Mudanças no ciclo menstrual indicam riscos à saúde do coração

Saúde
10 de Novembro, 2021
Mudanças no ciclo menstrual indicam riscos à saúde do coração

Mulheres cujo ciclo menstrual passou a durar mais tempo no início da transição para a menopausa precisam ficar atentas à saúde do coração. Isso porque, apesar de ser algo natural, essas mudanças podem ser marcadores para problemas cardíacos. É o que afirma um estudo publicado no periódico Menopause.

Ao olhar para os dados de 428 mulheres que já participavam de outro estudo (Study of Women’s Health Across the Nation), os pesquisadores verificaram três trajetórias de duração do ciclo durante o período de transição para a menopausa:

  • Estáveis (sem mudanças no tempo de duração);
  • Aumento tardio (alterações que ocorreram 2 anos antes da menopausa estar instalada);
  • Aumento precoce (mudanças que surgiram 5 anos antes da menopausa estar instalada).

Assim, as participantes que tiveram o aumento tardio apresentaram resultados da saúde cardiovascular melhores do que aquelas que mantiveram os ciclos estáveis. No caso das mulheres com alterações cinco anos antes da menopausa, os riscos cardiometabólicos foram maiores. Os pesquisadores explicaram que esse fator ocorreu pela redução precoce dos hormônios — especialmente o estrogênio.

Ciclo menstrual: Proteção do estrogênio

Os ciclos se iniciam no primeiro dia da menstruação. Dessa forma, a duração de cada ciclo interfere na quantidade de hormônios aos quais as mulheres são expostas.

Se esse período for curto (menos de 21 dias) e mais frequente, a concentração de estradiol — tipo mais ativo do estrogênio —será maior em comparação aos ciclos na média (21 a 35 dias) ou ciclos mais longos (acima de 35 dias).

Pois no caso dos mais longos, as mulheres levam mais tempo para amadurecer os óvulos. Esse período é caracterizado por uma secreção relativamente menor do estrogênio.

Sendo assim, como esse hormônio é também responsável pela manutenção da saúde cardiovascular das mulheres, se elas acabam tendo uma exposição menor ao estrogênio, o risco de problemas cardíacos pode aumentar.

Ainda de acordo com o estudo, mulheres com um aumento tardio apresentaram, após a menopausa, uma menor espessura da artéria carótida e níveis menores de velocidade da onda de pulso do tornozelo braquial. Isso em comparação com o grupo que manteve os ciclos em uma duração estável.

Leia também: Cor e fluxo diferentes na menstruação podem indicar doenças?

Por fim, segundos os autores, essas evidências ajudariam a criar estratégias preventivas no cuidado de mulheres na meia-idade. No entanto, os resultados ainda são iniciais e estudos mais aprofundados precisam ser feitos para confirmar os achados.

(Fonte: Agência Einstein)

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