Exames de diabetes: Quais são os testes que confirmam o diagnóstico?

Saúde
16 de Fevereiro, 2022
Exames de diabetes: Quais são os testes que confirmam o diagnóstico?

O diabetes é uma doença metabólica caracterizada pela diminuição na produção de insulina pelo pâncreas, bem como a diminuição da ação da insulina ou resistência à insulina nas células. O sobrepeso ou a obesidade são alguns dos sinais de alerta para a doença que, em 2021, matou uma pessoa a cada cinco segundos no mundo, sendo responsável por 6,7 milhões óbitos. No entanto, muitas pessoas sequer sabem que têm a doença, tampouco os exames de diabetes disponíveis. Saiba quais são eles e a importância em diagnosticar a doença precocemente, evitando assim sua evolução com o tratamento adequado.

Quais são os exames de diabetes?

De acordo com a Dra. Lorena Lima Amato, endocrinologista Doutora pela Universidade de São Paulo, os exames que permitem o diagnóstico do diabetes são: 

  • Glicemia em jejum: É um exame feito através da coleta de exame de sangue após um jejum de 8 horas. Se o valor bem maior ou igual a 126 mg/dL é critério diagnóstico de diabetes;
  • Hemoglobina glicada: Também é feita com a coleta de exame de sangue, e avalia como esteve a glicemia da pessoa nos últimos 3 meses. O valor para diagnóstico de diabetes é quando a hemoglobina glicada vem maior ou igual a 6,5%;
  • Teste oral de tolerância à glicose: É feito, inicialmente, uma glicemia em jejum de 8 horas. Depois dessa primeira coleta, o paciente bebe um líquido (bem doce) que tem 75g de glicose. Após duas horas da infesta desse líquido, mantendo-se em repouso no laboratório, é feita nova coleta de exame de sangue. Nessa segunda coleta se os níveis de glicemia estão maiores ou iguais a 200 mg/dL é critério diagnóstico de diabetes.

Para diagnosticar a doença são necessários pelo menos dois exames do mesmo método ou de métodos diferentes, como o de glicemia em jejum e o de hemoglobina glicada alterados, por exemplo. “Em caso de sintomas de hiperglicemia, como excesso de fome (polifagia), excesso de sede (polidipsia), perda de peso e excesso de urina (poliuria), somente uma glicemia alterada já permite fecharmos o diagnóstico de diabetes”, explica a médica.

Quais exames de diabetes devem ser feitos regularmente? 

O paciente com diabetes deve fazer vários exames regularmente, explica a médica endocrinologista. Dessa forma, são necessários, por exemplo, exame físico geral com avaliação da pressão arterial, exame da função renal, avaliação dos pés de forma específica para pessoas com diabetes, exames para avaliação metabólica e da saúde geral que incluem perfil lipídico, função do fígado e hemograma. Além desses exames, a glicemia e hemoglobina glicada continuam sendo necessárias no tratamento da diabetes.

Tipos de diabetes

O diabetes é uma doença que se divide em dois tipos: o 1, que atinge cerca de 10% das pessoas com a condição; e o 2, que afeta aproximadamente 90% dos pacientes.

No primeiro caso, há uma reação autoimune do organismo. Isto é, as células do pâncreas são atacadas pelo próprio sistema de defesa do corpo. Muito fragilizadas, elas acabam produzindo pouca ou quase nenhuma insulina — o hormônio responsável por ajudar a controlar os níveis de açúcar (chamado de glicose) no sangue. Dessa forma, há uma concentração exagerada da substância na corrente sanguínea, o que pode gerar inúmeras consequências.

A condição dura a vida toda e ainda não existe cura, apenas controle. Além disso, sua causa pode acontecer por herança genética somada a fatores ambientais. Embora acometa qualquer idade, normalmente aparece ainda na infância.

Já o diabetes tipo 2, por outro lado, é bem mais comum. Nesse caso, ele não ocorre por conta de um ataque às células do pâncreas, mas sim como consequência de um processo denominado resistência à insulina: o pâncreas até consegue secretar a insulina, mas ela não dá conta de metabolizar (queimar) o açúcar presente no sangue e acaba se tornando ineficiente.

Ou seja, os principais fatores que contribuem para o aparecimento do diabetes tipo 2 são: excesso de peso, acúmulo de gordura corporal (principalmente aquela localizada na região da barriga), sedentarismo, alimentação pouco saudável, tabagismo e hipertensão.

Tratamentos da diabetes

Medir o nível de glicose em casa é uma tarefa obrigatória para os portadores do diabetes tipo 1. O glicosímetro é um dispositivo que determina a concentração da substância no sangue. Desse modo, basta furar a ponta do dedo e pingar a gota de sangue no reagente. Contudo, o médico é quem deve informar a frequência do autoexame e criar um planejamento, juntamente com o paciente, para manter as taxas sob controle, que geralmente são feitas com o uso de medicamentos e/ou a aplicação de doses de insulina.

O profissional pode dizer qual o medicamento mais indicado, a dosagem correta e a duração do tratamento. Além disso, ele deve orientar o paciente sobre a aplicação diária de insulina.

No tipo 2, o tratamento pode incluir o uso de alguns medicamentos, mas também concentra-se em mudanças na rotina do indivíduo em prol de uma vida mais equilibrada, como a prática regular de atividades físicas e a adoção de uma dieta balanceada. Vale lembrar, entretanto, que os hábitos saudáveis são essenciais para o controle dos dois tipos da doença.

Fonte: Dra. Lorena Lima Amato, endocrinologista Doutora pela Universidade de São Paulo.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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