Reinfecção de Covid-19 aumenta a imunidade?

Saúde
23 de Fevereiro, 2022
Reinfecção de Covid-19 aumenta a imunidade?

A nova onda da Covid-19 causada pela variante Ômicron foi responsável pela disparada de casos de infecções no Brasil e no mundo. A cepa, que possui muito mais mutações do que as anteriores, não é tão agressiva e causa menos internações em pessoas vacinadas. No entanto, mesmo quem já tomou a vacina ou já se infectou anteriormente pelo coronavírus têm testado positivo para a doença. Dessa forma, dentre as centenas de dúvidas que permanecem ainda sem resposta sobre a pandemia, uma que tem sido recorrente é: a reinfecção de covid aumenta a imunidade contra a doença? Confira o que se sabe até agora.

Reinfecção de Covid foi relatada desde o início da pandemia

Logo que a pandemia começou e as pessoas começaram a se infectar, surgiram casos de reinfecção de Covid. Um dos primeiros casos reportados foi de um homem de 33 anos em Hong Kong, inicialmente diagnosticado em março de 2020. Após 142 dias, ele foi reinfectado por um vírus geneticamente distinto.

Desde então, relatos de reinfecção se tornaram comuns, sobretudo após o surgimento da variante ômicron. De acordo com pesquisas realizadas na África do Sul, por exemplo, de fato, o risco de reinfecção aumentou rápida e substancialmente após a chegada da variante. 

A imunidade diminui ao longo do tempo?

De acordo com os especialistas, mesmo com a vacinação, a imunidade cai ao longo do tempo, abrindo margem para novas infecções. Isso ocorre porque, segundo os estudiosos, a ômicron é menos reconhecível pelo sistema imunológico, o que significa que o vírus ignora a imunidade anterior.  Por isso, as doses de reforço das vacinas contra covid-19 são fundamentais.

Pesquisadores também descobriram que o coronavírus quase sempre entra no corpo humano pelo nariz e pela garganta. Porém, a imunidade na mucosa que reveste estas áreas tende a ser relativamente de curta duração em comparação com a imunidade sistêmica em todo o corpo.

O que já se sabe sobre a reinfecção de covid

O Reino Unido classifica como reinfecção alguém que recebeu um novo resultado positivo do teste de covid há mais de 90 dias após a última infecção. Já o Instituto Nacional de Estatísticas Britânico (ONS) classifica alguém como reinfectado aquelas que se infectam com um intervalo de 120 dias ou quatro testes do tipo PCR negativos consecutivos entre os testes positivos confirmando os dois casos. No Brasil, ainda faltam dados sobre a reinfecção

O ONS sugere que a taxa de reinfecção aumentou 15 vezes desde a chegada da ômicron. Além disso, sugerem que, atualmente, as reinfecções representam cerca de 10% de todas as infecções registradas na Inglaterra. Em novembro do ano passado, as reinfecções representavam apenas 1% dos casos..

Afinal, a reinfecção de covid fortalece a imunidade?

Especialistas afirmam que sim. Dessa forma, uma infecção anterior oferece proteção semelhante à duas doses da vacina, corroborando o fato de que as reinfecções aumentam a imunidade.

Porém, essa imunidade ainda não é 100% protetora. Estudos em andamento indicam, por exemplo, casos de pessoas sendo reinfectadas várias vezes. O fato, no entanto, não é surpresa, pois sabemos que os outros coronavírus humanos também causam reinfecções a cada poucos anos.

Estudo indica proteção pós-vacina dura 5 meses

Ainda de acordo com um estudo liderado pela agência governamental de Saúde Pública da Inglaterra, a Public Health England, a maioria das pessoas que tiveram covid-19 uma vez está protegida de contrair a doença novamente por pelo menos cinco meses. Os cientistas verificaram que quem já contraiu o coronavírus uma vez tem um risco cerca de 83% menor de desenvolver covid-19 novamente em comparação com quem nunca teve a doença. 

No entanto, embora traga uma boa notícia, o estudo mostra que a primeira infecção não gera 100% de imunização, ou seja, algumas pessoas podem pegar a covid-19 novamente e espalhar a infecção. Por isso, as autoridades de saúde enfatizam que as pessoas devem seguir as regras de isolamento social mesmo que já tenham contraído o vírus no passado, além das outras medidas como o uso de máscara e higienização das mãos com álcool em gel.

Fonte: BBC 

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

Leia também:

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Pessoas com histórico de infarto têm mais risco de desenvolver outros problemas de saúde a longo prazo, como insuficiências cardíaca e renal, arritmias e até depressão,

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Problemas como insuficiências cardíaca e até depressão são mais frequentes em quem sofreu um ataque cardíaco

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas