Hirsutismo: saiba mais sobre o crescimento excessivo de pelos em mulheres

Beleza Saúde
09 de Março, 2022
Hirsutismo: saiba mais sobre o crescimento excessivo de pelos em mulheres

O hirsutismo consiste no crescimento excessivo de pelos no corpo feminino. O problema se manifesta em uma parcela pequena das mulheres — cerca de 10% — e pode abalar a autoestima. A princípio, os pelos são grossos e crescem em áreas predominantemente masculinas, como a região da barba, glúteos, acima dos lábios superiores, costeletas e ao redor dos mamilos. Embora a condição em si não seja prejudicial, é sinal de que algo não vai bem no corpo feminino.

Veja também: Ácido tranexâmico: o que é, para que serve e como usar

Quais são as causas do hirsutismo?

De acordo com Claudia Chang, pós-doutora em endocrinologia e metabologia pela USP e Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a principal causa é hormonal. Nas mulheres, os hormônios masculinos são formados principalmente nos ovários e nas adrenais (ou suprarrenais). “Quando há determinadas disfunções nestes dois órgãos, pode haver crescimento exagerado de pelos mais grossos”, esclarece a especialista.

Por isso, a maioria das mulheres que sofre com hirsutismo também é portadora da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). O distúrbio aumenta a produção dos hormônios sexuais masculinos e provoca múltiplos cistos no ovário. Os principais sintomas da SOP são irregularidade menstrual, infertilidade, resistência à insulina, diabetes e obesidade.

Antes de mais nada, procure um médico endocrinologista para avaliar se você possui hirsutismo. O acompanhamento profissional é a melhor resposta para possíveis dúvidas de diagnóstico, pois são feitos exames e análises pertinentes ao caso.

Outras razões que levam ao hirsutismo

Além da Síndrome do Ovário Policístico, o hirsutismo é um sinal de outros tipos de doença. Veja quais.

  • Síndrome de Cushing: aumento do níveis do hormônio cortisol pelo uso de hormônios sintéticos. A causa da doença pode estar ligada a distúrbios nas glândulas adrenais, suprarrenais ou na hipófise.
  • Menopausa: é comum que esse período traga desconfortos engatilhados por alterações hormonais.
  • Uso de medicamentos: de acordo com Chang, o hirsutismo pode ser uma reação a medicamentos para endometriose, doenças da tireoide, depressão, artrite reumatoide etc.
  • Obesidade e sobrepeso: o ganho excessivo de peso provoca o desequilíbrio de diversas funções, inclusive as hormonais.
  • Hereditariedade: fatores genéticos podem ser responsáveis pelo excesso de pelos grossos. Neste caso, as mulheres podem menstruar normalmente e não apresentam alterações no ciclo menstrual e ovulatório.

Tratamento

Quando há alteração hormonal, é prescrito o uso de contraceptivos orais e medicações que amenizam a ação do hormônio masculino. Além disso, é recomendada a retirada dos pelos. De acordo com o dermatologista Renato Pazzini, a mulher pode optar por métodos temporários, como o uso de cera, ou semipermanentes, como luz pulsada e laser. “O laser costuma ser um método doloroso e são necessárias múltiplas sessões. Normalmente, após o tratamento, é preciso ainda manutenções para garantir os resultados”, pontua Pazzini.

Fontes: Claudia Chang, pós-doutora em endocrinologia e metabologia pela USP e Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); Renato Pazzini, dermatologista pela USP, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Fellow em Dermatopatologia pelo Hospital Mount Sinai, em Nova York (EUA), e pelo Hospital Karolinska, em Estocolmo (Suécia).

Sobre o autor

Redação
Todos os textos assinados pela nossa equipe editorial, nutricional e educadores físicos.

Leia também:

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Pessoas com histórico de infarto têm mais risco de desenvolver outros problemas de saúde a longo prazo, como insuficiências cardíaca e renal, arritmias e até depressão,

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Problemas como insuficiências cardíaca e até depressão são mais frequentes em quem sofreu um ataque cardíaco

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas