Pressão alta: o que é, sintomas e causas da hipertensão
- 1. O que é pressão arterial
- 2. O que é pressão alta
- 3. Sinais e sintomas de pressão alta
- 4. Fatores de risco
- 5. Causas
- 6. Diagnóstico de pressão alta
- 7. Complicações
- 8. Pressão alta tem cura?
- 9. Tratamento
- 10. Exercícios para hipertensão
- 11. Hipertensão na gravidez
- 12. Hipertensão em crianças e adolescentes
- 13. Pressão alta tem prevenção
- 14. Pré-hipertensão: o que é e como prevenir
- 15. Diferentes especialidades médicas envolvidas nos cuidados da pressão alta
- 16. Programas Vitat para hipertensão
- 17. Serviços nos Espaços de Saúde e Bem-estar por Vitat
- 18. Fontes/bibliografia
- 19. Links úteis
Mais conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial afeta grande parte dos brasileiros — cerca de 38,1 milhões de pessoas com 18 anos ou mais, o equivalente a 23,9% da população dessa faixa etária, diz a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE.
O que é pressão arterial
A expressão “pressão arterial” (PA), às vezes referida também como “pressão sanguínea”, refere-se à pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes das artérias. Essa pressão é causada em parte pelo coração, que é o órgão muscular contrátil que impulsiona o sangue para as artérias. Ao se contrair (sístole), ele injeta cerca de 70 ml de sangue no sistema arterial, a cada “batida”, fazendo aumentar aquela pressão. Durante sua dilatação (diástole), a pressão diminui. Assim, tem-se, alternativamente, dois valores da pressão arterial: (1) pressão “máxima” ou sistólica e (2) pressão “mínima” ou diastólica.
Da mesma forma, e com as mesmas consequências, as artérias também são órgãos ligeiramente contráteis e quando contraídas ou dilatadas contribuem para determinar uma pressão arterial mais alta ou mais baixa. Ademais, a pressão arterial pode também ser afetada pela perda da elasticidade das artérias, o que acontece, por exemplo, na arteriosclerose. Esses mecanismos, por sua vez, dependem do sistema nervoso, sistema cardiovascular e dos rins. Distúrbios nessas estruturas podem alterar a pressão arterial e causar problemas de pressão.
O que é pressão alta
Segundo o Ministério da Sáude, ela acontece quando os valores da nossa pressão são iguais ou superiores a 140 por 90 mmHg (milímetros de mercúrio), o que a maioria das pessoas conhece como “14 por 9”. Contudo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) já considera desde 2020 o número 130 por 80 mmHg (13 por 8) como pré-hipertensão.
O primeiro número diz respeito à força que o coração faz para expulsar o sangue de dentro dele e levar para todos os órgãos. O segundo, por outro lado, é a pressão de ‘relaxamento’. Se eles estão muito altos, o órgão fica sobrecarregado.
Sinais e sintomas de pressão alta
A pressão alta não é chamada de “assassina silenciosa” por nada. Pois, a maioria das pessoas com pressão alta não tem ideia de que são afetadas. Mas, se deixada sem tratamento, ela pode causar endurecimento das artérias, derrame, danos nos rins e até mesmo declínio cognitivo e demência.
Dito isso, os principais sintomas são:
- Enjoo;
- Dor de cabeça;
- Dor na nuca;
- Sonolência;
- Zumbido no ouvido;
- Pequenos pontos de sangue nos olhos;
- Visão dupla ou embaçada;
- Dificuldade para respirar;
- Palpitações cardíacas.
Fatores de risco
A doença é herdada dos pais em 90% dos casos. Mas, há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles:
- Tabagismo;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Obesidade;
- Estresse;
- Grande consumo de sal;
- Níveis altos de colesterol;
- Sedentarismo.
Causas
Existem várias causas para a hipertensão arterial, sendo algumas delas naturais e outras relacionadas a hábitos e estilo de vida.
- Hereditariedade: de acordo com o Ministério da Saúde, 90% dos casos de hipertensão são hereditários, ou seja, é uma condição genética.
- Alimentação: excesso de sal, consumo de bebida alcoólica de forma excessiva e consumo de alimentos que prejudicam o controle do colesterol, como ultraprocessados e frituras, são fatores que podem causar hipertensão.
- Sedentarismo: a falta de atividade física também é um fator que pode desencadear hipertensão. Pois, os exercícios ajudam a manter o coração funcionando corretamente e auxiliam, também, no controle do peso, evitando a obesidade.
