Prótese de silicone: quando é necessário remover?
A prótese de silicone nos seios está na lista de procedimentos favoritos entre a população brasileira. No entanto, vale ressaltar que esse tipo de intervenção possui riscos e contraindicações como qualquer outra cirurgia
Segundo Vivian Milani, médica radiologista especializada em mamas, que atua na Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), apesar de se tratar de um procedimento comum e considerado seguro, com uma porcentagem de risco de apenas 2%, existem algumas complicações.
“Com o passar dos anos, os implantes podem apresentar, roturas (rompimento de alguma estrutura anatômica), contratura (rejeição) ou até uma mudança do eixo da prótese (rotação), por exemplo. Essas alterações podem evoluir lentamente para rupturas maiores, causando dor e desconforto”, destaca.
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Trocar ou retirar?
Ainda de acordo com Dra. Milani, a retirada das próteses acontece em casos mais extremos. Porém, existem fatores que podem contribuir para este caminho, principalmente quando surgem essas ou outras complicações decorrentes da cirurgia. Como por exemplo, infecções, contratura, rotura e até mesmo dificuldade na cicatrização causada pelo volume muito grande da prótese. Além disso, por questões estéticas, muitas mulheres decidem voltar atrás e realizar a retirada. “Algumas ficam insatisfeitas com o tamanho das próteses, outras ganham peso, o que resulta no aumento do volume das mamas. Em alguns casos, também há o medo de desenvolver outras doenças associadas ao silicone”, completa a médica radiologista.
Entretanto, a situação é mais crítica quando há o agravamento de quadros como o desenvolvimento de linfoma anaplásico de grandes células, infecção na mama resistente ao tratamento, rompimento ou contratura. Nestes casos, o explante mamário deve ser feito o quanto antes, sendo realizado por meio de um procedimento cirúrgico. Em geral, pode-se usar a mesma cicatriz feita para a colocação da prótese de silicone.”
Cuidados básicos com a prótese de silicone
Para evitar ser surpreendida por dores, incômodos ou complicações mais sérias, Dra. Milani afirma ser essencial o acompanhamento da prótese por meio de exames de rotina, como ultrassom e mamografia e até mesmo ressonância magnética. Também vale considerar que próteses mais antigas possuem data de validade e devem ser trocadas no período de 10 a 25 anos. “Já os implantes mais recentes, chamados de texturizados (feitos de gel coesivo), geralmente não necessitam ser trocadas tão cedo, embora uma consulta com o médico que realizou o procedimento possa ser realizada a cada 10 anos, com o intuito de garantir que tudo está dentro do esperado.”
Além disso, a médica alerta que a cirurgia, que geralmente se configura como um procedimento seguro de acordo com as indicações de um profissional adequado e especializado, não é indicada para pessoas menores de 16 anos, gestantes e lactantes, pacientes com tumores nas mamas sem o tratamento adequado ou com doenças reumáticas como lúpus eritematoso e artrite reumatoide.
Fonte: Vivian Milani, médica radiologista especializada em mamas, que atua na Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI).