Hipermagnesemia: Saiba o que é e como tratar

Saúde
11 de Março, 2022
Hipermagnesemia: Saiba o que é e como tratar

Talvez você já tenha ouvido, vez ou outra, que o leite de magnésia auxilia na azia ou na má digestão, certo? Esse era um produto comumente usado em décadas passadas, principalmente para tratar sintomas como esses. Ao longo dos anos, o componente foi aprimorado e chegou às farmácias em diversos formatos: líquido, cápsulas e até pastilhas comestíveis. No entanto, a magnésia em excesso (hipermagnesemia) pode fazer mal ao corpo e precisa de atenção. 

De acordo com a endocrinologista Ana Carolina Fonseca, esse fenômeno acontece quando os níveis séricos do eletrólito estão acima dos valores de referência laboratoriais. “Habitualmente, devem se situar entre os 1,6 e 2,6 mg/dl e a hipermagnesemia sintomática costuma ocorrer com valores acima dos 3,0 mg/dl”. Segundo a médica, o magnésio é um elemento essencial para a vida humana e possui diversas funções no nosso corpo — como síntese de DNA, reações enzimáticas e ajuste do equilíbrio eletrolítico. Mas, caso os exames relatem os valores citados acima, é necessário consultar um especialista para conferir o tratamento ideal. 

Apesar de o excesso ser comum, a médica também alerta para a falta do eletrólito no corpo. “A redução do magnésio é um distúrbio mais comum que sua elevação”, diz. Mas reforça que, caso esteja em abundância, algumas medidas precisam ser tomadas. “Com valores altos, seja causados por uma dificuldade de eliminação (doença renal crônica, por exemplo) ou por uma ingestão excessiva (suplementação inadvertida), algumas reações aparecem, como fraqueza, náuseas, tontura e confusão mental”, completa Ana Carolina. 

Riscos à saúde

A médica também salienta que elevações de valores mais severas podem oferecer riscos maiores à saúde. “Alterações de reflexos, cefaleia, bradicardia e, em casos extremos, bloqueio cardíaco que resulta em coma“. Os malefícios são assustadores, mas na maioria dos casos, a especialista reforça que o tratamento é eficaz, basta realizar um acompanhamento médico certeiro, que avaliará o nível da gravidade e as possíveis complicações. 

“O mais importante é identificar e tratar a causa do problema. Os casos mais graves necessitam de internação hospitalar, monitorização dos sinais vitais e uso de medicações específicas para auxiliar na eliminação do magnésio do organismo”, diz. “Em casos extremos, uma hemodiálise é necessária, porque tem resultado mais eficaz”, completa. Ana Carolina ainda explica que os valores podem ser vistos em exames, mas que os cuidados, normalmente, são acompanhados por um médico nefrologista. 

Leia também: Alimentos ricos em magnésio e seus benefícios

Cuidados para evitar hipermagnesemia

De acordo com a endocrinologista, para evitar o excesso no corpo, é preciso evitar a automedicação, mesmo que seja de suplementos. “É interessante sempre seguir a recomendação médica ou nutricional. E se usar medicações ou suplementações, manter seu seguimento com avaliações clínicas e exames laboratoriais pertinentes periodicamente. A qualquer sintoma ou sinal diferente, consulte um médico de confiança para avaliar se está tudo bem com sua saúde”, orienta. 

Fonte: Ana Carolina Fonseca, médica endocrinologista.

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