Jejum intermitente e câncer: Confira o que os estudos dizem

Alimentação
18 de Junho, 2021
Jejum intermitente e câncer: Confira o que os estudos dizem

Alternar períodos de alimentação com períodos de jejum é uma estratégia muito usada por quem busca emagrecer. Mas há também quem defenda que o jejum intermitente traz diversos benefícios, incluindo o combate ao câncer. Entenda mais a seguir:

O que é jejum intermitente

Como já dito anteriormente, uma dieta com jejum intermitente intercala períodos de alimentação com períodos sem comer. Existem diversas maneiras de fazer isso:

  • 16/8: é composto por 2 refeições diárias com um intervalo de 8 horas (por exemplo, uma refeição às 12 h e a outra às 20h), totalizando 16 horas em jejum;
  • Jejum completo: jejum durante 24 horas, uma ou duas vezes por semana;
  • Método 5:2: em dois dias não consecutivos da semana, os indivíduos só consomem de 500 a 600 calorias. Nos outros 5 dias, a alimentação é normal.

Dessa forma, você restringe as calorias que ingere, e acaba gastando mais do que consome. Isso, por si só, já promove a perda de peso. Mas, ainda, a técnica obriga o corpo a queimar seus estoques de gordura para garantir energia nos períodos sem nutrientes, o que ajuda a diminuir a circunferência abdominal, associada a riscos aumentados de problemas cardiovasculares e diabetes.

É importante ter cuidado com o jejum realizado por um longo período de tempo. Se feito da forma incorreta, ele pode desacelerar o metabolismo — porque o organismo vai entender que precisa guardar o máximo de energia possível, e você não notará os quilos a menos na balança.

Jejum intermitente e câncer: Possíveis relações

A teoria por trás da relação entre o jejum intermitente e o câncer é que as células cancerígenas possivelmente têm dificuldade para se adaptar ao ambiente com poucos nutrientes disponíveis. Ou seja, enquanto as nossas células saudáveis conseguem utilizar a gordura como combustível quando estamos em jejum, as de câncer “morrem de fome”.

Leia também: Dieta low carb e câncer: O que dizem as pesquisas

Jejum intermitente e câncer: O que dizem os estudos

Os estudos iniciais para tentar comprovar a ideia trouxeram resultados animadores. Os primeiros, feitos em ratos, mostraram que restringir calorias com o jejum intermitente pode estar associado a uma melhor eficiência dos tratamentos de câncer.

Além disso, uma outra pesquisa, desta vez utilizando células cancerígenas humanas cultivadas em laboratório, descobriu que o jejum de curto prazo (ou seja, aquele adotado por apenas alguns meses) as deixa mais sensíveis.

Por fim, uma última investigação corroborou as conclusões da anterior. Em 2018, pesquisadores instruíram mulheres com câncer de ovário ou mama a fazerem jejum 36 horas antes e 24 horas depois de uma sessão de quimioterapia. E as pacientes perceberam menos fadiga e mais qualidade de vida depois do procedimento — sem nenhum efeito colateral.

Poréns

A relação entre o jejum intermitente e o combate ao câncer ainda não foi completamente comprovada pela ciência, e mais análises são necessárias. Em geral, esse método parece ter sido bem tolerado pelos indivíduos com a enfermidade nos estudos. Contudo, qualquer mudança alimentar precisa ter acompanhamento médico e nutricional.

Sem contar que, pelo menos no início, o jejum pode gerar alguns sintomas. Como:

  • Confusão mental;
  • Dores de cabeça;
  • Tontura;
  • Náusea;
  • Fraqueza.

Conclusão

Embora os pesquisadores ainda não tenham batido o martelo a respeito do assunto, as conclusões iniciais apontam que o jejum intermitente pode sim ser um complemento aos tratamentos tradicionais contra o câncer.

Mas vale lembrar que a prática não é recomendada para todos. Desse modo, grávidas, lactantes, crianças, pessoas com diabetes e idosos que sofrem de sarcopenia (perda acentuada de massa muscular) não podem realizá-la.

Sobre o autor

Amanda Panteri
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em alimentação saudável.

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