Hipertensão x estresse
O estresse excessivo aumenta os níveis de hormônios como adrenalina, noradrenalina, dopamina e cortisol. Como resultado, surge o risco de doenças cardiovasculares e hipertensão, mesmo em adultos com pressão normal. É o que diz uma pesquisa publicada no Hypertension, periódico da Associação Americana do Coração.
O estudo, conduzido na Universidade da Carolina em Los Angeles, nos Estados Unidos, apontou que, quando os níveis desses quatro hormônios dobram, há um acréscimo de 21% a 31% no risco de hipertensão. Assim, o resultado foi obtido após um acompanhamento dos participantes do estudo por cerca de seis anos.
Além disso, a probabilidade de eventos cardiovasculares subiu 90% com a duplicação dos níveis de cortisol.
Os pesquisadores, em um comunicado à imprensa, afirmaram que os níveis desses hormônios aumentam como reação aos eventos estressantes do dia a dia, seja na vida pessoal ou no trabalho. De acordo com os cientistas, a análise mostra como o estado mental pode afetar positiva ou negativamente a saúde cardiovascular.
O estudo sobre estresse excessivo
Os cientistas analisaram os níveis hormonais de 412 adultos, com idades entre 48 e 87 anos. Dessa maneira, todos apresentavam pressão arterial normal.
A concentração dessas substâncias foi medida por meio de um único teste de urina noturno de 12 horas. Além disso, em outros três momentos, foram monitoradas algumas condições de saúde do grupo, como desenvolvimento de hipertensão e eventos cardiovasculares.
Diante dos achados, os pesquisadores ressaltam que o teste de urina utilizado pode ser útil na prevenção de eventos cardiovasculares associados a altos níveis dos hormônios do estresse. No entanto, isso deve ser avaliado por outros experimentos.
“Embora todos esses hormônios sejam produzidos na glândula adrenal, eles têm diferentes mecanismos para influenciar o sistema cardiovascular. É importante estudar individualmente sua relação com a hipertensão e problemas cardiovasculares”, completam os autores da investigação americana.
Por outro lado, é importante destacar que se trata de um estudo de pequeno porte. Portanto, ele fornece o racional para que mais pesquisas sobre o tema sejam conduzidas.
Diagnóstico de pressão alta
Mas, como diagnosticar a pressão alta? Você já deve ter feito um exame de medição de pressão arterial pelo menos uma vez na vida — aquele aparelhinho que aperta o seu braço. Contudo, a cardiologista Juliana Peres afirma que ele, isoladamente, não é capaz de diagnosticar a hipertensão.
Isso porque diversos fatores podem alterar a nossa pressão, e são considerados completamente normais. “Estar com a bexiga cheia, comer logo antes de realizar a medição e estar falando durante o processo são alguns exemplos”, ela diz. Dessa forma, o check up ideal para averiguar se você tem o problema chama-se MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial). Trata-se de um aparelhinho que você usa durante 24 horas. Nesse período, ele calcula sua pressão arterial de tempos em tempos. A média dos resultados, então, é que dirá se você sofre com a condição ou não.
Exames
A forma mais simples de identificar a hipertensão é usando um esfigmomanômetro. Ou seja, aquele aparelho que comprime o braço ao mesmo tempo em que o médico toca a artéria com o estetoscópio. Assim, o resultado desse exame deve ter mostrado dois números e, se o paciente está saudável, provavelmente é dada a medida 12 por 8.
Contudo, demais exames complementares podem ser feitos, como:
- Tomografia cardíaca computadorizada
- Ultrassom das carótidas
- Proteína C reativa
- Dosagem de lipoproteína (a)
- MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial)
Complicações
Ainda que sem sintomas, órgãos como coração, cérebro e rins, além dos vasos sanguíneos, são afetados pela condição, que é considerada um fator de risco para infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC), doença renal crônica e morte prematura.
Embora os medicamentos façam parte do tratamento, outras medidas são necessárias para combater a doença, como reduzir o consumo de sódio na alimentação e adotar hábitos de vida saudáveis, com a prática regular de exercícios físicos e dieta balanceada. Por fim, é fundamental também o acompanhamento frequente com um médico cardiologista.
Pressão alta tem cura?
A hipertensão não tem cura, mas tem controle. Assim, uma vez controlada, o paciente poderá viver muito bem e com qualidade de vida.
Tratamento
Como dito, a pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelo programa Farmácia Popular. Para retirar os remédios, basta apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas.
