Dicas para ajudar as crianças a lidarem com o luto na pandemia

Equilíbrio
02 de Julho, 2021
Dicas para ajudar as crianças a lidarem com o luto na pandemia

Superar as perdas causadas pela Covid-19 é extremamente difícil. E se o processo já é complicado para os adultos, as crianças, então, precisam de atenção redobrada nesses casos. Lidar com o luto infantil e conversar com o pequeno sobre a morte de pessoas próximas requer alguns cuidados. Entenda:

Luto infantil na pandemia

Normalmente, após o falecimento de alguém, os amigos e os familiares têm a chance de uma última despedida, representada pelo velório. Isso pode ajudar a amenizar a dor. 

No entanto, na pandemia, o impacto é ainda maior. Afinal, para conter a propagação do vírus, as pessoas devem manter o isolamento social. Isto é, abraços de conforto e enterros de entes queridos não são mais possíveis. 

Em primeiro lugar, ao noticiar uma criança sobre uma morte, é necessário entender em que fase ela está. 

“Na primeira infância, até os três anos de idade, o fim da vida é percebido apenas como uma ausência. O pequeno não tem muita noção, sente a falta, mas não sabe o que de fato está acontecendo. Já entre três e cinco anos, a criança começa a assimilar a morte, mas ainda de uma forma muito fantasiosa — às vezes na ilusão de que a pessoa foi viajar e irá voltar. É a partir dos nove anos de idade que eles passam a ter consciência da morte de forma mais clara”, explica Vanessa Gebrim, psicóloga.

Leia mais em: Luto intenso e seus impactos na mente e no corpo

Como ajudar as crianças a lidarem com o luto

Se os pais falecerem, por exemplo, ao noticiar a criança sobre o ocorrido, é importante que o responsável ressalte que os pais sempre estarão em seu coração. Além disso, é preciso deixar claro que eles não irão mais voltar, para não haver falsas esperanças. 

Ainda de acordo com a especialista, utilizar expressões como “seus pais viraram estrelas no céu” não é uma boa ideia. “A criança pode entender que a pessoa está em algum lugar e irá retornar. Ela pode achar que fez algo errado, já que não possui um entendimento muito claro sobre o assunto”, complementa.

O recomendado é que ela receba ajuda para lidar com essa situação. Questione o que ela gostaria de falar para o falecido em um ato de despedida.

“O mais importante em casos de grandes perdas é que a criança tenha ao lado alguém que possa assumir os cuidados dela, para que ela se sinta segura. Dessa forma, o vazio começa a ser preenchido”, finaliza Vanessa.

Fonte: Vanessa Gebrim, Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. 

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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