Quando o bebê começa a mexer? Saiba mais

Gravidez e maternidade
01 de Junho, 2022
Quando o bebê começa a mexer? Saiba mais

Sentir o bebê mexer na barriga é um dos momentos mais esperados pelas mães e pais durante a gestação. Mas sempre surge a dúvida: quando o bebê começa a mexer? Com quantas semanas? 

De acordo com a Dra. Isabela Nelly Machado, médica ginecologista e obstetra, o bebê começa a mexer na barriga logo nas primeiras semanas de vida, no primeiro mês de formação do embriãozinho. 

“Os primeiros movimentos não são percebidos pela mãe, podem ser observados apenas através de uma avaliação ultrassonográfica. Mas quando fazemos um ultrassom logo nas primeiras semanas de gestação, já é possível observar os movimentos fetais”, esclarece a especialista. 

Primeira mexida do bebê na barriga

A primeira mexida do bebê na barriga faz alguns movimentos como se fossem uns pulinhos, já que o embrião ainda não tem a divisão de membros e corpo. 

Segundo a nossa médica consultada, é possível ver os bebês se movendo e fazendo pequenos pulinhos na tela do ultrassom, mas a mãe não consegue perceber: “a sensação do embrião se mexendo começa a ser percebida pela mãe em torno de vinte semanas de gestação (entre a 18ª e 21ª semana de gestação)”.

A ginecologista ressalta que a sensação é muito variável de mulher para mulher: “geralmente em pequenos tremores, como se fossem tremores de gases”.

Como é a sensação do bebê mexendo?

Depois da 18ª semana, quando a mãe já começa a perceber quando o bebê começa a mexer, o feto já tem um corpinho dividido entre membros e corpo. Portanto, os movimentos são mais completos e complexos.

No entanto, a mãe não consegue perceber exatamente qual parte do corpo do feto está se mexendo: “ela apenas sente o movimento, mas se observarmos pelo ultrassom, aí é possível identificar qual parte do corpo está se mexendo”, comenta a Dra. Isabela Nelly Machado.

Quais são os movimentos do bebê ao longo das semanas?

Inicialmente, é possível visualizar pequenos pulinhos na tela do ultrassom, como se o bebê só fizesse um movimento corporal. Assim, à medida que o feto vai se desenvolvendo, seus movimentos vão se modificando, se tornando mais completos e ficando complexos. 

A obstetra ensina que ao longo das semanas, o bebê vai adquirindo movimentos mais complexos como abrir e fechar as mãos; abrir e fechar os dedos; movimentar as pernas e os pés e movimentar o pescoço; tanto de um lado para outro, quanto de cima para baixo. 

“Todos esses movimentos vão evoluindo à medida que as semanas de gestação vão aumentando. Não existem marcos oficiais para movimentar a cabeça ou movimentar as pernas, por exemplo, esse é um processo contínuo que vamos observando”, avisa a Dra. Isabela Nelly Machado.

No entanto, a partir do terceiro trimestre, em torno de 32 a 33 semanas, como a bolsa de líquido amniótico tem bastante líquido em relação ao tamanho do corpo do bebê, ele se movimenta com mais liberdade. 

Dessa forma, a médica ginecologista avisa que no final do terceiro trimestre, a partir de 33 ou 34 semanas, os movimentos vão ficando um pouco mais limitados: “apesar do bebê ainda fazer todos os movimentos, são apenas movimentos de lateralização”.

Quando o bebê começa a mexer mais?

Existem algumas situações que podem fazer o bebê se movimentar mais na barriga da mãe. Veja quais são elas, de acordo com a especialista: 

  • Quando a mãe se movimenta mais;
  • Se alimenta melhor;
  • Muda de posição.

A explicação do bebê se mover um pouco para se ajustar à posição da mãe é a acomodação no útero, dentro da bolsa do líquido amniótico e por uma questão de gravidade. 

O bebê também se mexe logo após a alimentação materna porque há um maior aporte de glicose e nutrientes: “é como se ele ficasse mais ativo e se mexesse mais”, complementa a ginecologista. 

Leia também: Abdominal durante a gravidez: Será que é liberado?

É normal ainda não ter sentido o bebê mexer?

A obstetra ressalta que até 20 ou 22 semanas, existe uma variação de mulher para mulher, que depende de vários fatores: “então é normal não sentir o bebê mexendo”. 

Ainda existe o fato de poder ser a primeira ou a segunda gestação, além do autoconhecimento corporal dessa paciente e do tecido adiposo no abdômen.

“Se a paciente é um pouco mais obesa, vai sentir um pouco mais tardiamente. Mas até as 22 semanas, consideramos normal se uma mulher relata que ainda não sentiu os movimentos fetais”, tranquiliza a especialista.

“Nós pedimos para a paciente anotar no papel quando se alimentar, ficar numa posição confortável, prestar atenção, por a mão no abdome e começar a sentir os movimentos. Em uma hora, o feto tem de se mexer sete vezes”, conta a Dra. Isabela.

Feito isso, se passar uma hora e o bebê não se mexer 7 vezes, Dra. Isabela Nelly Machado diz que o indicado é procurar uma avaliação médica para entender o que está acontecendo. “Às vezes, é só um sono fetal, pois o feto dorme na maior parte do dia, mas precisa ser avaliado”, finaliza. 

Quando se preocupar com a ausência de movimentos do bebê?

A Dra. Isabela Nelly Machado informa que, durante o início da gestação, não existem muitos parâmetros de normalidade em relação aos movimentos do bebê na barriga: “a partir de 20 semanas até o 3º trimestre, por exemplo, não tem um padrão que você possa falar se algo é normal ou não”. 

No entanto, a médica ginecologista comenta que a gestante deve observar se o bebê está se movimentando ao longo do dia por algumas vezes. 

“O dia que a gestante achar que o bebê está se movimentando menos, o ideal é procurar se movimentar mais, fazer uma alimentação e depois observar a movimentação fetal. Muitas vezes, acontece do bebê se mexer e a mãe não perceber, então é preciso ficar mais atenta aos movimentos”, avisa a obstetra.

A partir do 3º trimestre, já existem alguns parâmetros, já que está na hora do bebê se mexer, no mínimo, sete vezes: “mas essa regra só serve se for feita logo após uma alimentação”, complementa a especialista. 

Fonte: Dra. Isabela Nelly Machado, médica ginecologista, obstetra e coordenadora do Departamento Científico de Ginecologia e Obstetrícia da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas).

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