Reflexo de moro: o que é e como amenizá-lo durante o sono do bebê

Gravidez e maternidade
18 de Maio, 2022
Reflexo de moro: o que é e como amenizá-lo durante o sono do bebê

Você já presenciou o bebê esticando os braços para em seguida dobrá-los, como se fosse um abraço no ar? A cena parece fofa e até mesmo voluntária, mas a tendência é que ela seja consequência do reflexo de moro, bastante comum nos três primeiros meses de vida do pequeno. 

O pediatra Paulo Telles explica que a ação é uma proteção primitiva do bebê a atitudes que podem ocasionar sustos. “Nesta fase inicial, eles são super sensíveis a sons altos e agudos, mudanças de luminosidade e até mesmo a um toque inesperado, ou seja, movimentos que geram perda de equilíbrio ou sensação de insegurança”, detalha o especialista. 

Segundo o médico, as atividades mais básicas repentinas podem desencadear o reflexo de moro, como colocar o pequeno no trocador, carrinho e higienizá-lo durante o banho.

Leia mais: Primeiro banho do recém-nascido: afinal, quando ele deve ocorrer?

O que o reflexo de moro indica no desenvolvimento do bebê?

A presença do reflexo de moro ressalta que o sistema nervoso do bebê está se desenvolvendo dentro do esperado. Já se esta reação involuntária do pequeno continuar a acontecer para além dos três meses, o pediatra deve começar uma investigação. O mesmo vale se ela não existir em nenhum momento.

“Isso porque a ausência do reflexo de moro pode ocorrer devido a danos nos nervos do braço, fratura da clavícula, além de lesões do sistema nervoso central, má-formações cerebrais ou medulares, e infecções como meningite“, enumera o neonatologista.

Leia mais: Deformidade no crânio do recém-nascido: quando se preocupar?

O exame para verificar o reflexo de moro

Os pais perceberão que o pediatra irá avaliar o reflexo de moro do seu filho já na primeira consulta. O teste consiste em simular uma suave queda para dar um leve susto no bebê e esperar sua reação instintiva.

“No exame, o pediatra deve segurá-lo com as duas mãos, colocando uma nas costas e outra apoiando seu pescoço e cabeça. Depois, deve deixá-lo “cair” de um a dois centímetros, sem nunca retirar as mãos de debaixo de suas costas. A resposta do bebê será primeiramente esticar os braços e, logo de seguida, dobrá-los em direção ao corpo”, conta Paulo.

Leia mais: Efeito vulcânico no sono do bebê: o que é, sintomas e como lidar

Para acalmar o bebê durante o sono

Esta resposta física pode vir acompanhada de choro, inclusive ao tentar colocar o bebê para dormir ou ao mudá-lo de posição e local durante a soneca. Então, o que fazer para acalmá-lo? 

O pediatra enfatiza que o importante é encontrar alternativas que trazem a sensação de segurança para o pequeno. A técnica conhecida como charutinho, por exemplo, pode ajudar. Nela, os pais devem enrolar o bebê de maneira que o movimento dos seus braços fique mais restrito. Essa atitude fará com que ele se lembre do conforto que sentia ao estar no útero da mãe.

Outra sugestão é manter o recém nascido próximo do corpo dos pais ao colocá-lo no berço até que suas costas encoste na superfície. A ação fará com que o pequeno se sinta mais amparado, assim como sentir as mãos dos cuidadores no seu peito durante o choro.

É importante que o bebê seja mantido sempre de barriga para cima durante o descanso para que os riscos de morte súbita sejam evitados.

Fonte: Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Leia também:

Alimentação Bem-estar Gravidez e maternidade Saúde

Introdução alimentar: conheça os 6 erros mais comuns nessa fase

A adição de novos alimentos deve acontecer a partir dos 6 meses de vida e requer cuidados especiais

Alimentação Bem-estar Gravidez e maternidade Saúde

Bebê pode comer canela? E castanhas?

Muitas dúvidas surgem durante a introdução alimentar dos pequenos. Uma delas é: o bebê pode comer canela ou alimentos com potencial alergênico?

Gravidez e maternidade Saúde

Ultraprocessados representam quase 1/3 da dieta de gestantes

Consumo prejudica a saúde da mãe e do bebê a longo prazo; excesso de ultraprocessados aumenta o risco de desenvolver doenças como diabetes e obesidade