Mastite: o que é, sintomas, tratamento e como evitar
Inflamação da glândula mamária, a mastite está entre os problemas mais comuns durante a amamentação. O quadro pode ser uma dor de cabeça para a mulher que está amamentando, porque costuma causar bastante incômodo. No entanto, é importante saber que ele tem solução e o aleitamento materno pode ser mantido durante o tratamento. A seguir, entenda melhor o que é mastite, como identificá-la e dicas para se cuidar.
O que é mastite?
“Mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama. Assim, ela pode ter origem apenas inflamatória ou pode haver infecção bacteriana associada”, descreve Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora de amamentação.
Na maioria das vezes o problema está no que os profissionais de saúde chamam de estase láctea, que é o acúmulo de leite na mama. Ou seja, a questão é que esse bloqueio pode impedir o fluxo natural de leite, e daí cria-se um ambiente propício para a proliferação de agentes infecciosos.
Geralmente apenas uma das mamas é acometida. “E é comum que ocorra na segunda ou terceira semana pós-parto”, aponta a pediatra Francielle Tosatti. Nesses casos, o quadro é chamado de mastite puerperal. Contudo, a mastite também pode acometer mulheres fora do puerpério, assim como homens.
Quais são os sintomas?
Dor, inchaço, vermelhidão e calor na mama afetada estão entre os principais indicativos do problema. Mas, a mulher também pode sentir outros incômodos, como mal-estar, febre e calafrios. Assim, se desconfiar do quadro, procure um pediatra ou um obstetra para fazer o diagnóstico.
Tratamento para mastite
O tratamento da mastite é medicamentoso e também envolve orientações de manejo. O médico irá receitar anti-inflamatório e, em caso de infecção bacteriana, antibiótico. “Além disso, o manejo clínico da mama acometida pela mastite é importantíssimo para a melhora do quadro, assim como para evitar recorrências”, salienta Cinthia.
Para os cuidados com a mama, o atendimento de uma consultora de amamentação pode ajudar bastante. As orientações, segundo a enfermeira, incluem o esvaziamento da mama, aumento da frequência das mamadas, massagens, repouso, aumento da ingestão de líquidos, além do uso de compressas para aliviar a dor.
“Em casos de fissuras mamárias está indicado laser terapêutico para cicatrização”, completa Francielle. A pediatra também afirma que para mulheres que produzem muito leite (hipergalactia), a indicação é fazer apenas a ordenha de alívio. “A ordenha ampla promoverá mais descida do leite. Nos intervalos, use uma faixa justa (não compressiva)”, orienta.
E para ajudar o bebê a mamar, certos movimentos e o cuidado com a posição da criança são de grande valia. “Contudo, se a mama estiver ingurgitada, massagens circulares nos locais endurecidos no sentido aréola-axila auxiliam a deixar a mama mais macia e facilitam a pega para que o bebê possa esvaziá-la mamando”, ensina Francielle. “Já ao mamar, a posição do queixo do bebê deve estar em diagonal com a área afetada.”
É possível evitar?
“A melhor forma de prevenção é o correto esvaziamento mamário, uma vez que impedirá o ingurgitamento e o acúmulo do leite”, aponta Francielle. Mas, para isso, afirma a médica, o bebê deve fazer a pega correta (abocanhar toda a aréola) e a periodicidade das mamadas deve ser mantida. “Pode-se alterar o posicionamento do bebê para que ele esvazie de forma efetiva os diferentes segmentos da mama”, completa.
Dá pra amamentar?
Quando descobrem o que é mastite, muitas mulheres se perguntam se é possível manter a amamentação nesses casos. E a resposta é sim! “O tratamento medicamentoso é feito com drogas seguras para uso durante a amamentação”, afirma Francielle. Cinthia lembra que o sabor do leite pode ser alterado (ele pode ficar mais salgado pelo aumento de sódio e cloreto), mas nem por isso o aleitamento deve ser deixado de lado.
O ideal, sempre, é conversar com o seu médico para avaliar o quadro e indicar o tratamento mais adequado. E vale se cuidar: quando a mastite não é tratada, há chances de evoluir para abscessos (quando é formada uma bolsa de pus na mama), podendo ser necessário procedimento cirúrgico.
Fontes: Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra (Coren-SP 94015) e consultora de amamentação, e Francielle Tosatti, pediatra (CRM – 195.037 | RQE – 70482) do Hospital Infantil Sabará (SP).