Osteoporose: Veja o que causa a doença e como prevenir
Cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil sofrem com os efeitos da osteoporose, segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso). Ainda que seja bastante famosa, a doença — que costuma ser tão silenciosa quanto perigosa — segue pouco diagnosticada, o que leva ao tratamento tardio e, consequentemente, a complicações para os pacientes.
“A osteoporose é uma doença que causa aumento da fragilidade do osso, o que deixa as pessoas mais predispostas a fraturas. Sabemos que quebrar os ossos, principalmente depois dos 50 anos, aumenta os riscos de fatores que levam ao óbito”, alerta André Ramos, reumatologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
De acordo com ele, é importante que as pessoas entendam que cuidar da saúde dos ossos eleva a longevidade e melhora também a qualidade de vida. “Além desse conceito básico, há uma avaliação da densidade do osso, ou seja, a quantidade de cálcio nos ossos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que há osteoporose quando o cálcio está com a presença abaixo de 2,5% nos ossos”, completa.
Leia também: Selênio pode reduzir o risco de osteoporose?
Fatores de risco
Entre os principais fatores de risco, André elenca os seguintes:
- Idade: o risco de desenvolver osteoporose aumenta após os 50 anos;
- Ser do sexo feminino: além de uma estrutura óssea menor e mais frágil, as mulheres têm menor aquisição de densidade óssea ao longo da vida e perdem mais cálcio do que os homens, processo que fica mais intenso na fase da menopausa;
- Sedentarismo: baixa quantidade de massa muscular resulta em maior desgaste de cálcio;
- Doenças inflamatórias e autoimunes e disfunção da tireoide;
- Uso crônico de certos medicamentos, como corticóide, e substâncias como cigarro e excesso de álcool;
- Deficiência de cálcio: provocada por alimentação pobre na ingestão de cálcio ou falha na absorção do mineral (causada por ausência de vitamina D, doença celíaca ou inflamação intestinal, por exemplo);
- Histórico familiar.
Fique de olho nos sintomas da osteoporose
“A doença é silenciosa, pois não causa sintomas específicos. Os sintomas ocorrem quando já há uma fratura. Mas é importante salientar que a osteoporose é a principal causa das fraturas do quadril nos idosos e mata mais do que o câncer de mama ou o infarto agudo do miocárdio, já que 20% dos pacientes que sofrem fratura do quadril morrem nos primeiros 12 meses”, detalha Henrique Mansur, médico ortopedista da Clínica Pedus. Por isso, o ideal é sempre realizar consultas de rotina para identificar a doença o quanto antes.
Um dos primeiros sinais que aparecem é a dor, que, na maioria das vezes, fica localizada na região das articulações. “Fraqueza para levantar objetos ou até mesmo para se levantar de um sofá ou de uma cama também são sintomas da osteoporose, assim como fraturas que não necessariamente são seguidas de queda”, destaca André.
Leia também: Cardápio para osteoporose: o que consumir e o que evitar
Para o diagnóstico, são feitos exames de sangue e um teste chamado densiometria óssea, que mede a taxa de cálcio nos ossos. “Pode, ainda, ser utilizada a calculadora chamada FRAX, que mede o risco de ocorrer uma fratura por osteoporose. Essa ferramenta pode ser encontrada no site da Abrasso”, informa Henrique.
Com relação ao tratamento da osteoporose, André diz que, em geral, os médicos passam uma suplementação para o paciente, receitando cálcio e vitamina D. “Falando em vitamina D, há também a clássica recomendação de tomar sol, mas aquele das primeiras horas da manhã. Além disso, é importante o fortalecimento muscular, pois, com músculos fortes, há diminuição de chance de fraturas.”
Cuidado e prevenção
A prevenção é a melhor saída para evitar os danos causados pela osteoporose. Isso deve ser realizado com exercícios físicos regulares para fortalecer os músculos, uma alimentação rica em cálcio, proteína e vitamina D. Do mesmo modo, é importante evitar o tabagismo e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
“O osso é ‘vivo’, e isso evidencia que o corpo precisa estar sempre em movimento, sendo sempre estimulado”, acrescenta André, ressaltando que os cuidados devem ser ainda maiores no caso das mulheres, especialmente assim que começa a menopausa, enquanto os homens precisam de atenção por volta dos 50 anos. “Isso se não houver nenhum sintoma antes. Pessoas que desenvolvem artrite também precisam ir ao médico periodicamente, pois geralmente ela está associada à osteoporose. Por fim, quem tem casos de osteoporose na família também precisa ficar atento”, encerra.
Leia também: Melhores exercícios para quem tem osteoporose
Fontes: André Ramos, reumatologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo; e Henrique Mansur, médico ortopedista da Clínica Pedus.