Lactato: entenda o que é e porque pode estar alto
O lactato consiste no processo de transformação da glicose em energia. Mas você sabe como essa substância é produzida?
De acordo com a Dra. Andressa Heimbecher, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, nossos músculos utilizam a glicose que consumimos com o oxigênio para gerar energia.
“Esse processo se chama glicólise (a quebra da glicose) e o produto final é o piruvato – uma fonte de energia muito potente para a contração dos músculos e todo o funcionamento do organismo”, explica.
Dessa maneira, muitas pessoas acreditam que o lactato é produzido em ambientes de baixa concentração de oxigênio. No entanto, essa mudança ocorre pois esta substância é uma forma muito mais rápida de gerar energia em um músculo com alta demanda.
Os nossos glóbulos vermelhos também possuem lactato. Além disso, ainda segundo a Dra. Andressa, bactérias como as que habitam nossa flora bucal – e o excesso de lactato (que é ácido) podem ser responsáveis por agredir o esmalte dentário.
Como funciona o exame
Para descobrir se o nível de lactato está alto ou não, é necessário realizar um exame específico, chamado gasometria arterial. Geralmente, ele é feito em pacientes hospitalizados e como indicador da intensidade da atividade física.
Assim, na gasometria arterial é possível avaliar o PH do sangue. ”Caso o PH esteja baixo indicando acidose, procuramos identificar possíveis causas, dentre elas o lactato alto”, afirma Dra. Andressa Heimbecher.
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“Em UTIS dosamos o lactato quando os pacientes apresentam quadros em que o oxigênio não chega adequadamente nos órgãos, como em quadros de sepse e falência múltipla de órgãos, choque cardiogênico (quando o coração não consegue bombear adequadamente o sangue) ou hipovolêmico (devido perda importante de sangue, em hemorragias)”, ressalta.
O que significa lactato alto?
Ainda de acordo com a especialista, os principais motivos para o lactato estar alto incluem desde exercícios físicos intensos até quadros graves de pacientes em UTIs (choque séptico, cardiogênico ou hipovolêmico).
“Nesses casos vale ressaltar que são situações bem diferentes. Na primeira o aumento é em um paciente saudável, já no outro, o paciente está severamente doente”, diz a médica.
Fonte: Dra. Andressa Heimbecher, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.