Gordura no fígado: O que é, sintomas, tratamentos e causas
- 1. O que é gordura no fígado
- 2. Tipos
- 3. Causas
- 4. Sinais e sintomas de gordura no fígado
- 5. Fatores de risco para gordura no fígado
- 6. Gordura no fígado tem cura?
- 7. Posso ter gordura no fígado sem saber
- 8. Diagnóstico
- 9. Tratamento para gordura no fígado
- 10. Como prevenir gordura no fígado
- 11. Complicações
- 12. Possíveis médicos a consultar para prevenção e tratamento de gordura no fígado
- 13. Programa Vitat para gordura no fígado
- 14. Fontes/bibliografia
- 15. Links úteis
Também conhecida por doença hepática gordurosa, gordura no fígado ou fígado gorduroso, a esteatose hepática é um distúrbio que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no interior dos hepatócitos (células do fígado) – órgão situado no lado direito do abdômen por onde circula grande quantidade de sangue. De coloração marrom-avermelhada, o fígado exerce mais de 500 funções fundamentais para o organismo.
O aumento de gordura dentro dos hepatócitos, constante e por tempo prolongado, pode provocar uma inflamação capaz de evoluir para quadros graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer.
De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é que 30% da população apresentem o problema e que aproximadamente metade dos portadores possa evoluir para formas mais graves da doença.
O que é gordura no fígado
Gordura no fígado é um problema que não apresenta sintomas muito acentuados. Mas, surge quando o metabolismo sofre uma alteração como perda súbita de peso, obesidade, diabetes ou consumo excessivo de álcool. A ciência define essa condição como o acúmulo de ácidos graxos e triglicerídeos nas células do fígado.
Tipos
O distúrbio causado pelo acúmulo nas células é dividido em dois tipos: doença gordurosa alcoólica do fígado (abuso do consumo de álcool) e doença gordurosa não alcoólica do fígado (quando não tem relação com a ingestão de bebidas). Assim, apesar de atingir mais as mulheres, a estimativa é que 30% da população apresentem o problema. Além disso, metade destes portadores ainda podem evoluir para formas mais graves da doença.
Causas
As causas ainda não são totalmente explicadas. Mas, Quando o assunto é gordura no fígado, diversos fatores podem estar relacionados com o seu surgimento, tais como:
- Hepatite viral ou doença autoimune
- Obesidade
- Sobrecarga de ferro
- Consumo de substância tóxica (álcool, por exemplo).
- Doenças autoimunes
O mesmo para quem possui maus hábitos alimentares ou colesterol alto, que não praticam atividade física ou que fazem uso excessivo de bebidas alcoólicas.
Sinais e sintomas de gordura no fígado
A gordura no fígado nem sempre causa sintomas claros no início do quadro. Geralmente, não há sinais nos estágios iniciais. Então, o paciente provavelmente não saberá que tem, a menos que seja diagnosticado durante exames realizados por outros motivos.
Em alguns casos que a doença progride e há comprometimento do fígado, é possível aparecer alguns sintomas como:
- cansaço excessivo;
- dor abdominal;
- inchaço da barriga;
- perda de apetite;
- coceira na pele;
- fezes esbranquiçada;
- dor de cabeça.
Ocasionalmente, pessoas com esteatose não-alcoólica ou fibrose (estágios mais avançados de esteatose não-alcoólica) podem sentir:
- dor no canto superior direito da barriga/abdômen (sobre o lado direito inferior das costelas);
- cansaço;
- perda de peso inexplicável;
- fraqueza.
Além disso, se a cirrose (o estágio mais avançado) se desenvolver, você pode ter sintomas graves, como amarelecimento da pele e da parte branca dos olhos (icterícia), coceira na pele e inchaço nas pernas, tornozelos, pés ou barriga (edema).
Fatores de risco para gordura no fígado
- Sedentarismo: não é o principal fator de risco. Mas, apresenta uma grande relevância para diagnosticar o distúrbio. Pois, não praticar atividades físicas faz com que o metabolismo seja mais lento. Com isso, a gordura não se transforma em energia para a realização de outras tarefas rotineiras. E, em virtude disso, o material fica acumulado no fígado sem ser processado.
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas: o consumo excessivo de bebida alcoólica favorece o acúmulo de gordura no corpo.
- Obesidade: pessoas acima do peso também tendem a desenvolver esteatose hepática. Como a gordura está em grande quantidade, a capacidade metabólica do fígado se torna resistente à insulina, níveis de hormônios e colesterol se alteram e a pressão pode aumentar com frequência. Mas, mesmo que os níveis não se alterem, isso não quer dizer que a obesidade não tenha relevância para o aparecimento do problema. Uma vez que o distúrbio é assintomático, a pessoa pode estar acima do peso e nem saber que tem esteatose hepática, a não ser que ele evolua para algo mais grave.
