Gastrite enantematosa: o que é, causas, sintomas e como tratar
A gastrite enantematosa é um tipo de gastrite que deixa as mucosas do estômago mais avermelhadas. Assim como outras variações da gastrite, possui diversos graus, mas normalmente é mais leve, com vermelhidão no local e possíveis inchaços.
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O que pode causar a gastrite enantematosa?
“A gastrite é uma doença muito comum. Quando seguimos uma dieta muito rica em ultraprocessados, isso irrita o estômago. Até mesmo bebidas como sucos podem agredir o órgão, pois possuem uma acidez diferente da água. Quando há doenças em outros órgãos, como nos rins, é possível que o estômago sofra e tenha úlceras. Dormir mal, ter muito estresse e ansiedade também causam problemas como a gastrite”, afirma Carlos Machado, médico especialista em medicina preventiva e nefrologista. A princípio, o especialista alega que os motivos que provocam esse a gastrite enantematosa são basicamente os mesmos que desencadeiam outros tipos da enfermidade. Em resumo:
- Excesso de bebidas alcoólicas.
- Infecção bacteriana pela Helicobacter pylori, que altera a acidez estomacal e causa a inflamação do tecido.
- Uso contínuo de medicamentos, como anti-inflamatórios.
- Intolerâncias alimentares.
- Consumo excessivo de alimentos como café, refrigerante e ultraprocessados.
- Infecções em geral.
- Transtornos emocionais.
- Internações que exigem intubação.
- Alergias.
- Doenças autoimunes e crônicas.
- Refluxo.
Sintomas
De acordo com Machado, muitas pessoas sequer desconfiam que estão com gastrite enantematosa e acreditam que se trata de um problema pontual de digestão, pois os sintomas podem ser bem discretos. Às vezes, é sentida uma leve dor de estômago, gases, azia ou refluxo, que cessa espontaneamente e retorna de vez em quando. Porém, se o grau da lesão for moderado, os sinais são iguais e mais persistentes, além de náuseas e sensação de estômago cheio, mesmo após longos períodos sem comer. Por isso, qualquer manifestação do sintoma, por mínima que seja, deve ser avaliada por um médico gastroenterologista para descartar ou diagnosticar o problema. Dessa forma, evita-se que esse tipo de gastrite evolua e prejudique a rotina.
Diagnóstico
A endoscopia digestiva alta é o exame mais indicado para a descoberta da gastrite. Com ela, é possível checar o estágio do distúrbio e realizar uma biópsia, quando há suspeita de células cancerígenas. Mas a maioria dos casos de gastrite enantematosa não apresenta riscos de câncer, úlcera ou outros problemas graves.
Tratamento da gastrite enantematosa
A primeira providência é descobrir o que está causando a gastrite. Por exemplo, se for contaminação pela bactéria Helicobacter pylori, o médico irá prescrever antibióticos focados no combate à proliferação do micro-organismo. Se o fator principal for algum hábito, como o consumo de álcool ou alimentos com potencial inflamatório, a pessoa deverá excluir esses elementos de seu cardápio e rotina. De forma geral, a recomendação é mudar a alimentação e excluir ingredientes ultraprocessados e gordurosos.
Por isso, o acompanhamento nutricional para um programa personalizado pode ser eficaz no tratamento. Controlar a ansiedade e evitar situações estressantes também fazem parte do tratamento, visto que as emoções podem, sim, afetar a saúde em todos os aspectos. Por fim, o uso de medicamentos ajudará a amenizar a dor e regular a acidez estomacal. No entanto, se a gastrite estiver relacionada a doenças autoimunes e outros tipos de infecção, é preciso olhar o problema de forma mais abrangente para o tratamento integrado.
Gastrite tem cura?
Esta é uma das principais dúvidas dos portadores do distúrbio. Segundo Machado, não há cura para gastrite, mas há o controle que deve ser realizado pelo resto da vida. “Imagine um indivíduo de pele muito clara, que se queima facilmente ao se expor no sol se não usar protetor solar. O mesmo se aplica ao estômago: algumas pessoas têm o órgão mais sensível do que outras, então se abusarem da alimentação ou cultivarem determinados hábitos, sempre serão incomodadas pela gastrite. Então é preciso ter um estilo de vida saudável e, claro, consumir bebidas e alimentos ultraprocessados com moderação”, esclarece o médico.
Formas de prevenir a enfermidade
Os orientações são bem similares ao tratamento. Logo, levar uma vida saudável, se alimentar a cada três horas e viver uma rotina com o mínimo de estresse e controle da ansiedade podem evitar esse tipo de complicação. Além disso, não tomar remédios por conta própria e lavar as mãos com frequência são mandatórios, pois a gastrite enantematosa tem causas bacterianas e medicamentosas.
Fonte: Carlos Machado (@drcarlosmachado), especialista em medicina preventiva e nefrologista. CRM/SP 41937/ RQE 10659.
Referências: Rede D’Or São Luiz; American Gastroenterological Association (AGA); e Federação Brasileira de Gastroenterologia.