Feridas crônicas: conheça as causas e saiba como tratar

Saúde
29 de Dezembro, 2021
Feridas crônicas: conheça as causas e saiba como tratar

Você tem alguma ferida aberta e que não cicatriza nunca? Cuidado: ela pode ser a porta de entrada para doenças. Chamadas de feridas crônicas, elas são um grave problema de saúde pública no Brasil, afetando mais de 5 milhões de pessoas. Dessa forma, o problema precisa ser tratado com acompanhamento médico, principalmente no caso de idosos.

As feridas crônicas não seguem o que seria o tempo satisfatório de recuperação, podendo levar até anos em tratamento. Normalmente, essas feridas estão relacionadas a problemas pré-existentes, como o pé diabético, úlceras varicosas, lesões por pressão ou feridas infectadas. Confira abaixo as principais causas desse problema, e como é feito o tratamento.

As causas das feridas crônicas

As feridas crônicas são feridas de difícil cicatrização. Geralmente, surgem após a escolha errada do curativo, bem como o não tratamento da causa da ferida. Nesse sentido, uma das doenças que favorecem o surgimento de feridas crônicas é a diabetes. A doença, que atinge 15,7 milhões de brasileiros de acordo com a Federação Internacional de Diabetes, causa lesões de difícil tratamento e que complicam todo o quadro do paciente.

“A perda da integridade da pele permite a entrada de micro-organismos que podem causar infecções na pele e outros tecidos nobres, como músculos, tendões e ossos, por exemplo. Algumas condições crônicas favorecem o surgimento dessas infecções, como a insuficiência vascular, diabetes, hanseníase, anemia falciforme, epidermólise bolhosa, entre outras”, afirma Antônio Rangel, enfermeiro estomaterapeuta.

A atenção deve ser redobrada no caso de lesões como úlceras vasculares. “Úlceras vasculares são feridas que surgem nos membros inferiores, pernas e pés de pessoas com insuficiência venosa ou arterial. Essas lesões, em geral, são de difícil cicatrização, permanecendo por longo tempo. A manipulação da ferida, bem como a falta de cuidado, podem favorecer o desenvolvimento de um quadro de infecção na própria ferida e na pele”, conta Rangel.

Outras causas

O pé diabético, por sua vez, é responsável por alterações ósseas, articulares e neuropáticas no pé de pessoas com diabetes. Geralmente, surge quando não existe um bom controle dos níveis de glicose no sangue, diminuindo a resposta imunológica e aumentando os problemas circulatórios. “A infecção pode se agravar e evoluir para gangrena, com infecção nos ossos dos pés e, em casos mais graves, necessidade de amputações”, diz.

Já a epidermólise bolhosa é uma doença genética, não contagiosa, que acontece devido à deficiência de colágeno na pele. Ela causa bolhas e feridas espontaneamente a qualquer toque ou atrito. Dessa forma, devido a essas lesões constantes, é comum as feridas na pele produzirem secreção purulenta, dor e desconforto. 

Tratamento das feridas crônicas

O Brasil é referência no desenvolvimento de tratamentos para lesões de pele. Recentemente, com o avanço da tecnologia, pesquisadores lançaram diversos recursos. Uma membrana à base de celulose, por exemplo, regenera a pele em tempo recorde, ao mesmo tempo em que isola as terminações nervosas, diminuindo a dor. “A membrana regeneradora representa uma ótima opção de tratamento, pois atua como um substituto temporário da pele, diminui a dor e acelera a cicatrização”, detalha Rangel.

Por fim, o acompanhamento médico e com enfermeiro, seguido de cuidados locais e sistêmicos é crucial para o tratamento das feridas crônicas. “O uso dos curativos corretos, alimentação adequada e controle de doenças pré-existentes são sempre necessários”, finaliza o especialista.

Fonte: Antônio Rangel, enfermeiro estomaterapeuta e consultor da Vuelo Pharma.

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