Puerpério: o que é, quais as suas fases e cuidados
O nascimento de um filho geralmente traz muita alegria para a família. É natural, então, que os holofotes se voltem para o novo integrante, que necessita de cuidados especiais. Contudo, a nova mamãe passa por tantas transformações que também deve receber atenção. A fase é chamada de puerpério, e é tão importante que pode definir os próximos anos da mulher. Confira tudo sobre o assunto:
O que é puerpério?
Período de intensas transformações físicas e psicológicas nas mulheres em um curto espaço de tempo. De acordo com a literatura médica, ele começa após o nascimento da criança e dura até que alterações sistêmicas e locais provocadas pela gestação e pelo parto voltem ao “normal”.
Para os estudiosos, essa etapa costuma fortalecer a relação entre a mãe e o bebê. Mas, ao mesmo tempo, pode gerar um aumento na insegurança em relação aos cuidados necessários para garantir a saúde do recém-nascido.
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Quais as fases do puerpério?
O puerpério geralmente é dividido em três etapas que, ao todo, somam aproximadamente 60 dias. Entretanto, vale ressaltar que o processo é extremamente individual, e pode ser influenciado por fatores externos, como: as expectativas que a mulher tinha em relação à maternidade; as informações que foram disponibilizadas para ela; e, principalmente, a sua rede de apoio.
É por isso que, em alguns casos, médicos afirmam que o puerpério pode durar mais meses, e até anos. Entenda mais sobre as fases:
1 – Puerpério imediato
Dura do 1º ao 10º dia, geralmente com início assim que o corpo expele a placenta. O útero, que chegou a medir 32 centímetros, agora contrai até retornar a um tamanho aproximado de sete centímetros (de 1,5 kg, o órgão também volta a pesar 60 gramas).
Quem teve um parto natural pode caminhar um pouco pelo quarto logo nas primeiras horas, já que o estímulo melhora o fluxo intestinal e evita o surgimento de trombose. É normal, também, que a mulher sinta cólicas leves ou perca pequenas quantidades de sangue pela vagina, já que o útero continuará contraindo e retraindo por alguns dias.
Por outro lado, quem passou por uma cesariana ou precisou levar pontos deve fazer um repouso mais reforçado. Na maioria dos casos, é comum o aumento da temperatura corporal no terceiro ou quarto dia devido ao metabolismo mamário — mas ele não deve durar mais do que 24 horas.
Depois disso, é recomendado um retorno ao médico. Lá, o especialista vai:
- Perguntar como está a saúde da mãe e do bebê;
- Conferir se amamentação e o sangramento vaginal estão normais;
- Avaliar a cicatrização — além disso, se necessário, retirar os pontos;
- Examinar o bebê, vacinar e realizar o teste do pezinho.
2 – Puerpério tardio
Do 11º ao 43º dia pós-parto. Mesmo com o fim do primeiro período, os cuidados com a saúde da mulher devem continuar, já que seu corpo ainda passa por muitas mudanças.
Durante 25 dias, por exemplo, o endométrio (mucosa que reveste o interior do útero) cicatriza de forma natural e volta à sua espessura inicial. Além disso, após o primeiro mês pode ocorrer a ovulação e, se o óvulo não for fecundado, a primeira menstruação. Contudo, esse tempo pode ser maior se a mãe decidir amamentar.
Ao fim do 40º dia, as relações sexuais já podem acontecer. É nessa época, também, que há a segunda visita ao especialista. Nela, ele:
- Vai conferir se a mulher não está com anemia, infecção urinária, diabetes, pressão alta, problemas na tireoide ou trombose;
- Avaliar a qualidade da amamentação;
- Analisar a recuperação da vagina ou dos pontos;
- Pedir alguns exames hormonais;
- Identificar o estado emocional da mãe.
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3 – Puerpério remoto
Começa a partir do 43º dia. Hora de pensar em algum método anticoncepcional, já que a ovulação tende a normalizar. Ficar de olho na saúde mental da mulher nesse período é de extrema importância, visto que o diagnóstico de uma possível depressão pós-parto é o primeiro passo para um tratamento adequado.
Mudanças físicas
Resumidamente, os sintomas físicos que podem aparecer devido ao puerpério são:
- Mamas mais duras, por estarem cheias de leite;
- Barriga inchada e rígida e possível afastamento dos músculos do abdômen (diástase abdominal, veja como revertê-la);
- Sangramento vaginal;
- Cólica;
- Desconforto na região íntima e incontinência urinária;
- Prisão de ventre.
Mudanças psicológicas
Além das alterações físicas, as transformações psicológicas e emocionais também acontecem a todo vapor. Afinal, as preocupações com o bebê, as noites mal dormidas, a pressão para “dar conta” da maternidade e até outros problemas externos influenciam, e muito, na qualidade de vida da nova mãe.
Tudo isso é chamado de puerpério emocional. Desse modo, receber a assistência necessária para passar por esse processo é fundamental para a mulher não desenvolver uma depressão pós-parto.
As características do puerpério emocional são:
- Insônia;
- Cansaço (ou exaustão);
- Medo de não dar conta;
- Diminuição da libido;
- Oscilação de humor.