Gestação mês a mês: entenda as mudanças no bebê e na mãe

Gravidez e maternidade
23 de Maio, 2022
Gestação mês a mês: entenda as mudanças no bebê e na mãe

Para estipular as datas de fecundação e do nascimento do bebê, geralmente contamos as semanas. Sendo assim, normalmente, uma gravidez pode chegar a 38 semanas — mas, em alguns casos, esse período é maior ou menor. Pensando nisso, nós iremos contar todos os detalhes que acontecem na gestação mês a mês: do desenvolvimento do feto até as mudanças no corpo da mãe. Confira a seguir!

Períodos da gravidez

A Dra Dalva Cristina Marques, ginecologista especializada em obstetrícia e membro da Doctoralia, explica que para entender o desenvolvimento do feto e as mudanças no corpo da mãe, é preciso dividir a gestação em dois tempos: o período embrionário e o período fetal:

Período embrionário

O período embrionário, conhecido como organogênese, vai até à 12ª semana da gestação. Nele, estão se formando todos os órgãos do bebê, portanto, há maior sensibilidade a qualquer agressão.

“Há uma vulnerabilidade para o aparecimento de malformações fetais e, por isso, é uma fase muito importante. Desse modo, é preciso seguir todo o cuidado no pré-natal, realizar os exames adequados e investigar a formação do feto”, aconselha a especialista.

Além disso, a ginecologista adianta que é preciso se atentar às medicações que vão ser usadas para não ocorrer nenhuma interferência desses medicamentos nessa fase.

Período fetal

De acordo com a médica, o período fetal começa após 12 semanas de gravidez. Nele, o bebê já está completamente formado e é mais um período de amadurecimento, onde todos os órgãos já formados acabam por adquirir uma estrutura mais definitiva.

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Gestação mês a mês

Descubra o que acontece com a mãe e o bebê nas etapas da gestação mês a mês. Assim, a Dra Dalva Cristina Marques elenca todos os processos:

Primeiro mês: semanas 1 a 4

Da primeira até a quarta semana, ocorre a fecundação na trompa. Então, esse embrião formado na trompa vai descer até a cavidade uterina.

Nesse período, também ocorre a formação da cavidade amniótica, que vai envolver o embrião. Essa é uma fase importante, na qual a mãe começa a ter os primeiros sintomas da produção de progesterona, que aumenta bastante.

Por fim, algumas pacientes relatam dor nas mamas, um pouco de dor de cabeça e cólica — tudo em decorrência das alterações nos hormônios.

Segundo: semanas 5 a 8

Da quinta até a oitava semana, acontece o processo de nidação: isto é, o embrião vai se fixar na cavidade uterina e começar a se desenvolver.

Além disso, ocorre a formação de um disco trilaminar achatado, que se torna, depois, o crânio e o local onde o bebê começa a se alongar.

Nessa fase, o feto irá medir cerca de 5 mm desde a região crânio encefálica até a região caudal (que irá virar os membros). O sistema nervoso também está em desenvolvimento nessa fase, além dos rins, dos músculos, dos ossos mais finos e do fígado.

Por volta da sétima semana, ocorre o início dos batimentos cardiofetais e a formação da placenta e do cordão umbilical. Já a mãe começa a ter alguns sintomas como cólica mais insistente e cansaço, já que a circulação do sangue fica mais intensa e pode gerar uma certa dificuldade em respirar.

Terceiro mês: semanas 9 a 12

Até as 12 primeiras semanas de gestação, o acompanhamento médico deve ser constante. Assim, é solicitado o ultrassom morfológico do primeiro trimestre, que consegue identificar algumas malformações genéticas e síndromes.

“Isso é de fundamental valor, porque vai determinar o acompanhamento adequado da gestação por completo e a data provável do parto”, reforça a ginecologista especializada em obstetrícia. Nessa fase, surgem os ossos mais rígidos, assim como os olhos, as mãos, os pés e as orelhas.

Durante todo o primeiro trimestre de gestação (primeiros três meses ou primeiras 12 semanas), é muito importante a suplementação de ácido fólico para o desenvolvimento fetal. Isso porque a vitamina atua diretamente na construção do sistema neurológico do bebê.

Quarto mês: semanas 13 a 16

Entre a décima terceira e a décima sexta semana, ocorre uma maior visualização da gestação por parte da mãe, que consegue identificar o aumento uterino com mais facilidade — isto é, a barriga vai ficando cada vez mais aparente!

Quinto: semanas 17 a 20

Entre a décima sétima e a vigésima semana, os sistemas circulatório e urinário começam a funcionar, cabelos e pelos já são visíveis e o bebê se mexe com mais intensidade e frequência.

O feto também já pode identificar sons e vozes. Então, essa é uma fase importante para a comunicação mais próxima.

Sexto mês: semanas 21 a 25

O bebê ganha mais gordura corporal, o que faz com que seu corpinho tome forma. Agora, ocorre também a formação do vérnix, uma substância branca e gordurosa que cobre a pele do bebê. A circulação sanguínea do pequeno aumenta devido à produção em massa das células sanguíneas.

Na 22ª semana, é feito o segundo ultrassom morfológico. O objetivo é garantir que todos os órgãos já estejam prontos. Outro exame importante no período é a curva glicêmica da mãe, que vai identificar a presença (ou não) de diabetes gestacional.

Sétimo mês: semanas 26 a 30

Agora, o pequeno vai dominar 100% de sua audição e dos movimentos dos membros inferiores e superiores. Para a mamãe, o cansaço e a dificuldade de respirar serão ainda mais aparentes, e podem estar acompanhados de dores nas costas e nas costelas.

Isso acontece por causa da lordose gerada na gestação. Nela, a coluna começar a envergar para conseguir aguentar o peso do bebê.

Oitavo: semanas 31 a 34

No oitavo mês de gestação, as consultas com o médico passam a ser quinzenais, já que é preciso um acompanhamento mais próximo por conta do parto, que será em breve.

A gestante pode apresentar cãibras, dores musculares e colostro — substância produzida pela mama que irá gerar a amamentação. Nessa fase, o bebê já está pesando em torno de 1,7 kg. Alguns exames de sorologia são pedidos como parte do pré-natal.

Nono mês: semanas 35 a 40

Até a 40ª semana, o bebê já está com a função pulmonar pronta para o parto! Ele começa, então, a encaixar na cavidade pélvica, e fica pronto para nascer a qualquer instante!

Fonte: Dra Dalva Cristina Marques, ginecologista especializada em obstetrícia, menopausa, perinoplastia e estética íntima. Membro da Doctoralia.

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