- Má alimentação: alimentos muito gordurosos, com altos índices de corantes e conservantes são causas para o problema.
Assim, para que esses fatores de risco para esteatose hepática não tornem a doença uma realidade, hábitos saudáveis precisam ser adotados como, por exemplo, atividades físicas, dieta balanceada e consumo frequente de água.
Gordura no fígado tem cura?
Sim. Pois, seguindo as recomendações médicas, o paciente pode recuperar o órgão para um estado mais saudável, evitando as complicações da gordura no fígado. Ou seja, com mudanças positivas na rotina é possível reverter a condição.
Posso ter gordura no fígado sem saber
Infelizmente sim, de acordo com Thiago Fraga Napoli, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo. Isso porque a gordura no fígado não causa sintomas característicos. O mais relatado é um cansaço, mas provavelmente deriva de todo um contexto do paciente que tem a causa mais frequente desta doença, que é a obesidade.
Além disso, pode causar ainda inchaço abdominal e olhos amarelados. Mas, a condição só costuma ser identificada através de exames de rotina do paciente. Dessa forma, é indispensável fazer um check up médico. Isso porque, caso a gordura no fígado seja detectada precocemente, aumentam as chances de surgirem, a longo prazo, doenças como cirrose e até câncer hepático. Por isso, a importância de agir rápido e com medicações eficazes.
Diagnóstico
Inchaço abdominal, cansaço excessivo e olhos amarelados são alguns dos sintomas que podem levantar a suspeita. Mas, a condição só costuma ser identificada através de exames de rotina do paciente. Assim, a coleta de sangue pode apontar aumento nas enzimas e o ultrassom mostra alteração na imagem do fígado. Dessa maneira, os exames e/ou a biópsia podem indicar a gravidade da esteatose, geralmente classificada em:
- Grau 1 ou leve: Quando há pequeno acúmulo de gordura;
- Esteatose grau 2: Quando há um acúmulo moderado de gordura no fígado;
- Grau 3: Quando ocorre grande acúmulo de gordura no fígado.
Tratamento para gordura no fígado
É importante lembrar que a condição é reversível. Ou seja, ajustar o estilo de vida, adotar um cardápio saudável, praticar exercícios físicos e abrir mão do álcool são as melhores indicações de tratamento. Sendo assim, para acertar na escolha dos alimentos, evite carboidratos refinados e aposte em opções integrais como fonte de fibras. Legumes, verduras e leguminosas, como quinoa, aveia, lentilha, soja e ervilha, também não podem faltar. Assim, com dedicação e pequenas mudanças já é possível recuperar o funcionamento do fígado para voltar a ter uma rotina saudável.
Dieta para quem tem gordura no fígado
Melhores alimentos
- Verduras, legumes, frutas e grãos integrais
- Peixes, carnes brancas e ovos
- Gorduras boas: Salmão, sardinha, azeite extravirgem, abacate e oleaginosas
Alimentos que devem ser evitados por quem tem gordura no fígado
- Gorduras saturadas: queijo amarelo, queijo creme, requeijão, chocolate, biscoitos, bolos, embutidos, molhos, manteiga, coco, margarina, pizza ou hambúrguer.
- Açúcar, especialmente em alimentos industrializados e processados, como biscoitos ou sucos.
- Comidas rápidas, prontas ou congeladas;
- Bebidas alcoólicas.
Sucos para combater gordura no fígado
Suco de cranberry e chia
Cranberry limpa o acúmulo de gordura no fígado, enquanto chia impede que esse órgão absorva impurezas rapidamente. Como preparar? Mas, adicione uma xícara de cranberry, duas colheres de chá de sementes de chia e ¼ xícara de água ao liquidificador. Processe muito bem, não coe o suco e beba de manhã.
Maçã e dente-de-leão
Este suco é uma bomba de limpeza, graças à fibra solúvel da maçã e ao dente-de-leão, que protege o tecido do fígado. Em um processador, adicione uma maçã vermelha em cubos e uma xícara de chá de dente-de-leão. Beba um copo a cada três dias e desfrute de suas propriedades purificadoras.
Limão e pepino
Assim como o pepino é um ótimo adstringente na pele, suas propriedades também atuam como um tônico para o fígado. Juntamente com as qualidades diuréticas da fruta, este suco é uma ótima solução para combater a gordura do fígado. Misture um pepino, o suco de um limão, 3 morangos e algumas folhas de hortelã. Consuma esta infusão de frutas para desintoxicar o corpo antes do café da manhã e complete com bastante água durante o dia.