Remédios para pressão alta
Cerca de 10 milhões de pessoas morrem de complicações da hipertensão arterial todos os anos, no mundo. No Brasil, 30% da população têm o diagnóstico de pressão alta, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Por ser um problema que atinge muitas pessoas, o número de medicamentos disponíveis para o controle da condição é alto: só no país, há mais de 40 opções, na listagem do Ministério da Saúde. Embora muitas das opções sejam remédios novos contra hipertensão arterial, ainda são utilizados medicamentos que estão no mercado há anos. Nesse sentido, é comum surgir a dúvida: qual é o melhor?
Os dois, segundo Fábio Pitta, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, visto que os efeitos mudam pouco. “Não são novas classes de substâncias. Ou seja, elas têm uma ação semelhante às antigas medicações”, explica o especialista sobre a ação dos remédios mais novos.
A principal diferença está na posologia, ou na dosagem. “É possível reduzir a quantidade de vezes em que o paciente precisa tomar o remédio de três para uma no dia, por exemplo”, explica Pitta.
Remédios novos contra a hipertensão arterial
Ainda, versões mais atuais também conseguem combinar até três substâncias em um único comprimido, o que facilita a rotina do paciente. Um estudo conduzido no George Institute for Global Health, junto a pesquisadores de outros países, testou a eficácia e segurança na combinação de três princípio ativos, em pequenas doses, já utilizados contra a hipertensão: telmisartan, amlodipina e clortalidona.
O resultado foi que o uso da “pílula tripla” se mostrou mais eficaz nos indivíduos que fizeram uso por seis meses, enquanto a maioria dos pacientes no tratamento tradicional precisou, no mesmo período, adicionar uma ou mais medicações para alcançar um resultado semelhante. Os resultados foram divulgados no periódico científico JAMA, em 2018.
Medicamentos contra a hipertensão
Entre os medicamentos mais usados para controlar a pressão alta, estão:
- Diuréticos: aumentam a eliminação de sódio pela urina, diminuindo a retenção de líquidos no corpo e ajudando a reduzir a pressão arterial. Existem mais de sete classes desse tipo de medicação, mas todas devem ser consumidas apenas sob orientação médica;
- Inibidores adrenérgicos: têm atuação no Sistema Nervoso Central no relaxamento dos vasos sanguíneos e permitindo que o sangue circule com mais facilidade. Eles se dividem em dois tipos: Alfa-1 bloqueadores e Betabloqueadores.
- Vasodilatadores direto: promovem a dilatação dos vasos, facilitando a circulação do sangue e evitando o esforço excessivo do coração.
- Antagonistas dos canais de cálcio: impedem que o cálcio entre nas células do coração e das artérias, permitindo que os vasos permaneçam relaxados e abertos para o fluxo sanguíneo. Alguns tipos ainda podem diminuir a frequência cardíaca, protegendo o coração do risco que o esforço excessivo provoca no órgão.
- Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): impedem que o hormônio chamado angiotensina, responsável pelo estreitamento dos vasos sanguíneos, seja produzido.
- Inibidores do receptor da angiotensina II: semelhante ao IECA, só que atuam no receptor da angiotensina, impedindo que ela atue no organismo.
Dieta para hipertensão
“Hábitos alimentares ruins podem desencadear e agravar o problema. Por isso, é muito importante mudá-los”, ressalta a nutricionista. Isto é, é preciso ter uma diminuição no consumo de sódio (o recomendado é apenas 5g por dia) e alimentos industrializados, embutidos e processados. “Salsicha, salame e mortadela, por exemplo, são considerados vilões”, diz a nutricionista Samanta Miraldi.
Por outro lado, deve-se aumentar a ingestão de itens ricos em fibras, potássio, cálcio e magnésio — presentes principalmente em frutas e verduras. “Derivados do leite, se desnatados, são ótimas opções”, complementa. Resumindo, aposte em:
- Consumir menos sódio;
- Reduzir a ingestão de alimentos industrializados;
- Cortar ou diminuir drasticamente as bebidas alcoólicas do cardápio;
- Fazer uma dieta equilibrada (e indicada por um nutricionista) que respeite a sua rotina e suas preferências alimentares;
- Comer mais frutas, verduras e legumes (ou seja, desembalar menos, descascar mais!);
- Parar de fumar;
- Por fim, praticar atividades físicas com supervisão.
Dieta DASH – a dieta do coração
A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) – ou, em uma tradução livre, dieta para barrar a hipertensão, propõe o baixo consumo de sódio, açúcares e de gordura saturada, encontrada em frituras, carnes vermelhas e industrializados. Assim, o cardápio surgiu a partir de um estudo realizado em universidades dos Estados Unidos e avaliou o efeito da restrição alimentar sobre a pressão arterial.
