Pedra na vesícula (colelitíase): o que é, causas, sintomas e tratamento
Pedra na vesícula (colelitíase) é uma condição caracterizada pela formação de pequenas pedras na vesícula biliar. O órgão está localizado próximo ao fígado e é responsável por armazenar a bile produzida por ele — isto é, secreção que contribui para a digestão, a quebra de gorduras e a absorção de algumas vitaminas. Assim, entenda melhor:
Afinal, o que é a pedra na vesícula?
A bile é formada por água, colesterol, sais biliares, bilirrubinato e lecitina. Quando estão em equilíbrio, essas substâncias mantêm a bile em estado líquido. Contudo, quando colesterol, sais biliares ou bilirrubinatos são produzidos em excesso, há a precipitação de pequenos grânulos, que podem resultar em cálculos biliares na vesícula.
“Alguns fatores podem levar ao aparecimento da pedra na vesícula, por exemplo: obesidade, perda de peso em um curto espaço de tempo, pacientes que são submetidos à cirurgia bariátrica e pessoas que têm hipercolesterolemia (colesterol ‘alto’)”, explica o cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico Dr Gustavo Patury.
Sintomas de pedra na vesícula
O médico afirma que indivíduos com a condição podem não apresentar sintomas durante boa parte da vida. Alguns acabam descobrindo em exames de rotina (ultrassom, por exemplo).
Mas a pedra na vesícula também dá sinais em certos casos. O principal é a cólica biliar: dor forte que começa na boca do estômago e irradia para o lado direito e para as costas, principalmente depois de uma refeição rica em gorduras. “Outros sintomas acontecem justamente quando a pedra sai da vesícula, pois ela pode entupir o canal e inflamar o órgão. O quadro é chamado de colecistite aguda e exige internação e operação de emergência”, complementa o especialista.
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Complicações
Além disso, o médico alerta para uma complicação da condição. “Acontece quando as pedras descem e entopem o principal canal para o fígado, obstruindo também o canal do pâncreas. Isso impossibilita, assim, a eliminação das enzimas que o último órgão produz, e o quadro evolui para uma pancreatite aguda”, diz.
As pancreatites são subdivididas em:
- Leves: o paciente fica internado de 3 a 7 dias na UTI, em jejum absoluto. Melhorando a crise, é realizada a cirurgia da vesícula;
- Graves: podem causar desidratação e pressão baixa. Coração, pulmões ou rins podem falhar.
Principais fatores de risco
- Obesidade;
- Idade acima de 40 anos;
- Familiares com pedra na vesícula;
- Gravidez;
- Ademais, reposição hormonal;
- Uso de anticoncepcional oral;
- Dislipidemia – colesterol alto;
- Ganho ou perda de peso repentinos;
- Cirurgia bariátrica;
- Uso de medicamentos análogos da somatostatina;
- Diabetes;
- Além disso, baixo consumo de fibras e alto de açúcares refinados;
- Anemia falciforme e outras anemias hemolíticas;
- Fatores hormonais (em particular, resistência à insulina);
- Alterações genéticas no metabolismo do colesterol;
- Por fim, variações do microbiota intestinal.
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Tratamentos para pedra na vesícula
O tratamento se resume à cirurgia para a retirada da vesícula, mesmo para pacientes assintomáticos, já que há risco de evolução da condição para quadros mais graves.
Fonte: Gustavo Patury, cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico, especialista em operações robóticas minimamente invasivas, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica.