Microbiota intestinal e asma: entenda a relação

Saúde
18 de Maio, 2021
Microbiota intestinal e asma: entenda a relação

Os micro-organismos que povoam o ambiente intestinal nos primeiros meses de vida são essenciais. Afinal, eles influenciam características importantes para o resto da vida, como o nosso sistema imunológico. Recentemente, a ciência parece ter descoberto uma relação direta entre microbiota intestinal e asma.

Segundo pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), o risco dessa doença pulmonar aumenta em caso de crescimento excessivo de uma levedura intestinal ao nascer.

Microbiota intestinal e asma

Estudos anteriores já haviam demonstrado que algumas bactérias intestinais produzem compostos anti-inflamatórios (os ácidos graxos de cadeia curta). Desse modo, se elas estiverem desequilibradas logo no início da vida, a chance de asma na fase adulta é bem elevada.

Entretanto, a pesquisa canadense, publicada no periódico eLife, foi além. Ela revelou que a presença em excesso da levedura intestinal Pichia kudriavzevii em recém-nascidos também está relacionada a uma maior probabilidade da doença pulmonar aparecer mais tarde.

“Neste estudo, pretendíamos replicar essas descobertas em crianças de um ambiente industrializado e identificar como os fungos da microbiota intestinal afetam o desenvolvimento do sistema imunológico”, explica Rozlyn Boutin, uma das autoras e pesquisadora do Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade da Colúmbia Britânica.

Como foi feita a pesquisa

A equipe de cientistas analisou as fezes de 123 recém-nascidos. Como resultado, descobriu que o crescimento excessivo de Pichia kudriavzevii durante os primeiros três meses de vida estava associado a um maior risco de asma. Contudo, devido ao tamanho da amostra e as condições de aquisições dos dados, ainda é necessário realizar mais estudos para complementar os achados.

Para entender a associação entre microbiota intestinal e asma, os pesquisadores aplicaram Pichia kudriavzevii em camundongos. E os achados apontaram que os animais recém-nascidos com a levedura em excesso apresentaram mais inflamação pulmonar do que aqueles que não foram expostos.

Segundo Boutin, os dados obtidos pela pesquisa comprovam que “há uma janela crítica no início da vida em que as perturbações na microbiota intestinal causadas por Pichia kudriavzevii afetam o desenvolvimento do sistema imunológico e aumentam o risco e a gravidade da asma no futuro”.

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O que isso significa

Segundo o professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade da Colúmbia Britânica, as perturbações na microbiota de recém-nascidos têm consequências de longo prazo.

“O estudo adiciona à nossa compreensão da asma associada à microbiota e sugere que inibir o crescimento excessivo de leveduras com ácidos graxos de cadeia curta no início da vida pode ser uma abordagem eficaz para prevenir esta condição”, ressalta o professor Brett Finlay, autor sênior da pesquisa.

(Fonte: Agência Einstein)

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