Pedra na vesícula (colelitíase): o que é, causas, sintomas e tratamento

Saúde
04 de Abril, 2022
Pedra na vesícula (colelitíase): o que é, causas, sintomas e tratamento

Pedra na vesícula (colelitíase) é uma condição caracterizada pela formação de pequenas pedras na vesícula biliar. O órgão está localizado próximo ao fígado e é responsável por armazenar a bile produzida por ele — isto é, secreção que contribui para a digestão, a quebra de gorduras e a absorção de algumas vitaminas. Assim, entenda melhor:

Afinal, o que é a pedra na vesícula?

A bile é formada por água, colesterol, sais biliares, bilirrubinato e lecitina. Quando estão em equilíbrio, essas substâncias mantêm a bile em estado líquido. Contudo, quando colesterol, sais biliares ou bilirrubinatos são produzidos em excesso, há a precipitação de pequenos grânulos, que podem resultar em cálculos biliares na vesícula.

“Alguns fatores podem levar ao aparecimento da pedra na vesícula, por exemplo: obesidade, perda de peso em um curto espaço de tempo, pacientes que são submetidos à cirurgia bariátrica e pessoas que têm hipercolesterolemia (colesterol ‘alto’)”, explica o cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico Dr Gustavo Patury.

Sintomas de pedra na vesícula

O médico afirma que indivíduos com a condição podem não apresentar sintomas durante boa parte da vida. Alguns acabam descobrindo em exames de rotina (ultrassom, por exemplo).

Mas a pedra na vesícula também dá sinais em certos casos. O principal é a cólica biliar: dor forte que começa na boca do estômago e irradia para o lado direito e para as costas, principalmente depois de uma refeição rica em gorduras. “Outros sintomas acontecem justamente quando a pedra sai da vesícula, pois ela pode entupir o canal e inflamar o órgão. O quadro é chamado de colecistite aguda e exige internação e operação de emergência”, complementa o especialista.

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Complicações

Além disso, o médico alerta para uma complicação da condição. “Acontece quando as pedras descem e entopem o principal canal para o fígado, obstruindo também o canal do pâncreas. Isso impossibilita, assim, a eliminação das enzimas que o último órgão produz, e o quadro evolui para uma pancreatite aguda”, diz.

As pancreatites são subdivididas em:

  • Leves: o paciente fica internado de 3 a 7 dias na UTI, em jejum absoluto. Melhorando a crise, é realizada a cirurgia da vesícula;
  • Graves: podem causar desidratação e pressão baixa. Coração, pulmões ou rins podem falhar.

Principais fatores de risco

  • Obesidade;
  • Idade acima de 40 anos;
  • Familiares com pedra na vesícula;
  • Gravidez;
  • Ademais, reposição hormonal;
  • Uso de anticoncepcional oral;
  • Dislipidemia – colesterol alto;
  • Ganho ou perda de peso repentinos;
  • Cirurgia bariátrica;
  • Uso de medicamentos análogos da somatostatina;
  • Diabetes;
  • Além disso, baixo consumo de fibras e alto de açúcares refinados;
  • Anemia falciforme e outras anemias hemolíticas;
  • Fatores hormonais (em particular, resistência à insulina);
  • Alterações genéticas no metabolismo do colesterol;
  • Por fim, variações do microbiota intestinal.

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Tratamentos para pedra na vesícula

O tratamento se resume à cirurgia para a retirada da vesícula, mesmo para pacientes assintomáticos, já que há risco de evolução da condição para quadros mais graves.

Fonte: Gustavo Patury, cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico, especialista em operações robóticas minimamente invasivas, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica.

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