Megacólon: o que é, causas, sintomas e formas de tratamento

Saúde
10 de Junho, 2022
Megacólon: o que é, causas, sintomas e formas de tratamento

O megacólon é uma condição que provoca grande dilatação na parede do intestino grosso. “É uma doença bem desconfortável, porque o paciente fica com retenção de fezes por muitos dias — às vezes, até por semanas. Então atrapalha a qualidade de vida, pois aumenta a flatulência (gases) e o tamanho do abdômen”, comenta Fernando Bray, médico coloproctologista do Hospital Santa Catarina.

Veja também: Afinal, o que e quais são as doenças crônicas não transmissíveis?

Quais são as causas do megacólon?

Segundo Bray, o megacólon pode ser congênito ou adquirido. Ou seja, o primeiro não tem uma causa específica — a pessoa nasce com o intestino aumentado, logo percebido nos primeiros dias de vida por meio de avaliação médica. Nessa situação, o megacólon é chamado doença de Hirschsprung.

Isso acontece devido à deficiência da rede nervosa da parede intestinal, responsável pelas contrações que movimentam as fezes para a evacuação. Com a falta de estímulos, o intestino não consegue fazer esses movimentos peristálticos, o que favorece a constipação e o excesso de gases.

Por sua vez, o adquirido também apresenta lesões nas terminações nervosas do intestino grosso. No entanto, tais alterações são sequelas ou sintomas de doenças como a de Chagas, de Crohn e a colite ulcerativa. Além disso, o quadro de constipação crônica pode desencadear o megacólon.

Outros fatores de risco para a dilatação intestinal

Veja algumas doenças e hábitos que contribuem para o megacólon:

  • Neuropatia diabética.
  • Obesidade.
  • Enfermidades ligadas ao sistema nervoso (paralisia cerebral, por exemplo).
  • Histórico de câncer no tubo digestivo.
  • Uso contínuo de medicamentos laxativos em transtornos alimentares, como a bulimia, e em crises de constipação crônicas.
  • Doenças autoimunes.

Sintomas do megacólon

O principal é a dificuldade extrema de evacuar, que se estende entre dias e semanas, dependendo do caso. Ao mesmo tempo o indivíduo sofre com muitos gases e desconforto abdominal, que apresenta inchaço frequente. No caso de bebês portadores da doença de Hirschsprung, os sinais são os mesmos, além de cólicas doloridas, que levam ao choro constante. Mas algumas crianças podem enfrentar a perda de apetite, episódios de vômitos e diarreias súbitas e explosivas.

Diagnóstico

A princípio, o diagnóstico é clínico para ambas as classificações do megacólon. Para o congênito, o sinal mais evidente é a ausência de mecônio (o primeiro cocô do bebê) nos primeiros dias de vida. O médico insere o dedo no reto da criança para a saída das fezes, que ocorre de forma intensa. Contudo, a confirmação do diagnóstico deve acontecer por meio de exames complementares, como raio-X abdominal, manometria anorretal, enema opaco e biópsia do reto. Já o adquirido exige mais testes, pois envolve a descoberta de outras enfermidades. Dessa forma, o diagnóstico integrado permite o tratamento para a origem e evitar a recorrência do problema.

Tratamento do megacólon

As alternativas de cuidados são diversas e de acordo com o nível de constipação e o tipo do megacólon. De acordo com Bray, o diagnóstico costuma ser tardio, o que inspira intervenções cirúrgicas. “Por exemplo, casos mais severos necessitam da retirada parcial do intestino grosso, que pode ser feita por meio da laparoscopia ou cirurgia robótica. São procedimentos minimamente invasivos com bons resultados”, explica o especialista. Outras situações envolvem lavagens intestinais periódicas, além do uso de medicamentos que estimulam os movimentos peristálticos (laxantes) e antibióticos, se houver infecção bacteriana. Portanto, é importante descobrir o agente causador da doença para a melhor forma de tratamento.

O que acontece se o megacólon não for tratado?

Muitas pessoas conseguem conviver com a doença apenas com o devido controle. Porém, infecções e crises súbitas de dor indicam complicações graves, como a colite ulcerativa e câncer colorretal, que podem ser fatais. Logo, não é normal viver com o intestino preso por muitos dias, tampouco com dores e inchaços no abdômen.

Especialistas que identificam e tratam o megacólon

Médicos gastroenterologistas e coloproctologistas são especialistas em atuar contra a doença. A consulta pode ser feita em clínicas, pronto-socorros e consultórios.

Fonte: Fernando Bray, médico coloproctologista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP).

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