Exames de próstata: com que frequência os homens devem fazer os exames preventivos?

Saúde
12 de Março, 2024
Exames de próstata: com que frequência os homens devem fazer os exames preventivos?

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum em homens no Brasil, segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer. Geralmente, a doença tende a ser descoberta já em estágio avançado, dificultando as possibilidades de cura. Por isso, os exames de próstata são essenciais para rastrear o tumor com antecedência e diminuir a necessidade de tratamentos invasivos. Saiba mais a seguir!

Quais são os exames de próstata? 

Entre as principais abordagens disponíveis, destacam-se o exame de toque retal e o PSA (antígeno prostático específico). Porém, há uma resistência por parte dos homens em relação ao exame de toque retal, frequentemente devido a preconceitos.

Segundo uma pesquisa conduzida pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, 20% dos pacientes atendidos recusaram-se a permitir que o médico urologista realizasse o exame de toque retal. Por outro lado, o teste PSA, realizado por meio de exame de sangue, não enfrentou resistência significativa por parte dos pacientes.

Existem ainda outros exames que servem para complementar o diagnóstico e aprofundar as análises clínicas, como por exemplo: exames de urina, medição do jato urinário e biópsia.

Veja também: Saúde do homem: cuidados essenciais que eles devem ter

Com que frequência repetir os exames de próstata?

De acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia, homens, a partir de 50 anos e mesmo sem apresentar sintomas, devem procurar atendimento médico para realizar os exames de forma. Ou seja, tanto o PSA quanto o exame de toque retal. 

A rotina de exames pode ser antecipada em caso de pessoas da raça negra ou com histórico familiar de câncer de próstata. Nesse público, os exames devem ser realizados a partir dos 45 anos.

Em ambos os casos, a frequência dos exames pode variar de 1 a 4 anos e deve ser estipulada individualmente pelo urologista, considerando os fatores pessoais de cada homem. De qualquer modo, o recomendado é que os homens se consultem com um médico anualmente para acompanhar a sua saúde e identificar a necessidade ou não de refazer os exames. 

Por outro lado, antes mesmo da idade ideal para iniciar o rastreamento do câncer de próstata, especialistas em saúde recomendam que as idas ao urologista comecem mais cedo, especialmente no início da vida sexual. Esses profissionais também podem ser procurados em casos de incômodos, como mudança de tamanho, cor, nódulos, espinhas ou qualquer acontecimento inesperado. 

A combinação dos exames aumenta as chances de diagnóstico em até 80%

Apesar da importância de cada exame isoladamente, Fauzia Naime, médica oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), especializada em câncer de próstata, afirma que 20% dos diagnósticos da doença são descobertos por meio do exame de toque retal, pois são tumores mais agressivos e não produzem PSA em grande escala.

“Por isso, o ideal é combinar o toque retal e o PSA, isso possibilita em 80% o diagnóstico. Muitas vezes, quando o tumor é muito pequeno, não é possível diagnosticar por meio do toque retal. Por outro lado, alguns tumores maiores, apesar de visíveis, podem não expressar PSA. Além disso, exames de imagem são fundamentais”, diz a oncologista do IPC. 

Assim, entre os exames estão a ressonância multiparamétrica da próstata, ultrassons e também biópsias para confirmar o diagnóstico.

Fatores de risco

Alguns fatores podem aumentar as chances de um homem desenvolver câncer de próstata. São eles:

  • Idade: o risco aumenta com o passar dos anos. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos.
  • Histórico de câncer na família: homens cujo pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, fazem parte do grupo de risco.
  • Sobrepeso e obesidade: estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal mais elevado.

Alguns sinais de alerta incluem: dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite e sangue na urina.

Prevenção

Já está comprovado que uma dieta balanceada, rica em frutas, verduras, legumes e com menos gordura ajuda a diminuir o risco de câncer. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são essenciais, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

Dessa forma, o acesso à informação, a realização de exames periódicos de rotina e o acompanhamento médico estão entre os fatores que mais influenciam o sucesso do tratamento no combate ao câncer. Assim, com os avanços da medicina, quando realizado um diagnóstico precoce e específico para cada tumor, muitos terão maiores chances de cura.

“Em resumo, não existe um método isolado para diagnosticar o câncer de próstata. Deve existir uma combinação de exames, alinhados com métodos de prevenção”, finaliza Fauzia.

Fonte: Dra. Fauzia Naime, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), especializada em câncer de próstata.

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