Grávida pode fazer todos os exercícios na academia?

Gravidez e maternidade Saúde
06 de Março, 2024
Grávida pode fazer todos os exercícios na academia?

Quando o assunto é exercício na gravidez, as opiniões se dividem. Enquanto uns criticam as mães por supostamente expor o bebê e colocar a gravidez em risco, outros incentivam a prática, ressaltando os benefícios para a saúde. Apesar disso, para a ciência não existem dúvidas: a prática é recomendada e essencial para ter uma gestação saudável. Mesmo com o martelo batido, o tema ainda levanta dúvidas: será que todos os exercícios na academia são permitidos para grávida? Saiba mais a seguir!

“Grávidas não precisam ter medo de treinar”

Para a personal especialista em gestantes Maira Saboia, se não houverem restrições médicas no curso da gestação, as mulheres não precisam ter medo de praticar exercícios físicos. A recomendação é válida até mesmo para aquelas que nunca pisaram na academia, mas que podem iniciar uma rotina mais saudável ainda durante a gestação.

Embora a gestação inspire cuidados durante toda fase, isso não significa que as mulheres devam ocupar uma redoma, evitando qualquer esforço. Na verdade, a ciência já comprovou os benefícios da prática de atividades físicas durante a gravidez, que se estendem desde o controle de peso, até a melhoria do transporte de nutrientes para o bebê. 

Dessa forma, o movimento pode trazer mais disposição e bem-estar para a grávida seguir saudável até o final da gestação. Outro ponto fundamental, é que os exercícios também fortalecem o assoalho pélvico, o que contribui para o parto natural. 

Além disso, até mesmo os sintomas mais indesejados, como inchaço, indisposição e cansaço, podem ser aliviados, adicionando mais movimento à rotina.  

Veja também: Bebê sentado: entenda como a posição do seu filho influencia o nascimento

Cuidados para se movimentar na gestação 

Embora seja benéfica, a prática de atividades físicas requer atenção e cuidado. Por isso, antes de começar a se exercitar é fundamental que a gestante tenha liberação médica já que algumas intercorrências podem impedir a prática, como por exemplo: placenta prévia, pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional, doenças cardíacas e pulmonares prévias. Em seguida, o segundo passo é procurar um profissional para acompanhá-la nos exercícios. A seguir, saiba o que priorizar no treino:

O que evitar?

Exercícios mais arriscados, de alto impacto ou que comprimem o abdômen ficam de fora do treino. Por exemplo: mesa flexora, leg press e flexão de joelho na máquina. Além disso, exercícios de salto ou corrida intensa podem aumentar a pressão sob o assoalho pélvico, trazendo desconfortos. Assim, as futuras mamães também devem se atentar ao risco de queda, já que o equilíbrio e centro de gravidade podem sofrer modificações durante a gestação. 

O que priorizar?

Para começar, o ideal são os alongamentos, sempre sob orientação de um educador físico ou fisioterapeuta. “Os alongamentos reduzem as chances de dores nas costas no decorrer da gravidez, ajudam a minimizar gases e prisão de ventre e fazem parte da preparação para o parto”, afirma Carlos Moraes, médico ginecologista e obstetra.

No treino de musculação, é necessário ter uma programação adaptada por um profissional. Assim, é possível trabalhar todos os grupos musculares com segurança. Outras opções são: bicicleta, natação, pilates, yoga e corridas leves.

Adaptação do treino

“Apesar de não existir evidência científica relacionando um exercício específico com prejuízo no desenvolvimento do bebê (desde que executados da maneira correta e respeitando a individualidade de cada mãe), há necessidade da seleção de exercícios para cada trimestre e pessoa”, reforça Maira. 

Dessa forma, Por exemplo, uma mulher já no segundo para o terceiro trimestre deve evitar exercícios em decúbito ventral (barriga para baixo), uma vez que o peso da barriga juntamente com a gravidade irão exercer uma sobrecarga nos músculos abdominais aumentando a probabilidade de desenvolver uma diástase patológica. Por isso é necessário o acompanhamento de um profissional de educação física que entenda quais os melhores exercícios e quais devem ser evitados ou ajustados. 

Exercício na gravidez: carga e intensidade devem ser ajustados

Se a gestante já se exercitava a progressão de carga pode e deve ser realizada. Iniciantes também devem ter o mesmo cuidado. No entanto, nesses casos é necessário ter uma atenção especial a técnica do movimento. 

Além disso, o treino específico para gestantes deve considerar o controle e intensidade dos movimentos, a ordem dos exercícios e adaptações (quando necessárias), levando sempre em consideração o trimestre gestacional e a individualidade de cada mulher. 

Aeróbico não fica de fora do planejamento 

Bike, esteira ou escada são alguns dos exercícios aeróbicos possíveis na gravidez. Junto com o treino de força, o aeróbico ajuda a aumentar o condicionamento físico: “O aeróbico é um aliado ao exercício de força. Quando você tem um bom cardiorrespiratório, o treino de força fica ainda melhor”, complementa Maíra.

⁠Por fim, se a gestante se sentir confortável, pode manter a rotina de exercícios até o dia do nascimento do bebe. Porém, na fase final é importante intensificar os exercícios de mobilidade pélvica, respiratórios e também o aeróbio.

Fonte:

  • Maira Saboia, educadora física, especialista em saúde e mestranda em exercício na gestação.
  • Leandro Fernandes, educador físico, doutor em educação física com experiência em treinamento materno-fetal.

Leia também:

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Pessoas com histórico de infarto têm mais risco de desenvolver outros problemas de saúde a longo prazo, como insuficiências cardíaca e renal, arritmias e até depressão,

Saúde

Infarto aumenta o risco de desenvolver complicações de saúde a longo prazo

Problemas como insuficiências cardíaca e até depressão são mais frequentes em quem sofreu um ataque cardíaco

Bem-estar Equilíbrio Saúde

“É impossível ser feliz sozinho”: cultivar relacionamentos está entre os segredos para viver mais

Indo na direção contrária da longevidade, um estudo revelou que quase ¼ das pessoas em todo o mundo se sentem sozinhas