Mas, além de barrar a hipertensão, uma variação propôs a redução calórica para auxiliar na perda de peso e melhorar o perfil metabólico. Com isso, o consumo de frutas, verduras, laticínios magros, peixes, oleaginosas e grãos integrais, como aveia e linhaça, está liberado.
Desse modo, a gordura total deve representar 27% de toda alimentação do dia, sendo até 6% de gordura saturada e até 150 miligramas de colesterol. Além disso, os carboidratos respondem por 55% das calorias e as proteínas por 18%.
O que pode comer
- Carnes magras: frango sem pele e peixe, possuem menor teor de gordura saturada, colesterol e gordura total,
- Oleaginosas: A dieta dash recomenda o consumo de quatro a cinco porções de oleaginosas por semana (uma porção é igual a ⅓ de xícara ou 40 gramas).
- Frutas, legumes e verduras: estão liberadas de 4 a 5 porções por dia de frutas, suco também conta. Mas, a medida ideal de hortaliças por dia é uma xícara se forem cruas e meia xícara se forem cozidas.
- Leite e derivados magros Queijos, iogurtes e outros derivados do leite são eficazes na redução do peso.
- Cereais integrais: pães, cereais e massas integrais ou trigo integral são permitidos. Pois, alimentos integrais são mais nutritivos do que os refinados, pois contêm maior quantidade de fibras, vitaminas e minerais, retidas nas estruturas removidas com a refinação.
- Azeite
Chás
Chá de alho
O chá de alho é um dos mais indicados para controlar a pressão arterial, pois ele é rico em antioxidantes que, não apenas fortalecem a imunidade, mas ajudam no controle da pressão, bem como do colesterol. Portanto, para prepará-lo basta amassar um dente de algo e deixar ferver em água durante três minutos. Ao consumir de 1 a 3 dentes de alho diariamente, seus benefícios para a saúde podem ser notados a curto prazo.
Chá de hibisco
O chá de hibisco já foi apontado como um aliado do emagrecimento, porém, além de ajudar na perda de peso, ele também ajuda no controle da pressão arterial. O hibisco é uma flor rica em antioxidantes e naturalmente calmante.
Chá de erva cidreira
A erva cidreira é famosa por seu efeito calmante. Por isso, principalmente em momentos de estresse – quando a pressão arterial tende a se elevar, o chá de erva cidreira pode ajudar a controlá-la.
Chá de cavalinha
O chá de cavalinha possui propriedades diuréticas que previnem que o corpo retenha líquido em excesso e consequentemente haja aumento da pressão arterial.
Chá de limão
O chá de limão é mais uma opção, pois, rico em vitamina C – e essa é uma vitamina naturalmente anti-inflamatória. Além disso, o suco de limão (ou limonada) tem efeito similar, como demonstrou um estudo realizado na Turquia.
Exercícios para hipertensão
o exercício físico pode ajudar a diminuir a pressão arterial. Além disso, também fornece mais energia e é uma ótima maneira de aliviar o estresse e se sentir melhor.
Uma revisão de estudos publicado no período de Medicina Esportiva Britânico, uma revista especializada, indica que o esforço físico pode ter o mesmo potencial dos remédios no controle dessa doença.
- Exercícios cardiovasculares ou aeróbicos: Podem ajudar a diminuir sua pressão arterial e fortalecer seu coração. Os exemplos incluem caminhada, corrida, pular corda, ciclismo (estacionário ou ao ar livre), patinação, remo, aeróbica de alto ou baixo impacto, natação e hidroginástica.
- Treinamento de força: Cria músculos fortes que ajudam a queimar mais calorias ao longo do dia. Também é bom para as articulações e os ossos. Além disso, treino de força é importante para proteger o corpo de lesões nos exercícios aeróbicos.
- Alongamento: Torna o corpo mais flexível, ajuda a se mover melhor e a evitar lesões.
O recomendado é fazer atividades moderadas, como caminhadas rápidas, por 30 minutos, pelo menos 5 dias por semana. No entanto, se você estiver com pouco tempo, atividades vigorosas, como corrida, proporcionam o mesmo benefício em 20 minutos, 3 a 4 dias por semana.
