Pré-hipertensão: o que é e como prevenir
A pré-hipertensão ocorre quando a pressão arterial está elevada, mas ainda não atingiu os valores necessários para o diagnóstico de hipertensão, ou seja, acima de 140/90mmHg. Geralmente, a doença não apresenta sintomas, mas quem tem os sente relata tonturas, dor de cabeça, enjoos, cansaço excessivo e dor no peito.
Dessa forma, é fundamental fazer o diagnóstico para iniciar as medidas de prevenção e tratamento de acordo com as necessidades de cada indivíduo, evitando assim complicações cardiológicas, renais e neurológicas. Se não for tratada corretamente, a pré-hipertensão pode evoluir para hipertensão, uma condição que traz sérios riscos para a saúde.
De acordo com o jornal científico The Lancet, o número de pacientes com hipertensão dobrou no mundo nos últimos 30 anos. A análise foi feita com 100 milhões de adultos, entre 30 e 79 anos, em 184 países.
O que é pré-hipertensão?
A pré-hipertensão significa pressão arterial elevada, mas não o suficiente para ser diagnosticada como hipertensão. Veja abaixo como são definidas as classificações da doença.
- Menos de 90×60: pressão baixa
- Entre 90×60 a 120×80: pressão normal
- De 121×81 a 139×89: pré-hipertensão
- Ccima de 140×90: pressão alta
As consequências da pré-hipertensão sem controle
A pré-hipertensão não pode ser ignorada, pois quando não é tratada corretamente, pode atingir o coração, de acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Como consequência de ter a circulação sanguínea afetada, o órgão não consegue receber sangue e oxigenação adequadamente, aumentando a probabilidade de um infarto, por exemplo.
Os hipertensos também precisam redobrar a atenção em relação ao AVC (Acidente Vascular Cerebral), já que a doença também afeta as artérias da cabeça, que ficam mais frágeis e, consequentemente, mais suscetíveis a estreitamentos e rupturas.
Existem ainda outros riscos para aqueles pacientes que convivem com a pressão alta, tais como:
- Pequenas obstruções e hemorragias no cérebro que podem eliminar os neurônios, causando demência e até perda da memória;
- Insuficiência renal: a pressão elevada influencia nos valores que irrigam a retina (tecido no fundo dos olhos). Diante desse cenário, o paciente pode sofrer com vista embaçada e perda da visão.
Por que é importante medir a pressão com regularidade?
O monitoramento da pressão ajuda a identificar com mais agilidade casos de pré-hipertensão e hipertensão. Assim, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor será o tratamento.
Dessa forma, é possível acompanhar a pressão em farmácias, postos de saúde ou até mesmo sua própria residência. Para aqueles pacientes que preferem a terceira opção, é fundamental contar com monitores de pressão arterial que sejam aprovados pela Anvisa, pois garantem um diagnóstico com mais qualidade e precisão.
A Sociedade Brasileira de Hipertensão criou uma lista com os monitores mais indicados. É importante conhecer as características de cada um para entender quais são as alternativas que correspondem melhor ao seu perfil. Além disso, a SBH indica que a pressão seja medida após o paciente permanecer de repouso por um período de cinco minutos.
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Como prevenir a pré-hipertensão?
De acordo com Edilberto Castilho Júnior, cardiologista do Hospital Santa Catarina, é fundamental evitar consumo excessivo de sal, produtos embutidos e enlatados, além de refrigerantes e bebidas alcoólicas.
O profissional ainda destaca que parar de fumar e fazer atividade física também ajudam na prevenção da doença.
Para o cardiologista, exercícios aeróbicos e anaeróbicos são ótimos escudos contra a doença. O consumo de alimentos saudáveis, como frutas, verduras, legumes e grãos também são indicados.
No entanto, caso você seja sedentário e pretenda iniciar uma atividade física, recomenda-se procurar um cardiologista para que o profissional verifique se você está apto a fazer exercícios.
Já em relação à alimentação, é fundamental buscar ajuda com uma nutricionista para que ela liste quais são os alimentos mais indicados para o seu perfil. Aqui, deve-se evitar dietas padrões da internet. Afinal, cada corpo é único e tem as suas particularidades.
Em grande parte dos casos, tanto a pré-hipertensão quanto a hipertensão são doenças silenciosas. Para se ter uma ideia, até os danos aos órgãos, como coração, cérebro, rins e olhos podem ocorrer sem o paciente sofrer com nenhum tipo de sintomas.
Segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, mesmo sem sinais da doença, a pressão deve ser medida de forma regular, mas a preocupação deve ser ainda mais intensa quando existem sinais de que a pressão está elevada, como dor no peito, dor de cabeça, tontura, zumbido, palpitações, fraqueza, falta de ar, sangramento nasal e visão embaçada.
Fonte: Dr. Edilberto Castilho Júnior, Cardiologista do Hospital Santa Catarina.