Exercícios na água são melhores para aliviar dor lombar crônica

Movimento
07 de Abril, 2022
Exercícios na água são melhores para aliviar dor lombar crônica

Exercícios de fisioterapia realizados na água podem trazer resultados melhores do que o tratamento tradicional para as dores crônicas na região lombar. A conclusão é de um estudo publicado no periódico científico JAMA Open, que acompanhou 113 indivíduos com a condição, durante três meses.

No período do estudo, os participantes foram divididos em dois grupos: metade fez os exercícios de fisioterapia na água; e a outra metade recebeu um tratamento mais tradicional, de eletroestimulação transcutânea do nervo e aplicação de luz infravermelha. Em ambos os casos, as intervenções eram conduzidas por 60 minutos, duas vezes por semana.

Nos resultados, os pesquisadores observaram que 3,5% dos pacientes que passaram pela terapia tradicional ainda sentiam dores nas costas, enquanto apenas 1,8% dos indivíduos que se exercitaram na água tinham a mesma queixa. A melhora foi observada mesmo 12 meses após a intervenção.

Também chamada de lombalgia, a dor lombar crônica afeta cerca de 4,2% das pessoas entre 24 e 39 anos e pode chegar a quase 20%, entre 20 e 59 anos. No Brasil, a prevalência entre idosos pode chegar a 25,4%, de acordo com uma revisão publicada na Revista de Saúde Pública, em 2020.

Dados do Ministério da Saúde indicam que mais de 55 mil trabalhadores pediram afastamento entre janeiro e julho de 2021 por problemas na coluna. Essa foi a segunda maior causa de licenças médicas naquele ano, perdendo apenas para as dispensas provocadas pela covid-19.

Exercícios na água têm benefícios, mas não é “salvadora”

A hidroterapia, como a fisioterapia realizada na água é chamada, em vários benefícios, já que o meio líquido promove um ganho importante de força muscular pela resistência natural que a água oferece. “Outros fatores benéficos são uma melhora no equilíbrio, redução de impacto, ausência de risco de quedas e relaxamento muscular, quando a temperatura da água está adequada”, afirma Diego Leite, especialista em Fisiologia do Exercício e fisiologista do HCor.

No entanto, ela não deve ser vista como a única solução ou melhores que todas as outras terapias para dor crônica na coluna. “Cada tratamento exige uma avaliação individual e recomendação específica. Assim como atividades aquáticas podem ser boas para um determinado grupo, elas podem não ser a melhor alternativa para outros”, explica o especialista, que também é diretor da DLB Assessoria Esportiva.

Dois fatores que devem ser considerados neste caso são o custo, já que a hidroterapia costuma ser mais cara, e a exposição do corpo, que pode não ser indicada para alguns pacientes mais frágeis. “A recomendação de qual tratamento deve ser seguido é pautada no diagnóstico e no protocolo para uma lesão específica. A hidroterapia pode ser a terapia principal ou complementar, por exemplo, ou nem recomendada, mas o que prevalece é sempre a orientação médica.”

Leia mais: Hidro tabata: Conheça o método e seus benefícios

O que causa a dor lombar?

A lombalgia pode ser provocada por diversos fatores e é considerada crônica quando persiste por mais de três meses seguidos. As causas mais comuns são:

  • Hereditariedade;
  • Doenças degenerativas e inflamatórias;
  • Fraqueza muscular;
  • Sobrepeso e obesidade;
  • Desequilíbrio muscular.

O principal fator que costuma desencadear a lombalgia, no entanto, é a má postura – uma questão que ficou ainda mais evidente durante a pandemia, quando o esquema de home office foi adotado amplamente pelas empresas.

Quando a fisioterapia é recomendada?

De acordo com o fisiologista do esporte, a região lombar costuma ser uma área sensível e, quando se encontra em estado inflamatório, pode limitar os movimentos do indivíduo. Por isso, costuma-se recomendar sessões de fisioterapia, caso a dor não cesse mesmo com repouso. O diagnóstico do grau da lesão e a duração do tratamento devem ser feitos apenas pelo médico ortopedista.

Em um primeiro momento, o trabalho da fisioterapia costuma ser focado no alívio da dor, utilizando eletroestimulação e terapia de calor (como a luz infravermelha). Em um segundo momento, são feitos alongamentos para ganhar amplitude de movimento e exercícios para o fortalecimento muscular.

Leite reforça, no entanto, que não existe “receita de bolo” e que cada caso é único, devendo ser avaliado de forma particular. “Dependendo do grau de inflamação e do perfil da pessoa, recomendamos a fisioterapia como primeiro tratamento e depois exercícios de Pilates para manter o ganho adquirido”, explica o especialista.

(Fonte: Agência Einstein)

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