Paxlovid: saiba mais sobre a pílula contra a COVID-19
Recentemente, a agência de saúde americana Food and Drug Administration (FDA) fez um anúncio muito aguardado nos últimos meses: autorizou o uso emergencial do primeiro antiviral para tratamento oral de Covid-19. Trata-se do Paxlovid, da Pfizer, que são comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir embalados juntos para uso oral. De acordo com a empresa farmacêutica, o comprimido experimental reduziu em 89% risco de hospitalizações e mortes pela Covid.
Segundo os cientistas, quando usado nos primeiros três a cinco dias de manifestação dos sintomas da doença, o medicamento pode reduzir a gravidade da infecção. Dessa forma, ele evita 9 de cada 10 internações, além de salvar vidas. O Paxlovid pode contribuir no controle do coronavírus, especialmente neste momento em que os casos voltaram a subir com a variante Ômicron.
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Brasileiro recebeu o remédio em Israel
Em Israel, onde o medicamento já começou a ser distribuído, o brasileiro Simcha Neumark, de 33 anos, foi o primeiro paciente de Covid-19 a tomá-lo. Neumark tomou cinco doses da vacina, mas como tem uma doença autoimune, seu corpo não desenvolveu anticorpos contra o vírus.
Segundo o brasileiro, o remédio dá uma sensação de cansaço, mas elimina os sintomas da Covid-19. “No meu caso clínico, em questão de 15 horas houve uma melhora muito grande. Eu estava com febre de 39.5ºC, que parou; uma dor de garganta forte, que parou, e as enxaquecas pararam. Eu sinto um cansaço, como se fosse uma (recuperação) pós-gripe”, disse em entrevista ao portal de notícias G1.
Além desses sintomas, especialistas informam que o medicamento também pode causar efeitos colaterais como a diminuição do paladar, diarreia, hipertensão e dores musculares.
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Como funciona o Paxlovid
O Paxlovid é um antiviral experimental que bloqueia uma enzima que o coronavírus precisa para se replicar. O comprimido foi dado aos pacientes junto com uma dose baixa de outro antiviral, o ritonavir. Esse segundo remédio ajuda a desacelerar o metabolismo ou a quebra do Paxlovid, para que ele permaneça ativo no corpo por períodos mais longos em concentrações mais altas, ajudando a combater o vírus.
Além disso, o ritonavir é também é usado em combinação com o antiviral lopinavir para tratamento do HIV, no medicamento conhecido como Kaletra. Anteriormente, a combinação desses dois antivirais já havia sido testada em ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde contra o coronavírus, mas foi descartada na ocasião.
Orientações gerais sobre a medicação
Ainda segundo a FDA, o Paxlovid é indicado para o tratamento da Covid-19 leve a moderada em adultos e crianças (a partir dos 12 anos e que pesem, pelo menos, 40kg). A agência ressaltou ainda que a indicação inclui casos que apresentam alto risco de progressão para Covid-19 grave, como hospitalização ou morte. Outros pontos importantes a serem considerados são:
- O Paxlovid não está autorizado para a prevenção ou pós-exposição de Covid-19;
- Também não é indicado para tratamento de pessoas já hospitalizadas com Covid-19 em estado grave ou crítico;
- O medicamento não é um substituto da vacinação, ainda é considerada a maior forma de prevenção da doença.
- Com relação ao início do tratamento, a agência orientou que o paciente comece o uso imediatamente após o diagnóstico e dentro de cinco dias após o início dos sintomas.
No Brasil, ainda não há um posicionamento oficial da Anvisa sobre o medicamento, tampouco se ele chegará no país. No entanto, já há rumores de que o valor da medicação é bastante elevado ($530 por tratamento), o que pode dificultar a sua distribuição.
Fonte: G1 e PEBMED