Tamarindo e cúrcuma
Você sabia que o tamarindo é um poderoso descongestionante do fígado? Pois, ele controla o colesterol, ao mesmo tempo em que o açafrão esvazia o órgão. De fato, este pó amarelo é considerado um dos melhores alimentos para desintoxicar o corpo. Coloque os 12 pedaços de polpa de tamarindo (sem casca) no liquidificador. Em seguida, polvilhe uma colher de sopa de açafrão e despeje ½ xícara de água. Encha uma garrafa térmica e beba antes de cada refeição.
Remédios para gordura no fígado
O tratamento medicamentoso é reservado para os casos com esteato hepatite associada. Entretanto, alguns remédios vêm sendo utilizados para combater gordura no fígado. Contudo, existe pouca evidência científica sobre a eficácia de tais fármacos.
Entre eles:
- Remédios sensibilizadores de insulina, como a metformina e a pioglitazona;
- Antioxidantes, como a vitamina E;
- Hipolipemiantes, como as estatinas, principalmente nos pacientes com perfil lipídico anormal;
- Imunomoduladores, como o ácido ursodeoxicólico.
Mas, em pacientes obesos graves, haverá indicação eventual de cirurgia bariátrica. Além disso, nos casos que evoluem para cirrose descompensada, o transplante de fígado torna-se uma alternativa.
Como prevenir gordura no fígado
Embora algumas das causas do problema seja um fator “oculto” não reversível, como uma doença autoimune, ou de acúmulo de ferro, por exemplo, existem também os fatores controláveis.
Dentre eles, estão as hepatites virais crônicas, B e C, que são sexualmente transmissíveis e que podem ser evitadas com proteção adequada, além do consumo de álcool em excesso e da obesidade.
Dessa forma, é indispensável fazer um acompanhamento nutricional preventivo, assim como praticar atividade física, principalmente quem tem tendência familiar, faz uso de medicações que levem ao ganho de peso, ou esteja em ambientes insalubres, com trabalho excessivo e dieta precarizada pela pressa ou falta de planejamento e oportunidade.
Evitar tais fatores podem prevenir que a pessoa atinja um grau de obesidade que deflagre a agressão hepática, por exemplo. Lembrando que para cada pessoa há um limiar de gordura máxima em que essa agressão é alcançada, por isso é importante consultar um médico para investigar melhor.
Complicações
A gordura no fígado nem sempre apresenta sinais claros durante os estágios iniciais. Mas, com o tempo, o quadro pode evoluir para um processo de inflamação e até desencadear uma hepatite gordurosa, cirrose hepática ou um câncer.
Possíveis médicos a consultar para prevenção e tratamento de gordura no fígado
- Clínico geral: é o médico generalista que consegue avaliar vários tipos de sintomas e chegar em diferentes diagnósticos, como o de esteatose hepática. Assim, ele será o responsável por encaminhar o paciente para o especialista na condição.
- Gastroenterologista: trata doenças do trato digestivo, que afetam o estôfago, estômago, fígado, vias biliares e pâncreas. Além de realizar o diagnóstico, ele fará o direcionamento e acompanhamento do tratamento.
- Hepatologista: é especializado em doenças que afetam o fígado, vesícula e vias biliares. Este profissional é capacitado para identificar as doenças hepáticas.
- Nutricionista: será o responsável por elaborar e indicar a dieta mais adequada para recuperar o funcionamento adequado do fígado.
- Educador físico: uma vez que o sedentarismo é fator de risco para o desenvolvimento de esteatose hepática, um personal trainer será capaz de desenvolver um treino para o paciente para que ele pratique exercícios físicos regularmente.
O que perguntar para o médico na consulta
Qual a função do fígado?
Qual o tratamento para gordura no fígado?
Não há um tratamento específico, mas uma forma de tratamento é pela alimentação, prática de exercícios, uso de remédios e, acima de tudo, acompanhamento médico.
Qual o grau mais perigoso de gordura no fígado?
O grau de gordura no fígado mais perigoso é o seu estágio mais avançado, conhecido como gordura no fígado grau 4 ou cirrose hepática.
Gordura no fígado é reversível?
O fígado tem uma incrível capacidade de se reparar. Se você evitar o álcool, seguir uma dieta adequada e se exercitar com frequência é possível reduzir a gordura e a inflamação e, assim, reverter os danos iniciais do fígado.
Programa Vitat para gordura no fígado
Fontes/bibliografia
Thiago Fraga Napoli, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo
Dr Douglas Bastos. Médico graduado pela UFF (Universidade Federal Fluminense), com mestrado em Ciências da Saúde pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Qualificações em cirurgia do aparelho digestivo, cirurgia hepatobiliar e transplante de órgãos
Isaac Altikes, médico gastroenterologista do Hospital Santa Catarina – Paulista em São Paulo/SP.
Adriana Penna, Hematologista do Hospital Santa Catarina.
Links úteis
Federação Brasileira de Gastroenterologia: FBG
ABHH – Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e terapia Celular
Esteatose hepática | Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia