Requeijão – 165 mg em 30 g.

Como diminuir o sal da alimentação

Trocar o sal por temperos e ervas naturais, como alho, cebola, orégano, pimenta, cheiro-verde, vinagre, azeite e limão, consiste em uma boa alternativa para diminuir o consumo do ingrediente. Ou, então, opte por variedades menos prejudiciais para o organismo:

  • Light: Possui 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio (o tradicional tem 99% de sódio);
  • Marinho: Não passa pelo processo de refinamento e concentra mais flúor, cálcio e magnésio;
  • Rosa: Com 50 tipos de minerais.
  • Verde: Chega a conter três vezes menos sódio que o sal de cozinha.

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

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