Ressonância magnética: o que é e como funciona o exame

Saúde
10 de Março, 2022
Ressonância magnética: o que é e como funciona o exame

A ressonância magnética é um exame de imagem que utiliza energia de campos magnéticos para adquirir imagens do corpo humano. A interpretação destas imagens, associada ao quadro clínico do paciente, permite ao radiologista fazer o diagnóstico de diversas doenças.

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O que pode ser detectado no exame

De acordo com o radiologista Rodrigo Ragazzini, o grande diferencial da ressonância magnética em relação a outros exames de imagem é a sua superioridade em diferenciar o contraste dos órgãos e tecidos. Dessa forma, estruturas do corpo humano que são parecidas no raio-x, na tomografia computadorizada ou na ultrassonografia, aparecem bem diferentes na ressonância, em especial as estruturas do sistema nervoso, órgãos pélvicos, músculos e articulações. Por isso, é muito importante na detecção de doenças nestes locais. Confira, agora, o que o exame pode diagnosticar:

Ressonância magnética do cérebro e da medula espinhal

As doenças do cérebro e da medula espinhal são melhores caracterizadas na ressonância magnética do que em outros exames de imagem. “Se for uma emergência, a tomografia computadorizada tem um papel importante, pois consegue detectar sangramentos ou fratura, por exemplo”, diz o radiologista.

Mas se o paciente não está em um contexto de urgência e precisa investigar doenças do sistema nervoso, a ressonância magnética é a melhor escolha, uma vez que consegue detectar alterações sutis do cérebro e da medula que outros exames não conseguem, além de ser capaz de adicionar informações se uma determinada doença está em atividade e precisa de tratamento. 

Ressonância magnética de ossos e articulações

A ressonância magnética também pode avaliar estiramentos musculares, rompimentos nos ligamentos, alterações da medula óssea, fraturas ocultas, bem como processos inflamatórios e infecciosos. Dessa forma, consegue detectar essas modificações em estágios muito mais precoces que outros exames de imagem nestes tecidos. 

Ressonância magnética de órgãos internos

Todos os órgãos abdominais e pélvicos podem ser avaliados pelo exame, como fígado, pâncreas, ovários, próstata e útero, por exemplo. “Deve-se pesar o custo-benefício de se realizar este exame para o abdome e pelve, já que tanto a ultrassonografia quanto a tomografia computadorizada também são excelentes métodos neste contexto. A avaliação caso a caso é importante para a escolha do melhor método de exame a ser realizado.”

Ressonância magnética na mama

Tem um papel de avaliação complementar à mamografia e à ultrassonografia das mamas. Normalmente, é realizada quando há dúvidas dos resultados apresentados pelos dois primeiros métodos citados. 

Como é feita a ressonância magnética?

O paciente é posicionado na maca do aparelho, que irá se movimentar até o melhor local para a realização do exame. São colocadas bobinas magnéticas em volta da região do corpo a ser estudada, para melhor definição de imagem.

Segundo o radiologista Rodrigo Ragazzini, o exame leva, em média, trinta minutos para ser realizado. Durante este período, o paciente deve ficar imóvel e se houver movimentação será necessário repetir aquela série.

Além disso, por ser um exame realizado em um aparelho com um espaço muito pequeno, pessoas claustrofóbicas podem ter dificuldade em se adaptar. Nestes casos, existe a possibilidade de se fazer o exame com sedação. 

Contraindicações

“As contraindicações absolutas da ressonância magnética estão mais relacionadas à presença de materiais implantados no corpo humano que não podem interagir com o forte campo magnético do aparelho, como alguns tipos de marcapasso, pois estes podem se desconfigurar e parar de funcionar”, exemplifica o radiologista.

Preparo para realizar o exame

Antes da realização da ressonância magnética é necessário seguir algumas recomendações de segurança:

  • Retirar toda a roupa, objetos e acessórios. O exame deve ser realizado com o avental fornecido pelo serviço de imagem, pois evita que esses materiais alterem o resultado da imagem. 
  • Objetos metálicos ou magnéticos, como cartão de banco, por exemplo, são proibidos de entrar na sala de ressonância, pois podem gerar o “efeito míssil” e serem atraídos com uma enorme velocidade para dentro do aparelho ou serem totalmente desmagnetizados e pararem de funcionar. 
  • A necessidade de jejum vai depender do tipo de exame a ser realizado e da indicação clínica de cada caso. 

“Seguir com rigidez as instruções de segurança é crucial para um bom exame, tanto em termos de qualidade de imagem, como para a proteção do paciente”, afirma.

Grávida pode realizar ressonância magnética?

Ragazzini ressalta que gestantes podem realizar a ressonância magnética e que, inclusive, esta é uma boa alternativa à tomografia computadorizada, uma vez que não utiliza radiação ionizante, que pode fazer mal para o feto. “Existe também a ressonância fetal, que é realizado nos casos de dúvida em exames de ultrassonografia obstétrica”, completa o especialista.

Crédito: Prof. Dr. Rodrigo Ragazzini, especialista em radiologia pediátrica. Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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