Pneumonia bacteriana: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Saúde
27 de Dezembro, 2021
Pneumonia bacteriana: o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Pneumonias são infecções que atingem os pulmões e que podem ser causadas por diferentes agentes. Dentre os tipos mais comuns, estão as bactérias, responsáveis pela pneumonia bacteriana. Esses micro-organismos estão presentes no ar e chegam ao sistema respiratório sem que sequer nos demos conta.

Para eliminá-los, são necessários tratamentos específicos feitos com antibióticos e, em alguns casos, até mesmo internação hospitalar e uso de oxigênio suplementar. A seguir, entenda em detalhes o que é a pneumonia bacteriana e como é possível proteger-se dessa doença que, se não tratada, pode se tornar grave e deixar sequelas.

 Pneumonia bacteriana: o que é

Como o próprio nome já diz, a pneumonia bacteriana é uma infecção que ocorre nos pulmões e é causada por bactérias. Além das bactérias, outros micro-organismos e substâncias podem ser responsáveis pelas pneumonias de modo geral. É o caso dos vírus, fungos e agentes químicos. Nesta última situação, o fator motivador é a inalação de substâncias tóxicas.

De acordo com o pneumologista Celso Padovesi, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, no caso da infecção pulmonar causada por bactéria, o patógeno pode chegar até o pulmão por meio do ar que respiramos ou do sangue que leva, pelo sistema circulatório, micro-organismos de outras partes do corpo aos órgãos respiratórios.

A bactéria que mais comumente causa as pneumonias bacterianas é conhecida como Pneumococo (Streptococcus pneumoniae). Outras bactérias frequentemente ligadas à doença são a Haemophilus influenzae, a Chlamydophila pneumoniae e a Mycoplasma pneumoniae. 

Transmissão da pneumonia bacteriana 

De acordo com o especialista, geralmente a transmissão da pneumonia bacteriana não ocorre pessoa para pessoa. “Na maioria das vezes, não se sabe como a bactéria chegou até os pulmões. Porém, sabemos que há dois caminhos: pelo ar ou pelo sangue”, explica Celso Padovesi.

Isso significa que pode haver a aspiração do micro-organismo causador da doença e que, por diferentes motivos – como ter os mecanismos de defesa do corpo já comprometidos contra agentes externos ou a existência de uma alta virulência da bactéria, por exemplo – instala-se o quadro pneumônico. Em casos mais raros, a bactéria chega aos pulmões proveniente de outro local do corpo. “Não necessariamente precisa haver infecção em outra parte do corpo, mas as bactérias podem entrar no corpo por outro lugar, e chegar no pulmão através da corrente sanguínea”, explica o especialista.

Como prevenir

Primeiramente, é importante manter uma rotina saudável, incluindo hábitos como manter uma alimentação equilibrada, evitar o sedentarismo, não fumar, usar álcool em gel e lavar frequentemente as mãos. Atualmente, existem também as vacinas contra pneumonia. Chamadas de vacinas antipneumocócicas, elas reduzem as chances de contrair a doença e estão disponíveis no Sistema Único de Saúde para grupos específicos de pessoas e na rede privada para o público em geral.

Sintomas da pneumonia bacteriana  

Os sintomas mais comuns da pneumonia bacteriana são febre, tosse e falta de ar. Também podem ocorrer dor no corpo, dor de cabeça, falta de apetite, fadiga e fraqueza.

A internação só será necessária quando sintomas graves aparecerem, explica o pneumologista Celso Padovesi. É o caso da queda de oxigenação. Essa sintomatologia ocorre em decorrência da dificuldade de passagem do oxigênio do ar que adentra os pulmões para o sangue. Dessa forma, a troca gasosa que ocorre nos alvéolos pulmonares pode ser prejudicada pelo processo infeccioso e inflamatório.

Outros sintomas que indicam gravidade são falta de ar intensa (insuficiência respiratória), além de alterações importantes em exames de sangue (como a gasometria arterial). Em casos em que o paciente é portador de doenças graves e, portanto, pode haver uma dificuldade maior do corpo em combater a infecção, também é necessária vigilância extra e pode ser necessária a internação hospitalar.

Pneumonia bacteriana grave: quem tem mais propensão a desenvolver

Pacientes sob risco de desenvolver pneumonia grave ou de forma mais frequente são aqueles que já possuem alguma limitação em seus organismos. É o caso, por exemplo, das crianças menores de dois anos, dos idosos, e dos portadores de doenças pulmonares crônicas (asma, enfisema pulmonar, fibrose pulmonar) e outras doenças crônicas, como diabetes, insuficiência renal, doença cardíaca e doenças que afetam a imunidade, por exemplo.

Tratamento da pneumonia bacteriana 

O tratamento é feito principalmente com antibióticos. Dessa forma, a escolha da medicação depende de fatores como idade, doenças crônicas e se o tratamento será feito em casa ou no hospital. “Para tratamento em casa, podem ser utilizados, por exemplo, Amoxicilina, Amoxicilina-Clavulanato, Azitromicina, Claritromicina, Levofloxacina e Cefuroxima”, explica o médico. Já nos casos em que é necessária a internação, podem ser usados medicamentos como Ceftriaxone, Levofloxacina, Ceftarolina, dentre outros.

O especialista explica ainda que, geralmente, as bactérias que causam a chamada pneumonia adquirida na comunidade (ou seja, pneumonia em pessoas que não estão internadas em clínicas ou hospitais) costumam ser sensíveis aos antibióticos mais comuns. Porém, com o uso indiscriminado de antibióticos, é crescente a notificação de casos de bactérias resistentes, como por exemplo Pneumococo resistente à penicilina. 

Além do tratamento com antibióticos para pneumonia, outros métodos podem ajudar na recuperação do paciente. É o caso, por exemplo, da fisioterapia respiratória, que pode ajudar especialmente as pessoas que precisam ficar internadas em enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva. A fisioterapia evita o acúmulo de secreções respiratórias que podem estar exacerbadas pelo processo infeccioso, ajustando a necessidade de suporte de oxigênio e mantendo ou aumentando a expansão pulmonar, além de outras frentes.

Em alguns casos, pode ser preciso utilizar o suporte ventilatório não-invasivo (como CPAP e BiPAP) e, principalmente em casos de insuficiência respiratória, pode se fazer necessária a realização da intubação e o uso de suporte ventilatório invasivo, a chamada “ventilação mecânica”.  

Possíveis sequelas

Principalmente nos casos mais leves, a pneumonia não deixa sequelas e, após a cura, é possível levar a vida normalmente, como era antes da doença. Porém, nos casos mais graves podem ficar algumas sequelas. Entre os possíveis quadros que persistem após a cura da pneumonia estão:

  • Bronquiectasias: dilatação dos brônquios causada pela lesão infecciosa
  • Atelectasias: parte das vias aéreas inferiores colabam e dificultam a entrada de ar no segmento pulmonar em questão
  • Formação de nódulos pulmonares
  • Calcificações
  • Cicatrizes fibróticas no tecido pulmonar

Por fim, essas sequelas podem impor algumas limitações ao dia a dia, como falta de ar aos esforços, tosse crônica, que pode ser seca ou com presença de secreção pulmonar e maior susceptibilidade para pneumonias. Além disso, em casos mais graves, pode ser necessário o suporte de oxigênio de forma contínua.

Fonte: Celso Padovesi, pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo.

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