Obesidade aumenta risco de distúrbio reprodutivo feminino

Saúde
25 de Fevereiro, 2022
Obesidade aumenta risco de distúrbio reprodutivo feminino

A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo. Ela atinge cerca de 41 milhões de brasileiros acima de 18 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As mulheres representam a maior parte da proporção de pessoas com obesidade no Brasil — que sofreu, aliás, um aumento de 14,5% para 30,2% entre 2003 e 2019. Os riscos da doença vão desde o surgimento de diabetes até certos tipos de câncer. Além disso, recentemente, um estudo descobriu que a obesidade aumenta o risco de distúrbio reprodutivo feminino.

De acordo com estudo da Universidade de Oxford, publicado na PLOS Medicine, existe uma ligação entre a obesidade e o distúrbio reprodutivo feminino, como surgimento da endometriose, sangramento menstrual intenso e até infertilidade.

Obesidade e distúrbio reprodutivo feminino

Os pesquisadores conduziram o estudo com 257.193 mulheres de ascendência europeia, com idades entre 40 e 69 anos. Eles utilizaram informações do UK Biobank, um banco de dados biomédicos de larga escala que continha informações médicas, ambientais e genéticas de participantes no Reino Unido.

Dessa forma, eles criaram um modelo para analisar a associação entre o índice de massa corporal e o risco de distúrbios reprodutivos. A pesquisa, por fim, confirmou a relação entre os dois fatores, ou seja, o sobrepeso torna o processo de engravidar mais difícil, além de aumentar o risco de aborto espontâneo.

Gravidez em mulheres obesas

A gravidez em mulheres que convivem com a obesidade é considerada de risco. Isso porque a probabilidade de complicações ao longo da gestação é maior em mulheres com sobrepeso. A incidência de diabetes gestacional em obesas, por exemplo, é três vezes maior do que em gestantes saudáveis. Além disso, deficiência nutricional, trombose e disfunção da tireoide também são outros perigos. 

Por isso, é indispensável o acompanhamento constante com especialistas, desde médicos até nutricionistas. Com alterações na dieta e prática de exercícios físicos, a chance de uma gravidez mais saudável e tranquila é maior. Mas o recomendado pela Associação Americana de Ginecologia e Obstetrícia é que o emagrecimento ocorra antes de engravidar — de 5 a 7% de redução de peso já melhora o cenário.

Leia também: Exercícios para pessoas com obesidade: conheca os melhores para combater a doença

Evitando a obesidade

Primeiramente, é sempre importante ter uma rotina de hábitos saudáveis. Por meio de uma alimentação equilibrada e da prática de exercícios físicos regulares, a probabilidade de obesidade é bem pequena.

“Deve-se evitar o consumo de gordura saturada e carboidratos refinados. Por outro lado, deve-se incluir carnes magras, frutas, hortaliças e cereais integrais. Além disso, é muito importante deixar de lado hábitos que não são saudáveis como o tabagismo, o excesso de álcool e o sedentarismo”, pontua a nutricionista Carla Simonelli.

Já para aqueles que convivem com o sobrepeso e desejam mudar a condição, é preciso realizar várias mudanças. O sedentarismo deve ser deixado de lado, e a qualidade do sono priorizada — pelo menos 8 horas por dia é essencial no processo de emagrecimento. Além disso, é necessário beber bastante água e realizar refeições nutritivas

Atenção: Não caia na cilada de permanecer muitas horas sem comer. O corpo precisa de energia, e pular refeições não vai colaborar com a perda de gordura.

Outro ponto importante é cuidar da saúde mental. Muitas vezes, o ato de comer está ligado a alguma questão mental, como ansiedade e depressão. Por isso, é interessante combinar o acompanhamento de um nutricionista e de um educador físico com o de um psicólogo.

Uma pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos da Obesidade (GEO) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) chegou, inclusive, a descobrir que terapias cognitivas e comportamentais apresentam diversos benefícios para adultos com obesidade. “O programa de terapia interdisciplinar e cognitivo-comportamental foi mais eficaz do que os de exercício físico e de educação e saúde. Esse programa promoveu maiores mudanças comportamentais do que os outros dois em fatores como o nível de atividade física e a ingestão alimentar”, concluíram os pesquisadores no artigo.

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