Obesidade aumenta o risco de câncer de mama, aponta pesquisa

Saúde
17 de Fevereiro, 2022
Obesidade aumenta o risco de câncer de mama, aponta pesquisa

A obesidade aumenta o risco de câncer de mama, de acordo com uma pesquisa publicada pela revista científica Nature Communications. Uma das hipóteses é que a doença eleva os níveis de insulina, hormônio que aumenta o metabolismo e a duplicação celular. Aumenta, também, hormônios femininos que são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, o tipo com maior incidência entre os pacientes com excesso de pesoOutro ponto é a inflamação crônica causada pela obesidade, já que a condição também aumenta o risco de desenvolvimento de cânceres.

A obesidade é uma doença crônica e está diretamente relacionada com pelo menos 10% das mortes oncológicas em não fumantes no mundo. De acordo com dados da última edição da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), o Brasil enfrenta um crescimento no índice de sobrepeso e obesidade. Atualmente, 96 milhões de pessoas têm sobrepeso, ou seja, cerca de 60,3% da população adulta do país. A obesidade, por sua vez, possui índice de prevalência em homens adultos de 22,8% e de 30,2% em mulheres.

Obesidade aumenta o risco de câncer e tumores mais agressivos

De acordo com a médica radiologista Dra. Cristiane Spadoni, estudos epidemiológicos mostram a importância de fatores culturais e de estilo de vida para prevenir a obesidade. Segundo ela, de 5% a 10% dos casos são hereditários, enquanto de 20% a 50% são atribuídos a fatores de risco modificáveis, como sedentarismo e escolhas nutricionais que levam à obesidade.

“O risco de desenvolver câncer de mama pós-menopausa é aumentado pela obesidade. Além disso, há redução da sobrevida apesar do tratamento apropriado, mais complicações durante a cirurgia, radioterapia, quimioterapia e maior recorrência local. Há, ainda, aumento da probabilidade para ter um tumor maior, metastático, resistente à terapia endócrina e doença avançada no momento do diagnóstico”, explica Cristiane Spadoni.

Segundo o Dr. José Alfredo Sadowski, cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo, a obesidade aumenta o risco de câncer e também promove diversas alterações físicas e metabólicas que colaboram com o desenvolvimento de problemas cardiovasculares. Também contribui para o aumento de doenças como diabetes, hipertensão, entre outras comorbidades.

“Hoje vemos mais estudos apontando a incidência de casos de câncer em pacientes com obesidade. Durante a pandemia, também vimos como a doença se tornou um fator de risco para pacientes com COVID-19, que evoluíam mais facilmente para formas graves da doença”, comenta Sadowski.

Cirurgia bariátrica é indicada no tratamento da obesidade

Ainda segundo o médico, a obesidade possui tratamentos eficazes e seguros, como a cirurgia bariátrica, por exemplo. No Brasil, a cirurgia pode ser indicada quando os pacientes atendem a critérios de peso, idade e/ou doenças associadas. Estão aptos os pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², independentemente da presença de comorbidades; IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades; e IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um médico especialista.

A idade também é fator a ser analisado. Dessa forma, pacientes entre 18 e 65 anos não têm restrição, enquanto pessoas acima de 65 anos precisam passar por avaliação individual. Além disso, pacientes com menos de 16 anos precisam ter, obrigatoriamente, consentimento da família ou responsável legal.

“O principal benefício da cirurgia bariátrica, bem como promover a perda de peso, é combater e controlar as doenças associadas e promover qualidade de vida aos pacientes. Além da saúde física, a cirurgia apresenta bons resultados também na saúde mental. Pessoas com obesidade enfrentam grave estigma social, dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, além de outros diversos tipos de estigmas sociais devido ao preconceito pelo excesso de peso”, completa o especialista em obesidade.

Fontes: Dra. Cristiane Spadoni, médica radiologista e Dr. José Alfredo Sadowski, cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo e especialista em obesidade.

Sobre o autor

Redação
Todos os textos assinados pela nossa equipe editorial, nutricional e educadores físicos.

Leia também:

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Pessoas com histórico de infarto têm mais risco de desenvolver outros problemas de saúde a longo prazo, como insuficiências cardíaca e renal, arritmias e até depressão,

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Problemas como insuficiências cardíaca e até depressão são mais frequentes em quem sofreu um ataque cardíaco

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas