Infarto feminino: quais são os sintomas e o que fazer?

Saúde
24 de Fevereiro, 2022
Infarto feminino: quais são os sintomas e o que fazer?

No mundo, mais de 17 milhões de pessoas morrem por ano vítimas de infarto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, estudos comprovam que cerca de 30% dos casos são de infarto feminino.

Segundo Dr. Guilherme Spina, cardiologista e membro da Doctoralia, o infarto feminino é como se denomina o infarto do miocárdio que ocorre em indivíduos do sexo feminino. 

“Possui algumas particularidades e é frequentemente negligenciado pelo fato de não se perceber a possibilidade da ocorrência de infarto em mulheres”, informa o especialista. 

Afinal, um infarto pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres, mas existem algumas particularidades quanto aos sintomas de infarto no sexo feminino que merecem destaque.

Quais os sintomas do infarto feminino?

Os sintomas mais frequentes associados ao infarto feminino são os mesmos do infarto em qualquer pessoa, de acordo com o médico membro da Doctoralia.

“O quadro típico é de desconforto no tórax e atrás do osso do peito (externo) em opressão ou em peso, levando esse desconforto ou dor se irradiar para pescoço ou braços. O problema é que esses sintomas podem ser bastante variáveis”, comenta o especialista. 

Além disso, em portadores de diabetes, idosos e no gênero feminino, os sintomas atípicos como cansaço, falta de ar, indisposição, ocorrendo subitamente, podem ser sintomas de infarto, segundo o cardiologista.

Mas nem sempre um infarto pode vir acompanhado de intensas dores no peito. Portanto, é preciso estar atento aos primeiros sinais. Os sintomas podem ser bastante variáveis, como dor ou desconforto em membros superiores (braços, costas, estômago, pescoço ou mandíbula), falta de ar acompanhada ou não de dor no peito, entre outros sintomas como tontura, suor, indigestão ou náusea.

O que pode causar infarto feminino?

No público feminino, alguns fatores de risco podem causar infarto nas mulheres — os mesmos fatores de risco de infarto em qualquer pessoa. São eles: 

  • Pressão alta.
  • Colesterol alto (especialmente colesterol bom, o HDL baixo, e colesterol ruim, LDL alto).
  • Tabagismo.
  • Sedentarismo.
  • Obesidade.
  • Pessoa com diabetes.
  • Hipertensão.
  • Com histórico familiar de infartos.

Sobre esse último fator de risco, o Dr. Guilherme Spina alerta se pais ou irmãos tiveram infarto, ou morreram de repente, especialmente com menos de 60 anos, existe um alto risco para infarto e deve ser avaliada o quanto antes).

Além disso, é importante saber que o infarto pode acontecer em qualquer idade, mas no gênero feminino acontece, em geral, após os 35 anos. No entanto, pode ser até mais cedo em fumantes e quem tem histórico familiar.

É possível prevenir o infarto feminino?

Será possível se precaver contra infarto feminino? De acordo com o nosso cardiologista consultado é possível, sim! 

“Combatendo os fatores de risco e procurando avaliação cardiológica preventiva, principalmente se você tem antecedentes familiares. Quanto antes você for avaliada, melhor”, aconselha o médico.

Portanto, procure um cardiologista, faça os exames regularmente, controle o colesterol e evite uma pressão alta para prevenir o infarto feminino.

Quanto tempo dura um infarto feminino?

Apesar da fase aguda do infarto durar pouco tempo, geralmente poucas horas ou dias, a pessoa que sentir que está tendo um infarto tem que ser atendida quanto antes, segundo o Dr. Guilherme Spina.

“Quanto mais tempo sem atendimentos, maiores as eventuais sequelas do infarto. Sendo assim, poucas horas fazem muita diferença no atendimento e prognóstico”, alerta o cardiologista da Doctoralia.

O que fazer se uma mulher sentir os sintomas do infarto?

É preciso saber o que fazer se estiver passando por uma possível situação de ataque cardíaco. Primeiro, é preciso se acalmar e chamar o SAMU imediatamente, ligando para o número 192.

“Na fase aguda do infarto, a pessoa deve procurar o pronto-socorro sem demora. Depois que tiver alta deve ser acompanhada com o cardiologista”, recomenda o especialista.

O Dr. Guilherme Spina recomenda a procura dos prontos-socorros, mesmo sabendo das situações desses locais por conta da Covid-19 e doenças respiratórias. 

“Por isso, vimos um aumento de mortalidade por infarto na pandemia da Covid-19, mesmo em indivíduos não infectados pelo Coronavírus, mas justamente pela dificuldade de atendimento em serviços de emergência”, lamenta o cardiologista.

Quais exames podem identificar problemas cardíacos?

O infarto muitas vezes é silencioso, por isso realizar exames periodicamente é imprescindível.

“Os pacientes com antecedente familiar devem ser avaliados por um cardiologista para determinar quais exames são necessários para cada pessoa, dependendo do risco cardiovascular avaliado pelo profissional”, aconselha o membro da Doctoralia.

Alguns exames podem identificar problemas cardiovasculares, são eles: 

  • Teste ergométrico;
  • Ecocardiograma;
  • Tomografia do coração e vasos;
  • Exame MAPA;
  • Radiografia de Tórax;
  • Angiografia digital;
  • Eletrocardiograma de repouso.

Como é feito o tratamento após o infarto feminino?

Existem algumas opções de tratamentos que normalmente são mais utilizados pelos cardiologistas após uma situação de infarto

“O tratamento consiste em medicações, mudanças de estilo de vida, ajustes na alimentação e, acima de tudo, evitar fatores causadores de infarto como o tabagismo”, orienta o especialista. 

Há também tratamentos com remédios, angioplastia (cateterismo), cirurgia de ponte de safena e fisioterapia após infarto.

Qual a diferença entre infarto de homens e mulheres?

De acordo com o cardiologista consultado, as mulheres se preocupam menos com infarto e acreditam que por serem jovens têm proteção contra infarto pelos hormônios femininos — o que muitas vezes não é verdade. 

“Ainda, mulheres têm mais quadros atípicos, sem a típica dor no peito em opressão e mais sintomas como cansaço e falta de ar”, alerta o Dr. Guilherme Spina. 

Além disso, estudos apontam que a probabilidade da mulher morrer de infarto é 50% maior quando comparada aos homens. 

“Sim, isso é verdade! Isso porque, geralmente, a mulher demora mais para procurar assistência médica, justamente por ter sintomas atípicos com mais frequência e achar que algo como um infarto não pode ocorrer com ela. Aliás, muitos médicos também não reconhecem bem o infarto em mulheres”, finaliza o especialista. 

Fonte: Dr. Guilherme Spina, médico cardiologista e membro da Doctoralia.

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