Hipertensão na gravidez
A Doença Hipertensiva da Gravidez (DHEG) – ou hipertensão – é o problema de saúde mais comum entre as grávidas. O aumento da pressão sanguínea pode acometer tanto a mãe, quanto o feto, e não é preciso um histórico do quadro para desenvolver a complicação. As causas de hipertensão na gravidez podem estar relacionadas com uma alimentação desequilibrada ou má formação da placenta.
Assim, o corpo logo começa a apresentar as mudanças. Ou seja, os índices ficam acima de 140/90 mmHg, e a mulher passa a sentir dores na nuca, dor de cabeça, visão embaçada, dor na barriga e inchaços entre os principais sintomas.
Quando o quadro surge somente após a 20ª semana de gestação, é chamado de hipertensão gestacional. A situação permanece ao longo da gravidez. Mas, tende a sumir até 3 meses após o parto.
A doença pode ser perigosa e até desenvolver a pré-eclâmpsia, uma complicação grave que provoca o aborto caso não seja tratada adequadamente.
No Brasil
Dados do Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde mostram que a hipertensão gestacional foi a principal causa direta de morte materna dos óbitos ocorridos entre 1996 e 2018, seguida de hemorragia, infecção puerperal e aborto.
A morte materna é o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o seu término, independentemente da duração ou da localização da gravidez.
O mesmo levantamento indica elevados patamares contabilizados no Brasil. Em 2018, o país registrou 59,1 óbitos de gestantes para cada 100 mil nascidos vivos. Bem acima da meta firmada com a Organização das Nações Unidas (ONU), que em 2015 era de 35 mortes.
A hipertensão gestacional está associada a complicações graves tanto para a mãe quanto para o feto. Pois, quando a pressão está alta provoca um esforço maior do coração para que o sangue seja distribuído corretamente pelo corpo. Por isso, é de extrema importância que a gestante faça a aferição dos níveis pressóricos a cada consulta médica.
Sintomas
- Inchaço generalizado
- Pressão arterial superior a 140/90 mmHg;
- Dores de cabeça constantes
- Dores fortes na barriga
- Visão embaçada
- Dor na nuca
- Sensibilidade à luz
Fatores de risco
Gestantes hipertensas apresentam maior risco de parto prematuro, descolamento da placenta, alterações no fluxo de sangue na placenta e restrição do crescimento fetal. Dessa maneira, as complicações são mais comuns nas mulheres que apresentam quadro grave, caracterizado por níveis de pressão arterial acima de 160/110 mmHg.
- Menos de 18 ou mais de 35 anos
- Primeira gravidez
- Sobrepeso
- Gravidez gemelar
- Histórico familiar de pré-eclâmpsia
Consequências da hipertensão gestacional
Como consequência, a DHEG representa graves riscos para a vida da gestante e do feto. No caso materno, pode provocar convulsões, insuficiência renal, acidente vascular cerebral, anemia, insuficiência cardíaca e sangramentos. Com isso, o perigo se estende ao bebê, que passa a receber sangue em menor quantidade pela placenta mal inserida, podendo até ir a óbito por falta desses nutrientes.
Em casos raros, a placenta se descola, o que gera consumo intenso de plaquetas e fatores de coagulação, além de impedir o envio de oxigênio ao feto. “Assim, o parto deve ser imediato. A mortalidade do bebê é maior que 50%, bem como há risco de sangramento materno intenso, sendo a prematuridade outra consequência”, alerta Negrini.
Para retardar o nascimento e evitar os efeitos da prematuridade, é possível manter a gestação até fases mais avançadas com uso de anti-hipertensivos. Mas, o controle deve ser mantido até 42 dias após o parto. Pois, as substâncias liberadas na placenta e que elevam a pressão arterial demoram a serem metabolizadas.
Tipos de hipertensão na gravidez
- Preexistente: mulheres que são hipertensas antes da gravidez continuarão sendo ao longo de toda a gestação. Mas, se os sintomas Se for identificada antes da 20ª semana de gestação, a mulher já sofria com pressão alta e não sabia.
- Hipertensão gestacional: surge somente depois da 20ª semana e não apresenta perdas de proteínas na urina.
- Pré-eclâmpsia: quando a hipertensão surge após a 20ª semana de gravidez e está associada à perda de proteínas na urina, ou proteinúria. Assim, está ligada a problemas renais, do fígado, do sistema nervoso central ou queda no número de plaquetas.
