Fome emocional em crianças durante a quarentena

Equilíbrio
26 de Junho, 2020
Fome emocional em crianças durante a quarentena

Durante a quarentena, os pais estão se dividindo entre os cuidados com a casa, a criação dos filhos e o trabalho, tentando ao mesmo tempo lidar com os novos desafios físicos e mentais do isolamento social. Em momentos como esse, pode surgir nos pequenos sentimentos como o tédio e estresse, o que contribui com a fome emocional nas crianças.

A fome emocional – ou fome psicológica – ocorre quando um indivíduo se alimenta para satisfazer algum vazio interno, como aliviar o estresse, tristeza, solidão, tédio ou raiva. Dessa maneira, o alimento se torna  um refúgio para lidar com essas emoções.

De acordo com estudos, as crianças também “descontam” suas emoções na comida, ou seja, elas também buscam prazer ao comer. No entanto, quando isso ocorre com frequência e se torna o principal mecanismo de controle emocional, acaba virando um impulso. O que pode trazer diversas consequências para a saúde, como a obesidade infantil.

“Desde muito pequenos somos ensinados que comer é prazeroso. A amamentação é nosso primeiro contato com o alimento e é sinônimo de proteção e aconchego. Então é natural a criança buscar conforto no alimento” explica Daniella Dualib, psicóloga. 

Como minimizar os efeitos da fome emocional nas crianças

Para minimizar os efeitos da fome emocional, os pais devem conversar com os filhos e identificar quais são os gatilhos emocionais que os levam a comer compulsivamente. Para que assim eles possam entender a pandemia e lidar com isso da melhor forma possível.

Leia mais: Será que sua fome é emocional?

Veja abaixo algumas dicas da psicóloga que podem auxiliar:

  • Dê o exemplo: A consciência alimentar de uma criança começa com o exemplo dos pais. Assim, para que eles comam legumes e verduras, você deve ter esses alimentos presentes na sua dieta;
  • Não compare os hábitos alimentares de seu filho com os de outra criança, nem mesmo com o próprio irmão: Cada pessoa tem a sua própria relação com a comida. Portanto, não faça comparações sobre necessidades individuais;
  • Nunca use comida como moeda de troca: Essa forma de compensação pode trazer complicações como obesidade infantil, diabetes, entre outros, além de associar a comida a uma recompensa emocional;
  • É importante pontuar sempre que possível, a diferença entre a fome e a vontade de comer: Nem sempre criança tem a clareza de perceber a origem da fome emocional.

Fonte: Daniella Dualib, Psicóloga da Clínica Maia.

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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