Microbiota intestinal: Quais as suas funções e como melhorá-la

Alimentação
24 de Junho, 2021
Microbiota intestinal: Quais as suas funções e como melhorá-la

Quando o assunto são bactérias e fungos, normalmente pensamos em micro-organismos prejudiciais ao corpo humano, não é mesmo? Contudo, a verdade é que esses bichinhos nem sempre fazem mal para nós: eles constituem, por exemplo, a nossa microbiota intestinal, importante para muitos processos biológicos.

E cuidar deles é essencial para a saúde física e mental. Confira, então, como melhorar a também chamada flora intestinal:

O que é microbiota intestinal?

Como já dito, são os trilhões de bactérias, vírus e fungos que habitam o trato gastrointestinal humano. Eles se dividem, então, nos tipos “bons” e “ruins” para nós, e quando em equilíbrio, formam um verdadeiro ecossistema dentro dos órgãos digestivos, contribuindo para diversas funções.

Por outro lado, se esses bichinhos entram em desequilíbrio (ou seja, o número de micro-organismos nocivos supera o dos úteis para nós), ocorre a chamada disbiose intestinal. “Esse processo facilita a invasão e a replicação de diversos vírus (incluindo o coronavírus), criando um ambiente inflamatório propício para o desenvolvimento de doenças”, explica a nutricionista Dayse Paravidino.

A flora intestinal começa a ser formada durante a gestação e nos primeiros meses de vida do bebê. Por isso, os “bichinhos” que a mãe passa para a criança por meio do leite (e de outras formas, como no parto vaginal) é muito importante: um estudo recente descobriu, por exemplo, que a má formação da microbiota intestinal do recém-nascido pode causar asma na vida adulta. Isso sem falar em outros distúrbios imunológicos e até psiquiátricos.

Leia também: Microbiota intestinal e asma: Entenda a relação

Funções da microbiota intestinal no corpo

O nosso intestino é chamado por alguns especialistas de segundo cérebro, e não é à toa. Isso porque as bactérias presentes nele:

1 – Auxiliam na absorção de nutrientes

É no órgão que 90% da nossa digestão ocorre. Portanto, é lá também que a maioria dos nutrientes são absorvidos.

2 – Ajudam a regular o humor

Você sabia que cerca de 95% da serotonina (hormônio do prazer e do bem-estar) do nosso organismo é produzida no intestino? Isso porque as bactérias boas do órgão ajudam na produção de neurotransmissores conhecidos por estabilizarem o humor.

3 – Participação na produção de nutrientes e enzimas

A nossa microbiota intestinal fermenta as fibras alimentares que consumimos e libera ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato e butirato) durante esse processo. Em seguida, esses pequenos compostos são captados pelas nossas células e possuem inúmeras ações dentro do organismo.

A flora “também está envolvida no metabolismo do cálcio, ferro, magnésio, selênio, cobre e zinco”, afirma Dayse.

4 – Reforça o sistema imunológico

Além disso, um intestino saudável representa uma barreira fortalecida, que seleciona o que deve ser absorvido ou não pelo corpo, e combate invasores patogênicos — fungos, vírus, bactérias e protozoários, por exemplo.

“Ao redor do intestino, há muitas células de defesa que compõem o sistema imunológico. Portanto, cuidando da nossa saúde intestinal, estamos ajudando no fortalecimento da nossa imunidade”, complementa a profissional.

O que pode alterar a microbiota intestinal

Embora a microbiota intestinal seja formada até os dois anos de idade, alguns fatores podem alterá-la. Como:

  • O consumo excessivo de alimentos industrializados, carboidratos refinados, gorduras saturadas e açúcar;
  • Ingestão abusiva de sal e adoçantes;
  • Hábitos errados de higiene;
  • Estresse;
  • Consumo de álcool e cigarro;
  • Uso de medicamentos (antibióticos);
  • Além disso, questões genéticas.

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Como cuidar da sua microbiota intestinal

Vale, da mesma forma, reforçar o consumo de dois tipos de alimentos para manter a sua flora intestinal em dia. São os probióticos e os prebióticos. “Os primeiros são micro-organismos vivos que, em quantidades adequadas, fornecem benefícios à nossa saúde. Exemplo: chucrute, kombucha, kefir, iogurtes e demais bebidas lácteas ricas em lactobacilos vivos”, explica Dayse.

Já os prebióticos, por outro lado, são as fibras que servem como “alimento” das bactérias boas do intestino. Eles podem ser encontrados em suplementos ou em ingredientes como cebola, alho, tomate, banana, cereais integrais, aveia, linhaça e maçã com casca.

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

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