Risco de pré-eclâmpsia
Quando não é tratada, pode evoluir para eclâmpsia e causar convulsões, coma e até morte da mãe e do bebê. Pois, é uma forma de hipertensão muito mais grave. Portanto, toda gestante deve ser cuidadosamente observada e fazer exames de urina com frequência. Mas, nos casos em que não se consegue baixar a pressão arterial, mesmo com os remédios prescritos pelo obstetra, o parto deve ser induzido para evitar o risco de morte de ambos.
Tratamento para pressão alta na gravidez
A dieta para ajudar a reduzir a pressão alta na gravidez deve ser pobre em sal e rica em ácido fólico, uma forma de evitar o acúmulo de líquidos e aliviar a pressão dentro dos vasos.
Assim, boa parte dos medicamentos utilizados no tratamento são contraindicados na gravidez, o que torna o controle da pressão mais difícil. Pois, ao menos que seja um caso grave, os médicos preferem não tratar com medicação. Mas, apesar da gestante poder aferir a pressão arterial em casa, a consulta serve como acompanhamento para evitar que a situação se agrave ainda mais. Ou seja, na hipertensão gestacional não-grave, a grávida não precisa ficar de repouso na cama, mas é indicado uma redução nas atividades do dia-a-dia. Por fim, mulheres que desenvolvem hipertensão gestacional grave têm taxas de complicações semelhantes às da pré-eclâmpsia. Assim, devem ser tratadas de forma semelhante.
Hipertensão em crianças e adolescentes
Apesar de ser mais comum em adultos, a hipertensão arterial — também conhecida como pressão alta — vem atingindo cada vez mais jovens e adolescentes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a hipertensão infantojuvenil afeta cerca de 17% das crianças brasileiras.
Assim, o diagnóstico e a intervenção precoce são extremamente importantes para evitar maiores prejuízos durante a vida adulta.
“O aumento da pressão arterial em crianças e adolescentes vem se multiplicando muito, e isso pode trazer consequências graves para toda a vida. Por isso, essa patologia, especialmente em jovens, exige conhecimento e diagnóstico correto para tratamento adequado. Na maioria das vezes, a identificação pode ser feita por meio de medidas de pressão arterial feitas por um profissional de saúde”, explica o Dr. Pedro Júnior, cardiologista do HCSG.
Segundo o especialista, a hipertensão infantil pode ocorrer por várias causas. “Geralmente ela está relacionada à obesidade infantil e ao sedentarismo”, alerta.
Pressão alta tem prevenção
Adotar hábitos de vida saudáveis e aderir ao tratamento recomendado pelo médico é muito importante, uma vez que “a hipertensão arterial pode estar relacionada a 80% dos casos de AVC e 60% dos casos de infarto. Além disso, já sabemos que os hipertensos têm mais possibilidades de complicações pela Covid-19”, afirma a cardiologista Rica Buchler, de São Paulo.
Como é uma doença multifatorial, adotar uma dieta saudável (rica em vegetais e pobre em sal), controlar o peso e o nível de glicemia no sangue ajuda. Além disso, sempre é recomendada a atividade física e uma visita anual ao médico. Caso um dos pais seja hipertenso, a aferição da pressão arterial deve começar aos 20 anos”;
Pré-hipertensão: o que é e como prevenir
A pré-hipertensão ocorre quando a pressão arterial está elevada, mas ainda não atingiu os valores necessários para o diagnóstico de hipertensão, ou seja, acima de 140/90mmHg. Geralmente, a doença não apresenta sintomas, mas quem tem os sente relata tonturas, dor de cabeça, enjoos, cansaço excessivo e dor no peito.
Dessa forma, é fundamental fazer o diagnóstico para iniciar as medidas de prevenção e tratamento de acordo com as necessidades de cada indivíduo, evitando assim complicações cardiológicas, renais e neurológicas. Se não for tratada corretamente, a pré-hipertensão pode evoluir para hipertensão, uma condição que traz sérios riscos para a saúde.
De acordo com o jornal científico The Lancet, o número de pacientes com hipertensão dobrou no mundo nos últimos 30 anos. A análise foi feita com 100 milhões de adultos, entre 30 e 79 anos, em 184 países.
O que é pré-hipertensão?
A pré-hipertensão significa pressão arterial elevada, mas não o suficiente para ser diagnosticada como hipertensão. Veja abaixo como são definidas as classificações da doença.
- Menos de 90×60: pressão baixa
- Entre 90×60 a 120×80: pressão normal
- De 121×81 a 139×89: pré-hipertensão
- Acima de 140×90: pressão alta
As consequências da pré-hipertensão sem controle
A pré-hipertensão não pode ser ignorada, pois quando não é tratada corretamente, pode atingir o coração, de acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Como consequência de ter a circulação sanguínea afetada, o órgão não consegue receber sangue e oxigenação adequadamente, aumentando a probabilidade de um infarto, por exemplo.
