Prisão de ventre: causas, possíveis complicações e como tratar
- 1. Por que temos prisão de ventre?
- 2. Afinal, quantos dias é normal ficar sem evacuar?
- 3. Quando a prisão de ventre pode ser sinônimo de problema?
- 4. O que pode acontecer se a prisão de ventre for crônica?
- 5. O que fazer se tenho prisão de ventre frequente?
- 6. Tratamento para prisão de ventre
- 7. Exercícios para prisão de ventre
- 8. Alimentação para combater a prisão de ventre
- 9. Linhas de cuidado Vitat - Alimentação com comida de verdade
A prisão de ventre ou dificuldade para ir ao banheiro é normal em alguns momentos e ocorre por diversas razões. No entanto, quando os episódios são muito frequentes e duradouros, pode ser sinal um sinal de alerta para a saúde do intestino. Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia, cerca de 20 milhões de pessoas ficam vários dias sem ir ao banheiro e sofrem os desconfortos do problema.
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Por que temos prisão de ventre?
As causas da constipação são variadas, mas basicamente tudo o que comemos e fazemos (ou deixamos de fazer) influencia no funcionamento do intestino. Logo, o trânsito lento pode ser fruto de sedentarismo, pouca hidratação e de uma dieta deficiente em fibras. Estresse, ansiedade e falta de rotina (viagens muito frequentes, por exemplo) também contribuem para o “intestino preguiçoso”. Veja outras razões e situações que podem estar relacionadas à prisão de ventre:
Uso contínuo de medicamentos laxativos
Além dos riscos de causar desidratação e outros problemas intestinais, consumir laxantes com frequência suprime a função natural motora do intestino (movimentos peristálticos). Remédios antidepressivos, anti-inflamatórios (corticoesteroides) e opioides também têm potencial de atrapalhar a rotina de evacuação.
Postergar a evacuação
Às vezes não conseguimos ir ao banheiro no primeiro sinal do intestino, seja porque estamos em um compromisso, reunião ou outro motivo. Contudo, se essa prática for frequente, confundimos o cérebro sobre o envio desse estímulo, que passa a ser desregrado.
Longos períodos sem se alimentar ou não se alimentar o suficiente
Ambos os hábitos podem alterar o trânsito intestinal. Se o jejum for intencional, com acompanhamento profissional, é preciso observar se o intestino sofreu mudanças em sua rotina: alterações na dieta, com redução de refeições, inclusão ou exclusão de alimentos, podem melhorar ou piorar a prisão de ventre.
Doenças variadas
Hipotireoidismo, síndrome metabólica, doença de Parkinson, de Chagas, diabetes, síndrome do intestino irritável, entre outras, podem mexer com o trânsito intestinal. Por isso, é necessário diagnosticá-las e tratá-las corretamente para restabelecer a rotina de evacuação.
Gravidez
Normalmente, a gestação promove uma série de mudanças no corpo da futura mamãe, e o intestino não passa despercebido. Devido ao crescimento do bebê e à ação hormonal, é natural que o intestino fique comprimido e o trânsito torne-se mais lento por conta disso. Por outro lado, é importante que a prisão de ventre seja controlada para evitar hemorroidas e outros desconfortos.
Afinal, quantos dias é normal ficar sem evacuar?
À primeira vista, é aceitável ficar três dias sem ir ao banheiro, mas a sensação de esvaziamento também conta. Então, se você não vai ao banheiro todos os dias, mas ao ir percebe que evacuou completamente e não sente nenhum desconforto depois, não há problema nisso.
Quando a prisão de ventre pode ser sinônimo de problema?
Se a vontade de ir ao banheiro for intensa e se as tentativas de evacuar sem sucesso ultrapassarem três dias, é desejável ir ao médico para avaliar o que está acontecendo. Pouca quantidade de fezes após muitos dias de constipação intestinal também indica algum tipo de obstrução no órgão, o que exige investigação profissional. Outros sinais que sugerem anormalidade no sistema digestivo:
- Excesso de gases.
- Distensão abdominal.
- Cólicas abdominais.
- Fezes muito duras, com aparência ressecada e escassas.
- Sangue ou alteração na cor das fezes.
- Sensação de estufamento mesmo após ir ao banheiro.
O que pode acontecer se a prisão de ventre for crônica?
Além dos desconfortos abdominais (gases, estufamento etc), ficar muito tempo sem ir ao banheiro pode causar enfermidades dolorosas, sendo algumas até graves. Por exemplo:
Hemorroidas
São dilatações dos vasos localizados na região do ânus, que podem ser internas ou mais aparentes, perceptíveis ao alcance do toque. Por se tratar de uma área mais sensível, é comum que o inchaço incomode e cause dores ao ir ao banheiro, ou ao se sentar. Geralmente os motivos que incentivam o aparecimento dos edemas são diversos, mas os mais corriqueiros são forçar muito a evacuação, permanecer sentado no vaso sanitário por longos períodos e alimentação muito rica em condimentos e pimentas.
