Mochilas escolares: peso pode afetar coluna das crianças

Equilíbrio
07 de Abril, 2022
Mochilas escolares: peso pode afetar coluna das crianças

Com o retorno das aulas presenciais, os pais devem programar não só a rotina, como também a compra de materiais dos filhos. É nesse momento que as crianças ficam ansiosas para comprar mochila, cadernos, canetas, e muitos outros produtos de papelaria. No entanto, é preciso ficar atento ao peso das mochilas escolares. Isso porque tanto o uso inadequado do equipamento quanto a sobrecarga de peso podem afetar seriamente a coluna dos menores.   

Um estudo publicado na SPNE, aponta os impactos da mochila na coluna das crianças através da ressonância magnética feita em pé. De acordo com a pesquisa, a compressão nos discos intervertebrais aumenta conforme o aumento do peso nas mochilas. Além disso, a sobrecarga causa desvios na coluna conforme os ajustes que a criança faz em sua postura. 

As mochilas escolares não podem exceder 10 a 15% do peso corporal, pois isso força a criança a curvar a coluna para frente. Consequentemente, reduz a lordose lombar natural e as propriedades amortizantes da coluna. No entanto, o maior impacto na postura é produzido pela posição errada do corpo, e não só pelo peso da mochila, revela a pesquisa.

Uma das regiões mais afetadas é a coluna cervical (o pescoço). “A criança tensiona os ombros e curva o tronco para frente, mudando também a curvatura normal da coluna cervical e podendo causar dor. A sobrecarga pode levar a alterações degenerativas no futuro”, afirma o Dr. Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna.

Leia também: Mochila escolar muito pesada pode gerar dores e outros problemas nas crianças

Dicas para utilizar mochilas escolares da forma correta

Uma alternativa viável para minimizar esse problema é a utilização da mochila de rodinhas. Mas caso os pais optem pela mochila convencional, é importante saber orientar os filhos a utilizarem. A maneira mais adequada é utilizar as duas alças de ombro e uma de cintura, respeitando o peso da mochila em no máximo de 10% do peso corporal. Também é fundamental observar a postura da criança ao carregar a mochila e incentivando a realização de exercícios compensatórios que tragam equilíbrio à musculatura envolvida.

O Dr. Amato alerta para alguns problemas que podem prejudicar a saúde das crianças na rotina escolar. “Além da imposição de carregar peso nas costas que interfere na postura corporal da criança, as atividades físicas espontâneas são restringidas durante os anos escolares obrigatórios.”

Segundo o especialista, as escolas devem incluir exercícios de compensação nas aulas de educação física, assegurando desenvolvimento físico ideal, encorajando atividade física espontânea e equilibrada durante o dia (atividades recreativas). Pais e escolas devem ajudar a monitorar o peso da mochila e a correta postura ao carregá-la.

Fonte: Dr. Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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