Os hipertensos também precisam redobrar a atenção em relação ao AVC (Acidente Vascular Cerebral), já que a doença também afeta as artérias da cabeça, que ficam mais frágeis e, consequentemente, mais suscetíveis a estreitamentos e rupturas.
Existem ainda outros riscos para aqueles pacientes que convivem com a pressão alta, tais como:
- Pequenas obstruções e hemorragias no cérebro que podem eliminar os neurônios, causando demência e até perda da memória;
- Insuficiência renal: a pressão elevada influencia nos valores que irrigam a retina (tecido no fundo dos olhos). Diante desse cenário, o paciente pode sofrer com vista embaçada e perda da visão.
Por que é importante medir a pressão com regularidade?
O monitoramento da pressão ajuda a identificar com mais agilidade casos de pré-hipertensão e hipertensão. Assim, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor será o tratamento.
Dessa forma, é possível acompanhar a pressão em farmácias, postos de saúde ou até mesmo sua própria residência. Para aqueles pacientes que preferem a terceira opção, é fundamental contar com monitores de pressão arterial que sejam aprovados pela Anvisa, pois garantem um diagnóstico com mais qualidade e precisão.
A Sociedade Brasileira de Hipertensão criou uma lista com os monitores mais indicados. É importante conhecer as características de cada um para entender quais são as alternativas que correspondem melhor ao seu perfil. Além disso, a SBH indica que a pressão seja medida após o paciente permanecer de repouso por um período de cinco minutos.
Como prevenir a pré-hipertensão?
De acordo com Edilberto Castilho Júnior, cardiologista do Hospital Santa Catarina, é fundamental evitar consumo excessivo de sal, produtos embutidos e enlatados, além de refrigerantes e bebidas alcoólicas.
O profissional ainda destaca que parar de fumar e fazer atividade física também ajudam na prevenção da doença.
Para o cardiologista, exercícios aeróbicos e anaeróbicos são ótimos escudos contra a doença. O consumo de alimentos saudáveis, como frutas, verduras, legumes e grãos também são indicados.
No entanto, caso você seja sedentário e pretenda iniciar uma atividade física, recomenda-se procurar um cardiologista para que o profissional verifique se você está apto a fazer exercícios.
Já em relação à alimentação, é fundamental buscar ajuda com uma nutricionista para que ela liste quais são os alimentos mais indicados para o seu perfil. Aqui, deve-se evitar dietas padrões da internet. Afinal, cada corpo é único e tem as suas particularidades.
Em grande parte dos casos, tanto a pré-hipertensão quanto a hipertensão são doenças silenciosas. Para se ter uma ideia, até os danos aos órgãos, como coração, cérebro, rins e olhos podem ocorrer sem o paciente sofrer com nenhum tipo de sintomas.
Segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, mesmo sem sinais da doença, a pressão deve ser medida de forma regular, mas a preocupação deve ser ainda mais intensa quando existem sinais de que a pressão está elevada, como dor no peito, dor de cabeça, tontura, zumbido, palpitações, fraqueza, falta de ar, sangramento nasal e visão embaçada.
Diferentes especialidades médicas envolvidas nos cuidados da pressão alta
Por ter tratamento que engloba tanto mudanças no estilo de vida como medicações, o acompanhamento de condições como a pressão alta é mais eficaz quando feito por uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais de diferentes áreas trabalhando em conjunto.
Veja abaixo algumas especialidades que podem compor esse cuidado, sua função e qual a frequência de consultas sugerida:
- Clínico geral, geriatra, médico de família, cardiologista: é quem faz o diagnóstico, prescreve o tratamento e a medicação (quando necessário), identifica os fatores de risco, avalia as condições de saúde associadas e orienta sobre como prevenir possíveis complicações. O recomendado é ter consultas duas vezes ao ano ou conforme a necessidade;
- Nutricionista: é quem personaliza as recomendações de uma alimentação saudável de acordo com a necessidade, os gostos e a rotina de cada pessoa. Esse profissional fará um plano alimentar adequado à sua condição e aos objetivos traçados juntos com o médico, indicará o que comer, como e quando, e incentivará o aumento no consumo de frutas e vegetais e a diminuição do sódio na dieta. A recomendação é consultar pelo menos uma vez ao ano;
- Cardiologista: é o médico que vai acompanhar e ver se está tudo bem com o coração. Como o diabetes pode estar associado a problemas cardíacos, é recomendado se consultar com um cardiologista pelo menos uma vez por ano;
- Psicólogo: cuida das emoções, pensamentos e comportamentos, auxiliando a saúde mental e, por consequência, a física. Nem sempre é fácil lidar com o diagnóstico ou com os desafios que a vida impõe, então ter um apoio psicológico pode fazer total diferença no bem-estar físico e emocional. As consultas são conforme a necessidade de cada pessoa.