Diverticulite
É uma inflamação no intestino que provoca o aparecimento de pequenas bolsas (divertículos) com sangue e fluidos no tecido interno do órgão que atrapalha o trânsito das fezes. Porém, a diverticulite pode ser grave se os sacos estiverem grandes ou muito inflamados, pois há o risco de desencadear um quadro hemorrágico caso essas bolsas se rompam. Embora seja mais comum em pessoas a partir dos 40 anos, a condição é favorecida pelo esforço ao evacuar, típico da prisão de ventre.
Torção do cólon (volvo)
Popularmente chamado “nó no intestino”, a torção do cólon é literalmente um nó que se forma em uma das alças do órgão, que dificulta a passagem das fezes e do sangue. A constipação crônica é uma das responsáveis, e se não for tratado, pode levar à necrose da região e causar outras complicações mais graves.
Câncer colorretal
Atualmente, esse é o segundo tipo de câncer mais comum nas mulheres e o terceiro mais frequente nos homens que tem a prisão de ventre ou a diarreia como um de seus sinais. Perda de peso, febre, dores abdominais também integram o quadro clínico da doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada ano, são diagnosticados 41.010 novos casos de câncer de intestino no Brasil. É importante ressaltar que a prisão de ventre não é uma causa do problema, mas um sintoma que não deve ser negligenciado, sobretudo se for crônico.
O que fazer se tenho prisão de ventre frequente?
Antes de mais nada, procure ajuda médica e relate todos os sintomas, há quanto tempo está com dificuldade para evacuar, se as crises são recorrentes e como é o seu estilo de vida. Assim, o médico terá mais facilidade para avaliar o que está havendo e se a constipação intestinal é indício de alguma enfermidade. A fim de descartar ou confirmar suspeitas, são solicitados exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética, e exames laboratoriais.
Tratamento para prisão de ventre
É prescrito de acordo com a causa da constipação, pois é essencial identificar a presença de outras doenças que podem estar provocando o problema. No entanto, se a prisão de ventre for um incômodo isolado, o médico poderá sugerir mudanças de hábitos, a começar pela alimentação.
Ao mesmo tempo, o profissional pode recomendar alguns medicamentos laxativos para aliviar o desconforto. Contudo, tais remédios são utilizados temporariamente, apenas com a finalidade de estimular a musculatura intestinal para a evacuação — o uso prolongado é capaz de gerar o efeito contrário, enfraquecendo as funções naturais do órgão.
Exercícios para prisão de ventre
Todas as modalidades são bem-vindas para quem sofre com prisão de ventre. Dessa forma, é importante escolher um tipo de atividade física que gere prazer e não obrigação. Também é ideal procurar ajuda profissional para evitar lesões e avaliar possíveis restrições físicas.
Alimentação para combater a prisão de ventre
É fato que os alimentos têm um papel importante na saúde do intestino. Portanto, incluir alimentos ricos em fibras e integrais facilitam a formação do bolo fecal e impactam no bom funcionamento do órgão. A regra de ingerir bastante líquidos aliada à boa alimentação é essencial, pois a água é responsável pela hidratação das fezes e a passagem delas pelo intestino até sua excreção. Veja alguns alimentos que não podem faltar em seu cardápio:
- Mamão.
- Aveia.
- Ameixa.
- Laranja.
- Abacate.
- Verduras como alface, couve, escarola, agrião e repolho.
- Probióticos.
- Oleaginosas como nozes, castanhas e amêndoas.
- Brócolis e couve-flor.
- Azeite.
Lembre-se de que é necessário equilibrar as refeições com o objetivo de combinar os alimentos e nutrientes. Afinal, a variedade é uma estratégia nutricional para atingir todas as necessidades diárias, inclusive as fibras, fundamentais para a saúde das fezes. Uma dica é acrescentar sucos com propriedades laxativas naturais e que ao mesmo tempo hidratam o organismo. Veja aqui algumas receitas.
Linhas de cuidado Vitat – Alimentação com comida de verdade
Especialistas aconselham que o caminho para a prevenção de diversos problemas é reduzir ou parar de consumir alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras e açúcares e pobres em nutrientes. Então, se você está em busca de uma alimentação mais equilibrada e farta em opções de “comida de verdade”, veja aqui nosso programa da dieta páleo, de apenas duas semanas. Como resultado, tenha mais disposição, melhoria da prisão de ventre e mais consciência sobre escolhas saudáveis em seu prato!
Referências: Instituto Nacional de Câncer (INCA); Hospital Sírio-Libanês; Rede D’Or São Luiz; e Federação Brasileira de Gastroenterologia.