Outras especialidades envolvidas nos cuidados com a pressão alta
- Educador físico: cria um plano de atividade física de acordo com a necessidade e capacidade da pessoa atendida, além de acompanhar e orientar a execução dos exercícios. As consultas são conforme a necessidade;
- Farmacêutico: pode auxiliar com informações sobre como tomar o medicamento da forma correta, além de orientar sobre possíveis interações entre medicamentos, muitas vezes prescritos para tratar diferentes condições. Ele também é capaz de ensinar a forma correta de usar o equipamento para medir a pressão;
- Oftalmologista: consultas de rotina para ver a saúde dos olhos são recomendadas para todas as pessoas. Porém, como o diabetes pode gerar possíveis complicações na visão, como forma de prevenção recomenda-se passar em uma consulta com esse profissional pelo menos uma vez por ano;
- Dentista: o ideal seria que todas as pessoas fizessem consultas odontológicas regulares, não só quem tem diabetes. Mas quem tem a condição e não consegue controlar tão bem a glicemia pode ficar mais suscetível a problemas bucais como mau hálito, cáries, infecções e gengivite. Fazer um acompanhamento preventivo semestral (pelo menos) pode tanto evitar essas complicações como prevenir que fiquem mais graves caso aconteçam.
- Enfermeiro: tem o papel de acompanhar, tirar dúvidas e incentivar os hábitos saudáveis e a adesão ao tratamento proposto pelo médico e demais profissionais da equipe de saúde. As consultas com esse profissional podem ser feitas pelo menos uma vez ao ano;
O que perguntar para o médico na consulta
O que causa pressão alta?
Embora a causa da pressão alta na maioria das pessoas permaneça incerta, inatividade, dieta rica em carboidratos refinados e gordura saturada, obesidade, idade avançada e genética podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão.
Quais problemas de saúde estão associados à pressão alta?
Várias condições estão ligadas à pressão alta, incluindo:
- Aterosclerose: uma doença das artérias causada por um acúmulo de placa, ou material gorduroso, nas paredes internas dos vasos sanguíneos; A hipertensão contribui para esse acúmulo, colocando mais estresse e força nas paredes das artérias.
- Doença cardíaca: como insuficiência cardíaca, doença cardíaca isquêmica e cardiomiopatia hipertensiva
- Doença renal: a hipertensão pode danificar os vasos sanguíneos e os filtros nos rins, de modo que os rins não podem excretar os resíduos adequadamente.
- AVC: pressão alta pode levar a um acidente vascular cerebral, seja contribuindo para o processo de aterosclerose (que pode levar a bloqueios e/ou coágulos), ou enfraquecendo a parede do vaso sanguíneo e causando sua ruptura.
Qual o tratamento adequado para pressão alta?
Mudanças no estilo de vida são fundamentais para manter a pressão arterial normal. De fato, a maioria dos médicos os sugere antes de prescrever medicamentos. Além disso:
- Parar de fumar;
- Manter um peso saudável;
- Seguir uma dieta saudável;
- Diminuir a quantidade de sal na alimentação;
- Praticar exercícios;
- Limitar o consumo de álcool;
- Reduzir o estresse.
Programas Vitat para hipertensão
Serviços nos Espaços de Saúde e Bem-estar por Vitat
Aferição de pressão + Perfil lipídico
MAPA – Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial
Minuto Saúde – Aferição de pressão + Aferição de glicemia
Fontes/bibliografia
Dr. Pedro Júnior, cardiologista do HCSG.
Romulo Negrini, coordenador médico da obstetrícia do Hospital Israelita Albert Einstein.
Doutor Rica Buchler, médico cardiologista de São Paulo
Agência Einstein
Edilberto Castilho Júnior, cardiologista do Hospital Santa Catarina
Juliana Peres, médica cardiologista
Samanta Miraldi, nutricionista e especialista em fisiologia do exercício
Rodrigo Paez, médico formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em Cirurgia Cardíaca, Cardiovascular, Endovascular e Marcapassos.